Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Archive for the ‘Motivação’ Category

Dia Aberto do Técnico

quarta, novembro 29th, 2023

Boa Prática Reconhecida | Impacto Societal | 2023

Área de Comunicação, Imagem e Marketing

 

Implementação da Prática

Apesar já serem organizadas várias atividades de portas abertas parcelarmente por departamentos ou núcleos de estudantes, o Instituto Superior Técnico não tinha uma atividade que incluísse toda a Escola e que convidasse a conhecer a atividade de Ensino e Investigação como um todo.

Em 2022 foi organizado pela primeira vez o Dia Aberto do Técnico, para o qual foi construído um programa de forma colaborativa com os departamentos de ensino, unidades de investigação e serviços de ligação ao exterior, com coordenação da Área de Comunicação, Imagem e Marketing (ACIM).

O dia aberto consistiu em sete horas de programação que incluíram visitas a laboratórios, visitas a museus, palestras com investigadores, visionamento de documentário de investigador, dezenas de atividades experimentais e um concerto, bem como oferta de restauração propondo um espírito de desfrute do espaço do Técnico com entrada livre.

Essa iniciativa já começou a ser replicada, estando (no momento desta candidatura) a ser preparada a segunda edição.

A iniciativa teve coordenação geral de Joana Lobo Antunes (ACIM), com direção executiva de Pedro Garvão Pereira (ACIM) e contou com a colaboração ativa na organização da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, da Área de Transferência de Tecnologia, do Núcleo de Serviços Gerais, do Núcleo de Manutenção, do Núcleo de Design e Multimédia, dos Audiovisuais do GOP, para além do Núcleo de Apoio ao Estudante e Gabinete de Comunicação e Relações Públicas, bem como dos restantes membros da ACIM. Colaboraram ainda com presença em atividades o Gabinete de Admissões, Núcleo de Mobilidade e Cooperação Internacional, Núcleo de Desenvolvimento Académico, Biblioteca, Embaixadores do Técnico, Direção de Infraestruturas Computacionais, Reprografia, LTI-DEQB, Núcleo de Segurança, Higiene e Saúde, Editora IST Press, Grupo de Cantares Tradicionais do Instituto Superior Técnico, Tuna Feminina do Instituto Superior Técnico, Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico.

Resultados Alcançados

Para a produção do 1º Dia Aberto do Técnico foram envolvidos os serviços acima indicados, os dez departamentos, as 23 unidades de investigação e os núcleos de estudantes com atividades experimentais ou demonstrações (Aerotec, FST Lisboa, Game Dev Técnico, Rob 9-16, IEEE IST Student Branch, PSEM, Técnico Solar Boat, TLMoto, Fórum Civil e Fórum Mecânica) bem como o projeto Técnico Sustentável. Foi também relevante agirmos em coprodução com a Associação de Estudantes do Técnico, que cederam a tenda alocada para a job shop e programaram uma secção de “mini-cientistas”.

Tivemos nos 1.000 m2 de tenda a Feira de Ciência com a mostra de 50 projetos. Fizemos 58 slots de um total de 23 visitas em laboratórios e museus, decorreu a palestra “Explica-me como se tivesse cinco anos” com a professora Isabel Ribeiro para estudantes do 1º ciclo, exibimos o filme “PaleoMoz” com a presença do realizador e investigador, houve momento musical para parabéns e bolo de aniversário e um concerto de música clássica, bem como uma área de refeições com seis carros de streetfood.

Acolhemos um total de 1300 visitantes, incluindo:

  • 164 crianças de 5 anos e 1º ciclo para a palestra “Explica-me como se tivesse 5 anos – como fazer um robot?”, com a prof. Isabel Ribeiro
  • 420 crianças de 1º ciclo de 7 escolas e creches das imediações do Técnico na Feira de Ciência
  • 700 visitantes das restantes faixas etárias e públicos à Feira de Ciência.

Ficámos com o registo desse dia em arquivo no site de 2022[1], reservando o https://diaaberto.tecnico.ulisboa.pt/ para ser usado a cada ano o mesmo link, mantendo os materiais de divulgação atualizados em permanência.

[1] https://diaaberto2022.tecnico.ulisboa.pt/

Avaliação e Monitorização

Este primeiro ano não foi feito um inquérito aos visitantes, apenas uma análise de avaliação do evento e satisfação aos participantes do Técnico (serviços, departamentos de ensino, unidades de investigação, núcleos de estudantes e organização).

Todos concordaram com a importância da organização de um dia comum, que serve não apenas para a comunicação do Técnico com o exterior, mas também para a comunicação interna entre estruturas que nunca se cruzam mesmo habitando o mesmo espaço. Foi apontado pela quase totalidade dos participantes a importância para o sentimento de pertença a algo ainda mais relevante para a sociedade quando visto na globalidade.

