Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Faraday News

12 de outubro, 2021

Comunicação● 2021

Moisés Piedade, Carlos F. Fernandes, Carlos A.M. Gouveia, Natália Rocha, Henrique Nogueira

https://tt.tecnico.ulisboa.pt/innovators/lab2markettecnico/

Implementação da Prática

. O Museu Faraday (MF) conta com mais de 800 peças já identificadas e catalogadas. Estas peças cobrem as áreas de eletrotecnia, instrumentação, aparelhos de áudio, vídeo, rádio e TV. Aparelhos científicos, documentos, informação variada deixada pelos utentes da Escola ao longo dos anos e proveniente de coleções privadas, para além de serem cruciais para a sua memória coletiva, constituem “objetos” com interesse museológico. A equipa do MF pensou lançar um jornal que versasse sobre os vários tópicos à Museologia, Ciência/Tecnologia e Artes, com referência às diversas atividades desenvolvidas no MF: visitas guiadas, exposições, demonstrações, etc. Assim foi criado o Faraday News (FN), e, no dia 6/2/2020, foi lançado o primeiro exemplar. O FN é uma publicação bilingue, disponível em formato digital. Os artigos cobrem vários domínios (engenharia, humanidades, belas artes, informática e ciências da computação, matemática, física), ligados na área da Museologia. Os textos podem apresentar resultados de pesquisas científicas ou em desenvolvimento, revisões bibliográficas ou teóricas sobre os temas abordados pela revista, resenhas inéditas de livros, teses, dissertações e outras produções, que tenham relevância académica, notas com resultados preliminares e parciais de pesquisas ou ainda em desenvolvimento, entrevistas feitas com profissionais, etc.

A estrutura básica não é rígida, com uma flexibilidade que garanta a dinâmica de uma revista moderna e simultaneamente uma adequação aos tempos que vivemos. Mas em termos gerais a revista apresenta um esqueleto básico composto pelas seguintes rúbricas: Editorial, Um Olhar (de fora ou de dentro), Biografia, Artigo Técnico, Arte/Ciência e Eventos. O corpo editorial tem como diretores os Profs. Moisés Piedade e Carlos Fernandes, sendo o Prof. Carlos Gouveia (docente da FLUL) o responsável pela revisão de textos, a assistente editorial Dr.ª Natália Rocha (SE dos Museus do Técnico) e o Designer Henrique Nogueira na composição gráfica.

Resultados Alcançados

Este jornal é de uma certa forma uma extensão e materialização na escrita do trabalho que é desenvolvido no MF, tal como a Doutora Marta Lourenço descreveu no seu testemunho publicado no primeiro número do FN. Tal como o MF, esta publicação “prolonga a vida dos objetos”, contando as suas histórias passadas na ciência e na tecnologia, e reinventando-os em histórias do presente.

É um jornal periódico que, através da publicação de artigos de cariz teórico/experimental/ensaístico, enquadra múltiplas perspetivas de questões inerentes à Ciência/Tecnologia e Artes de modo a chegar a um público diversificado. Por esse motivo, utiliza uma linguagem acessível, mas sempre com rigor científico e literário.

O FN existe em formato digital e está acessível através de várias vias: em listas de contactos (do Museu Faraday, do International Committee of ICOM for University Museums and Collections (UMAC), no site https://museufaraday.ist.utl.pt/FaradayNews. É publicado nas páginas nas redes sociais Facebook (@servicoeducativomuseustecnico) e Instagram (@museustecnico) do Serviço Educativo dos Museus do Técnico. Também tem sido divulgado nos websites do Instituto Superior Técnico e da Universidade de Lisboa.

Com temas centrados em vários aspetos da Engenharia, Matemática, Física e Informática, o FN procura manter uma transversalidade que possibilite uma ligação estreita com um público que tem interesse específico na atuação do MF, do Instituto Superior Técnico e da Universidade de Lisboa, mantendo presente a memória coletiva de um património gigantesco.

