Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Workshops no Museu de Engenharia Civil – “Exposição desenho técnico no Técnico 1911 – 2018”

27 de julho, 2019

Educação Superior 2019

Ana Tomé, Natália Rocha, Helena Elias (DECivil)

Implementação da Boa Prática

No âmbito da residência artística “O que há numa linha?” da Escultora Helena Elias (FBAUL) inserida no contexto da exposição “Desenho técnico no Técnico 1911-2018” (19/6 a 21/12, Museu de Civil) a escultora desenvolveu, a partir dos desenhos expostos, 2 workshops, com novos conteúdos, a: “à mão levantada” e “o perímetro das coisas”. Estes foram concebidos com o objetivo suscitar outras leituras de cariz artístico e especulativo sobre a temática do desenho técnico tendo sido dirigidos a públicos distintos: “O perímetro das coisas” destinou-se às crianças da creche da IST; “à mão levantada” foi direcionado para alunos do MA e inserido nas atividades letivas de Geometria Descritiva.

O “à mão levantada”, contou com 2 edições tendo participado 58 alunos. No entanto, pode ser uma prática adotada e adaptada por outra unidade curricular, em outro qualquer dos Museus do IST, com base em outras exposições.

Esta prática tem como objetivos:

– Aproveitar os espaços e equipamentos existentes, neste caso os Museus para experiências atrativas de ensino e vivência académica.

– Melhorar o ensino e aprendizagem no IST adaptado ao contexto da educação do séc. XXI defendendo a formação integral do individuo de forte inspiração humanista, como sendo necessário o ensino das humanidades, artes, ciências sociais que desenvolva o pensamento além das áreas da engenharia.

– Preparar os alunos para intervir e responder aos desafios futuros da sociedade, desenvolvendo o espírito criador com base científica.

O “o perímetro das coisas”, tem como principal objetivo a aproximação e ligação à Sociedade.  Dar a conhecer às crianças outros espaços (Museus) e outra oferta de atividades educativas, dentro do campus onde está inserido o infantário que frequentam todos dias. Este workshop, com três edições em junho de 2018, contou com a participação de 60 crianças e 3 educadoras de infância e 4 auxiliares de educação.

Resultados Alcançados

No perímetro das coisas”: as crianças descobriram os perímetros criados pelas configurações de conjuntos de pedras, definiram-nos através da sua modelação com barro e a partir dessa primeira “linha”, ou contorno, deram corpo a objetos tridimensionais, por sobreposição de sucessivos contornos de barro. Os objetos, criados pelos pequenos artistas, depois de cozidos integraram a exposição

“O perímetro das coisas” (15 de novembro a 20 de dezembro), átrio do DECivil).

No Workshop “à mão levantada”: os alunos do 1º ano de arquitetura desenvolveram exercícios em que exploraram: o desenho a partir da perceção tátil; o desenho isométrico, o desenho de construção a partir da captação de sombras de objetos do museu; o desenho de “cadáver esquisito” – técnica surrealista aplicada à escrita e mais tarde ao desenho; e o desenho planimétrico. Nestes processos foram experimentados suportes de papel, riscadores de argila com cores várias e, também, a modelação em barro.  As práticas exploratórias permitiram aos alunos aprofundar conceitos de representação geométrica segundo uma perspetiva diferente da habitual, tendo esta experiência contribuído para facilitar a sua aprendizagem.

Avaliação e Monitorização

A avaliação no workshop “perímetro das coisas”” foi de forma qualitativa através da observação, enquanto no workshop dos alunos do MA foi qualitativa e quantitativa, uma vez que para além da observação se aplicou um questionário a 25 alunos sobre a sua opinião sobre a atividade.

O questionário é composto com 6 questões sobre a pertinência dos exercícios, o grau de dificuldade, materiais pedagógicos, reflexão artística, impacto no futuro e enquadramento na unidade curricular. Ainda tinha dois campos um para referir o que tinha gostado mais ou menos. E um campo para sugestões e comentários.

Através dos resultados obtidos podemos inferir que esta prática faz com que os museus são um apoio que complementam a educação formal e que as exposições são veículos de comunicação privilegiados, ao integrar objetos, narrativas, imagens e uma gama diversificada de recursos. Assim, as exposições são espaços educativos e criam uma “experiência museal” (Falk e Dierking,1992).

Carácter Inovador e Transferibilidade

Os workshops constituíram uma oportunidade de dinamizar – a partir do museu e da sua atividade expositiva – interações com vários grupos da comunidade académica criando no encontro e convívio novas oportunidades e formas de aprendizagem, estabelecendo conexões significativas e oportunas com o ensino. Em suma, constituíram um exemplo do sentido interventivo e positivo que os museus universitários e a sua atividade podem e devem estabelecer no seio das escolas que os integram.

Esta prática vai de encontro às tendências internacionais e da proposta do novo modelo de ensino e práticas pedagógicas do Técnico (Técnico 2021), que defendem a promoção da aprendizagem em ambiente colaborativo, interdisciplinar e multicultural, estimulando a comunicação e o pensamento crítico e estruturado; assim como é uma prática pedagógica que vai de encontro à mudança de paradigma no ensino das aulas teóricas e práticas, com um método pedagógico de aprendizagem ativa. Através desta prática consegue-se trabalhar com os alunos competências transversais integradas nas unidades curriculares

Estes modelos de workshops, em particular o “à mão levantada”, constituem atividades replicáveis passíveis de serem estendidos a outros cursos do IST, bem como a alunos de anos mais avançados dado que a disciplina do desenho técnico é comum a vários cursos e, por outro lado, as visões mais “plásticas”, “artísticas” podem constituir-se como momentos de descoberta, com muito proveito pela proposta de novas formas de olhar e questionar, numa escola de engenharia, (em sintonia com as reflexões emanadas do Relatório CAMEPP – Comissão de Análise ao Modelo de Ensino e Práticas Pedagógicas do IST, outubro 2018). Neste momento, prevê-se que no 1ª sem do ano letivo 2019/20, irá realizar-se nos Museus de Geociências, um workshop dirigido para alunos, com base também numa residência artista de duas artistas plásticas.

 

 

 

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