Foi também apontado como muito relevante conseguir-se mostrar aos visitantes a variedade, diversidade e quantidade de áreas científicas incluídas no Técnico, e sublinhamos um comentário de um visitante do 1º ciclo que afirmou “como é que vocês são todos colegas se fazem coisas tão diferentes?”.

Os participantes foram unânimes em apoiar a continuidade da iniciativa, que tem 2ª edição marcada para dias 19 e 20 de maio – na altura em que escrevemos esta candidatura temos cerca de 700 visitantes de escolas inscritos (um incremento de quase 100% do ano anterior) e mais de 1000 visitantes individuais (incremento de 50% em relação ao ano anterior).

Em 2022 a opção foi a de fazer apenas um dia, durante a semana, no dia do aniversário do Técnico. Em 2023 a opção foi a de desfazer o dia das escolas e o das famílias, recebendo à exta feira grupos escolares e no sábado famílias e visitantes individuais. Faremos o balanço no final do evento, que poderemos apresentar mais à frente.

Carácter Inovador e Transferibilidade

O formato Dia Aberto é já bem conhecido e implementado em inúmeras faculdades e unidades de investigação em todo o mundo. Em contexto universitário, em geral o conceito “Dia Aberto” refere-se apenas a marketing institucional, pretendendo ser uma montra da oferta formativa. No Técnico, decidimos fazer um formato que privilegia a mostra de ciência das várias áreas de atuação da Escola, não deixando de ter uma banca institucional para que quem tenha interesse possa encontrar quem faça esses esclarecimentos. O que notamos foi que havia mais interesse pela produção do conhecimento, a interação com estudantes e investigadores e a apreensão do bom ambiente vivido pela Escola.

Este evento apenas foi possível organizar dada a dinâmica já bem implementada pelo grupo de comunicação das unidades de investigação (Boa Prática Observist 2021) e pelo grupo de comunicação dos departamentos de ensino (Boa Prática Observist 2022), cujo trabalho continuado permite acionar os mecanismos de alavancar uma participação coletiva robusta, que seria de difícil implementação até à data.

A Área de Comunicação, Imagem e Marketing tem vindo a implementar várias estratégias digitais de comunicação com o exterior pela comunicação da ciência e tecnologia, nomeadamente o programa de divulgação científica “Explica-me como se tivesse cinco anos” (Boa Prática ObservIST 2021) e as campanhas para redes sociais (Boa Prática ObservIST 2021 e 2022), pelo que foi ambição passar ao formato presencial. Sabendo que perderíamos impacto do alcance de pessoas, ganharíamos na proximidade e empatia com os visitantes, e consideramos que a continuação de um formato misto é a chave para alcançar maior notoriedade e continuar a robustecer a reputação do Técnico enquanto produtor de ciência e conhecimento. A Escola tem enorme prestígio nacional e internacional na área do Ensino, e foi identificada como área possível de crescimento a da divulgação científica. A implementação de uma prática de Dias Abertos é imprescindível para esta implementação no terreno.

FOSTWOM: Um projeto Erasmus+ com projeção no público STEM feminino

quarta, novembro 29th, 2023

Boa Prática Reconhecida | Educação|2023

Ana Moura Santos, Luis Coimbra Costa e 
Área de Assuntos Internacionais - Núcleo de Relações Internacionais (NRI)

 

Implementação da Prática

O projeto FOSTWOM-FOSTering WOmen to STEM MOOCs (2019-2022), um projeto Erasmus+ KA2 Cooperation for Innovation[1], tinha como finalidade atrair jovens mulheres e raparigas para a área STEM, usando o potencial dos MOOC, enquanto ensino aberto e democrático. No contexto deste projeto, a equipa MOOC Técnico produziu um curso online com a coautoria de Ana Moura Santos, “Machine Learning, Maths and Ethics: Hands-on”[2], que motivando estudantes dos primeiros anos do Técnico para a área de Aprendizagem Automática/ Machine Learning, tinha como objetivo particular atrair as raparigas, não só as que se inscrevem no Técnico Lisboa, mas de outras comunidades estudantis. Paralelamente, uma outra equipa coordenada por Luis Felipe Costa desenvolveu uma ferramenta de software para integrar aspetos motivadores em cursos online a que deu o nome de Heroic Learning Journeys[3].  No sentido de alcançar o duplo objetivo de atrair raparigas para cursos STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) e manter o seu nível de motivação elevado, fez-se uso de recursos tecnológicos e digitais, a que se deu o nome de Heroine’s Learning Journey (HLJ). Para uma aplicação em cursos MOOC da plataforma MOOC Técnico, foram assim produzidos uma série de vídeos motivacionais que conduzem tanto as participantes inscritas (raparigas), como os participantes em geral, através da jornada heróica HLJ enquanto aprendizes de um tópico STEM. A eficácia desta jornada para efeitos de aprendizagens STEM e consciencialização do gender gap em Aprendizagem Automática/ Machine Learning foi principalmente testada na 2ª edição (2022) do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on”[4], que foi cofinanciado pelo projeto FOSTWOM. Na primeira edição do MOOC, o total de pessoas inscritas tinha sido 320, enquanto que na segunda edição houve 366 pessoas inscritas. Na primeira edição do curso, somente 35% de inscrições eram do sexo feminino, enquanto na segunda edição do curso, com a Jornada Heróica HLJ, o número de participação feminina subiu para 60% do total de inscrições, havendo uma percentagem bastante elevada de estudantes brasileiras.

