Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Clube de Estudantes do Técnico sobre Saúde Mental e Inclusão

8 de novembro, 2022

Promoção da saúde mental e inclusão na comunidade académica do Técnico● 2022

Clube de Estudantes do Técnico sobre Saúde Mental e Inclusão

http://mentalhealthclub.tecnico.ulisboa.pt/

Implementação da Prática

O “Clube de Estudantes do Técnico sobre Saúde Mental e Inclusão” foi criado em 2020 como uma resposta à preocupação acerca deste assunto transmitida por elementos da comunidade académica do Técnico ao Núcleo de Desenvolvimento Académico (NDA). Assim sendo, o Clube nasceu como um ponto de encontro de caráter transversal para a promoção da saúde mental e inclusão no Técnico, através da organização de atividades de sensibilização e apoio ao estudante.

De entre as atividades desenvolvidas, destaca-se o projeto “BrainStorms”, iniciado durante a fase inicial da pandemia COVID-19 em co-promoção com elementos do NDA. Este projeto consiste num ciclo de conversas informais via Zoom (18 até à data), onde se abordam questões a nível de saúde mental e inclusão, que se percecionam problemáticas no seio da comunidade do Técnico (e.g., igualdade de género, sentimento de pertença, aulas a distância, gestão das emoções em tempos de pandemia). As sessões contam com oradores convidados com experiência nas várias questões abordadas e são transmitidas através do canal de Youtube do Clube. Neste contexto, é de notar a parceria estabelecida com o programa FAIL! (MIT (EUA); 2017), focado na gestão positiva do fracasso em ambientes académicos e profissionais.

Para além disto, o Clube promoveu a implementação de um programa de mentorado para estudantes de PhD junto com o NAPE, o Clube de Estudantes de Doutoramento e a Área de Pós-Graduação, e tem colaborado com diversos grupos da esfera Técnico tais como o QueerIST, o Grupo de trabalho para estudantes com necessidades educativas especiais do Técnico, Women in Physics (WIP), a AEIST ou o Núcleo de Estudantes Africanos do IST na organização de palestras. Mais recentemente, o Clube está ainda a promover um ciclo de sensibilização acerca de comportamentos aditivos (substâncias, jogo, FOMO, sexo; Março-Abril 2022) e sessões periódicas de partilha e meditação guiada.

Resultados Alcançados

O objetivo do Clube tem sido o desenvolvimento de iniciativas focadas na melhoria da qualidade de vida cognitiva e/ou emocional e promoção de uma melhor saúde mental na comunidade do Técnico. Embora a organização e formato das atividades a desenvolver se viu afetada pela pandemia, foi possível desenvolver um número significativo de iniciativas via Zoom.

Assim, o impacto positivo da constituição do Clube na comunidade Técnico viu-se materializado através do desenvolvimento das atividades que se seguem:

– Abordagem de 18 assuntos relacionados com a saúde mental, resiliência, adaptabilidade ou pertença ao Técnico, entre outros, através das sessões do projeto “BrainStorms”, disponíveis no canal de Youtube do Clube (https://www.youtube.com/channel/UCdYHtc0et6xXe3ZH88zhZtQ). Entre elas, destacam-se as sessões de “Estes tempos não são para fracos” com Ana Moniz; “Sanidade mental e ensino à distância: Missão impossível?” com Teresa Espassandim; “Desconfinar, mas devagar: Resiliência, Qualidade de Vida e Saúde Mental” com Catarina Rivero, “Comunicar com Inclusão” com Yolanda Tati e Joana Lobo Antunes, “Técnico no feminino – Mulheres na Engenharia” com Isabel Ribeiro, “LGBTQ? E há +? Identidade e Saúde Mental” com Delso Batista ou “Sou uma fraude!? – Lidar com a Síndrome do Impostor” com Andreia Santos.

