(an)Dar a Aula
28 de setembro, 2020
Educação Superior ● 2020
José Gonçalves Pinto (docente DEG)
Implementação da Boa Prática
O lugar do decente está ainda muito ligado à sua presença no “topo” da sala e a informação transmitida começa a chegar com dificuldade aos lugares mais “atrás”. Esta boa prática prende-se com a mobilidade do professor em sala que permite uma visão mais alargada do seu espaço de transmissão de conhecimento e ao mesmo tempo reduz a distância para um conjunto de alunos que se possam sentir mais afastados. Com a adoção de um transmissor wifi ligado ao projector, a utilização de um simples tablet pode conferir ao docente esta mobilidade.
A boa prática é usada nas aulas de Gestão Financeira (LEGI) com o intuito de desenvolver maior proximidade com os estudantes e uma maior liberdade de acção do docente.
A prática pode ser usada em aulas mais teóricas com a passagem dos tradicionais “slides” ou mesmo em aulas mais práticas com o recurso a ferramentas de escrita digital.
Resultados Alcançados
A prática aproxima mais os alunos dos conteúdos transmitidos por reduzir a distância entre o docente e o estudante.
A mobilidade do professor desperta também mais curiosidade e alerta no estudante e criava um ambiente mais dinâmico e ativo no aluno (como o confirmam algum feeback recebido):
“Aproveito também para agradecer por ter sido nosso professor, pois as aulas eram bastante interessantes e estimulantes e a energia era bastante positiva, algo um pouco raro no nosso curso” R.
“Olá professor,
É com muita alegria que o informo que recebi oferta das duas faculdades a que me candidatei. Estarei o próximo ano em Londres, na London Business School, mas estarei sempre disponível para ajudar no que precisar.” V.
A facilidade com que o professor se desloca possibilita esta maior proximidade.
Um dos grandes resultados é também a proximidade com alunos com maior dificuldade (muitos que acabam por se sentar nos lugares de trás) e de alunos mais barulhentos que com esta presença mais constante do professor acabam por se integrar melhor na aula.
Avaliação e Monitorização
A avaliação que podemos fazer é fundamentalmente de índole qualitativa pois a prática foi apenas aplicada num semestre sem ter seguido uma continuidade anterior. E neste aspeto a prática tornou-se importante pelos pontos já salientados anteriormente da dinâmica das aulas e “activação” dos alunos. Quanto a uma avaliação mais quantitativa o que podemos aferir é que nas classificações finais os estudantes tiveram uma taxa de aprovação de 93% com uma média final de 15,94 valores em 20 valores.
Carácter Inovador e Transferibilidade
Em termos de práticas encontradas no IST esta apresentada é inovadora pois coloca a sua enfase na mobilidade do docente quando em ambiente de sala de aula. Ao contrário de um simples “apresentador de slides”. Esta prática permite uma maior interacção com os conteúdos da cadeira no espaço da sala.
A prática pode ser usada em aulas teóricas (anfiteatros), com as limitações de em muitos deles haver apenas corredores laterais, e em aulas práticas (de resolução de problemas).
Dificuldades:
Sendo na sua natureza de fácil replicabilidade num outro contexto, o facto é que as salas do IST não estão adaptadas a uma prática deste formato, quer ao nível tecnológico quer ao nível do layout das salas.
Ao nível tecnológico esta prática requer uma ligação wireless ao projector, quando praticamente nenhum projector instalado tem esta capacidade. Este obstáculo pode ser suprido com um adaptador de sinal wireless, no entanto devido a alguns conflitos de protocolos dos equipamentos por vezes a ligação não é estabelecida ou é estabelecida com algumas falhas.
O outro obstáculo prende-se com o layout das salas de aula que por forma a gerir a lotação da mesma não deixa corredores de movimento para o docente pelo que mesmo com a tecnologia do seu lado a sua movimentação física fica muito limitada.