Pretende-se, neste espaço jornalístico, promover um encontro entre o público e a investigação de ponta nas diversas áreas que formam o campo de estudo das Engenharias, particularmente, da Engenharia Eletrónica, aprofundando conhecimentos e motivando caminhadas para aqueles que têm vontade de saber mais. Os artigos seguem estilos e géneros diferentes, permitindo construir pontes entre obras, épocas, modos de ver o mundo e discursos. Os autores buscam o diálogo entre as suas investigações – com frequência fazendo uso de uma extensa bibliografia especializada, dando a possibilidade de ampliar horizontes do nosso público leitor. É interessante perceber que diferentes abordagens podem resultar em resultados e pontos de vista que se complementam. O trabalho desenvolvido pelo FN reforça a dimensão didática e pedagógica do MF e o espírito inquieto e ativo que está patente nas inúmeras exposições realizadas, na conservação de acervo e no apoio aos investigadores e às visitas guiadas. O FN pretende assim criar mais um palco onde os vários caminhos do saber se cruzam periodicamente.

. Carácter Inovador e Transferibilidade

Um ano depois do lançamento desta revista, novas edições começam a ser planeadas com uma frequência que se vai ajustando aos recursos disponíveis. O resultado obtido ao final do primeiro ano de existência é considerado muito positivo e correspondeu às expectativas criadas e aos objetivos iniciais da criação da revista. Por um lado, a revista representa um meio de chamada de atenção para assuntos que constituem naturalmente o domínio do MF e, por outro lado, permite atingir um público mais eclético e vasto, por ser um canal de difusão na forma digital. Esta publicação constitui um espaço ao dispor dos diversos autores que de alguma forma se identificam com o MF e que generosamente contribuem com os seus artigos. O trabalho final fica mais rico e disponível à curiosidade de todas as gerações. É, sem dúvida, uma forma de interação interessante na transmissão de conhecimento, complementando os conteúdos salientados no MF, com a dinâmica resultante da publicação de artigos por autores que se debruçam sobre as mais variadas áreas temáticas.

Além da pertinência destes elementos, a retroação dos leitores também é o parâmetro com mais peso de ponderação nesta avaliação.

O facto de ser bilingue faz com que este periódico seja acessível em todas as partes do globo: Além de permitir um acesso muito mais alargado, a distribuição em formato digital tem como vantagens importantes o ser mais ecológico e sustentável e permitir uma partilha e divulgação mais eficientes com outros sítios/parceiros.

Neste momento a retroação recebida é através do correio eletrónico e dos comentários nas redes sociais. É de fato muito importante que os leitores se apercebam da forma como este novo espaço de comunicação está a ser encarado e que sugiram formas de o melhorar. Por exemplo, criando uma rubrica onde os leitores possam dar a sua opinião, os seus desejos sobre o conteúdo da revista, um comentário sobre um artigo ou sobre o editorial ou eventos realizados. Enfim, um meio que induza a participação de todos. Estamos e continuaremos à procura de novas ideias e sugestões, bem como de comentários e críticas. Nesse sentido, pensamos que em edições futuras da revista surja espaço para artigos informativos e úteis para todos os leitores. De realçar que a existência do FN não seria possível sem todas as contribuições recebidas por todos os que, de forma altruísta, têm colaborado com a escrita de artigos e não só.

Avaliação e Monitorização

O FN é um espaço aberto a todos os profissionais, estudantes e investigadores com interesse em refletir sobre temas relacionados com o mundo da Ciência/Tecnologia e Artes. Neste sentido, a revista privilegia textos que se destaquem pela sua capacidade de teorização, inovação e originalidade. A revista FN, sem perda de rigor, permite que os seus leitores possam usufruir do conhecimento científico que, muitas vezes, não está ao alcance da compreensão de todos, por ser divulgado de um modo demasiado técnico. Outros aspetos relevantes são a sua divulgação ser bilingue e, por ser em formato digital, permitir que, uma vez publicados, os artigos possam ficar permanentemente disponíveis.

Ao dirigir-se a um público alargado de todos os níveis de ensino, o acesso aberto imediato e gratuito ao seu conteúdo, sempre com um rigor superior, proporciona uma maior democratização do conhecimento. A sua leitura estimula não apenas o conhecimento, mas sobretudo uma reflexão, mais do que nunca essencial, sobre os caminhos percorridos ao longo de dois séculos de inovação eletrónica.

A nível da transferibilidade podemos considerá-la um exemplo de boa prática que pode ser replicada pelos outros Museus do Instituto Superior Técnico ou da Universidade de Lisboa.

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