– Colaboração com o programa FAIL! (https://fail-sharing.org), criado no MIT (EUA) em 2017, e cujo foco é promover a desestigmatização do fracasso em ambientes académicos e profissionais e na sociedade em geral. Foram organizadas três sessões no contexto das “Brainstorms” com Arlindo Oliveira, Zita Martins e Miguel Duarte como oradores convidados;

– Implementação do programa de mentorado para estudantes de PhD em colaboração com o NAPE, o Clube de Estudantes de Doutoramento e a Área de Pós-Graduação;

– Realização de atividades conjuntas com outros núcleos/grupos da comunidade do Técnico tais como o QueerIST, Grupo de trabalho para estudantes com necessidades educativas especiais do Técnico, Women in Physics (WIP) ou Núcleo de Estudantes Africanos do IST;

– Estabelecimento de uma parceria com a AEIST que visa desenvolver atividades focalizadas na saúde mental (e.g., ciclo de partilha, sessões de meditação guiada).

Avaliação e Monitorização

O Clube está atualmente formado por estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento assim como alumni e/ou investigadoras/es do Técnico, com formação em diversas áreas (e.g., informática, física, engenharia civil, engenharia mecânica, engenharia química). As/os voluntárias/os são responsáveis pela organização das atividades em termos de: (i) conceptualização; (ii) contacto com potenciais parceiras/os e/ou especialistas nos assuntos a abordar; (iii) calendarização e definição do formato (on-line, híbrido ou presencial); (iv) elaboração da estratégia de comunicação e divulgação da atividade nas redes do Clube e site do Técnico; (v) realização efetiva da atividade (criação de links, moderação); (vi) avaliação do impacto quantitativo da atividade (engajamento por parte da comunidade, número de participantes, respostas ao formulário posterior às sessões); e (vii) avaliação do impacto qualitativo (discussão entre os membros do grupo acerca dos principais pontos positivos e identificação de estratégias a melhorar no futuro).

Neste contexto, os principais impactos positivos do Clube têm sido confirmados através dos seguintes pontos:

– Número de seguidores nas redes sociais do Clube: Instagram (539; https://www.instagram.com/saudementalist/), Facebook (177; https://www.facebook.com/Student-Club-on-Mental-Health-and-Inclusion-IST-101432234814705/), Twitter (87; https://twitter.com/SaudeMentalIST) e LinkedIn (14; https://www.linkedin.com/groups/12474728/);

– Número de subscritores no canal de YouTube do clube (227; https://www.youtube.com/channel/UCdYHtc0et6xXe3ZH88zhZtQ) e número de visualizações das sessões do “BrainStorms” (>3775);

– Estabelecimento de parcerias materializadas na realização (passada e futura) conjunta de atividades/programas com mais do que 10 núcleos/grupos/associações da esfera Técnico (e.g., NDA, NAPE, CommUnity by EIT InnoEnergy, Clube de Estudantes de Doutoramento, Área de Pós-Graduação, Núcleo de Estudantes Africanos, Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente, Núcleo de Minas, WIP, AEIST, QueerIST).

Carácter Inovador e Transferibilidade

A vida académica consegue traduzir-se numa fase de alto peso emocional, de alta pressão social e pressão adicional autoimposta. Neste sentido, iniciativas que se proponham a promover a manutenção da nossa saúde mental e a desmistificar distúrbios psicológicos são muito importantes e essenciais no ambiente académico do Técnico. Sabe-se também que o isolamento constitui uma agravante para os problemas associados à saúde mental que é necessário mitigar. Assim, através da formação do Clube, tem sido possível chegar mais facilmente aos vários elementos da comunidade académica e incentivar reflexões que melhorem o bem-estar individual e coletivo. Para além disto, até à data, não existia nenhuma organização de estudantes dedicada especificamente às questões associadas à saúde mental e à forma como esta se associa com a noção de inclusão. Para além do impacto na comunidade do Técnico, a criação do Clube vem a manifestar-se como uma estratégia com potencial para ser replicada em outras instituições de ensino superior. De facto, atividades como o projeto “Brainstorms” ou o programa de mentorado para estudantes de PhD, tipicamente vindos de fora do Técnico e sem uma rede de apoio e suporte suficientemente abrangente, têm potencial para serem reproduzidos em outras instituições de ensino superior.

Categorias

Subscrever Feed de Notícias