[1] https://fostwom.eu

[2] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2021/about

[3] https://heroicjourneys.life/about/

[4] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2022/about

Resultados Alcançados

Este projeto desenrolou-se assim em duas componentes principais, uma primeira componente (janeiro 2021 a dezembro 2021) em que foi desenhado, produzido e lançado pela 1º vez o MOOC “Machine Learning, Maths and Ethics: Hands-on”[1] e uma segunda componente, em que foram produzidos 12 vídeos, e 1 teaser, que dão suporte de imagem às etapas motivacionais num percurso (feminino) de aprendizagem na área STEM, e que constituem a base da Heroine’s Learning Journey (HLJ)[2]. Durante a implementação da 2ª edição do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on”[3] o percurso de aprendizagem era conduzido através das 12 etapas da Heroine’s Learning Journey.

Alguns resultados obtidos:

Com 30% de participantes do sexo feminino na 1ª edição do MOOC, que contou com 320 inscrições, as respostas aos questionários inicial e final do curso online demonstram que 38,6% concordam totalmente com a afirmação “Estou ciente do gender gap nas áreas STEM” no questionário inicial e 47% afirmaram que concordam totalmente com a afirmação no questionário final. Este é um indicador que aumentou o número de pessoas conscientes do gender gap em STEM, e que passam a concordar com essa afirmação depois de realizarem o curso.

Com 60% de participantes do sexo feminino na 2ª edição do MOOC, que contou com 366 pessoas inscritas, as respostas aos polls integrados no curso mostram que os vídeos motivacionais da HLJ ajudaram as pessoas participantes, além de adquirirem conhecimentos práticos de Aprendizagem Automática/ Machine Learning, a tomar consciência do gender gap nesta área. No questionário final, ao responderem à questão sobre a importância de cada uma das etapas/elementos da HLJ para os seus estudos, cabe destacar que a opção 5 (“é muito importante”) foi selecionada por 60,0%-74% das pessoas respondentes, dependendo da etapa em questão. A segunda opção mais selecionada para as etapas em geral foi a opção 4 (“é importante”) que teve uma representatividade de 20,0%-25,7%.

[1] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2021/about

[2] https://heroicjourneys.life/about/

[3] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2022/about

Avaliação e Monitorização

Para avaliação e monitorização da prática usámos os questionários inicial e final dos MOOC, estatísticas registadas na plataforma e uma sessão de Training do FOSTWOM dedicada à avaliação da HLJ. As respostas submetidas de modo anónimo permitem inferir o impacto que este projeto poderá ter nas escolhas futuras das raparigas que participaram ativamente nas duas edições do MOOC. Já referimos alguns exemplos das questões levantadas e respetivas percentagens de resposta. Deixamos aqui alguns feedbacks e comentários de participantes.

Durante a 1ª edição do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on”, entre as 320 pessoas inscritas, 45% eram estudantes ou alumni IST, 8% tinham idade inferior a 21 anos e 35% identificaram-se com o sexo feminino. No questionário final ficou o seguinte comentário:

“Este curso foi incrível. Agradeço a todos que dedicaram seu tempo e esforço para disponibilizar este curso, também gratuito. Não tenho certeza se posso dizer que minhas opiniões sobre a diferença de gênero em STEM mudaram. Mas, como mulher, me sinto mais confiante em relação ao tópico de aprendizado de máquina. Seria ótimo ter uma Parte 2 deste curso. Obrigado.”

Na 2ª edição do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on” em que as pessoas seguiam os conteúdos através das 12 etapas da Heroine’s Learning Journey, temos com base nas respostas ao questionário inicial, um interessante perfil sociodemográfico: a maioria de respondentes estavam na faixa etária dos 14-28 anos (73%) e identificaram-se com o sexo feminino (60%). Eis um comentário deixado no questionário final:

“A experiência do curso foi muito interessante, pois além de ter haver (sic) com algo de meu interesse, a informática, nos incentivou que não importa quem somos, devemos seguir nossos sonhos, independente do gênero.”

Finalmente, numa das sessões do 3º Training do FOSTWOM, 12 participantes, experientes em conteúdos académicos online, foram chamados a avaliar os vídeos da HLJ, em particular, e a jornada no seu geral, respondendo à questão: “Acredito que a HLJ, como um todo, tem um grande potencial para motivar mulheres a participar em cursos online na área STEM”. A maioria das pessoas presentes concordaram completamente (8%) ou concordam (58%) com esta afirmação.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Observando os dois resultados principais: o MOOC “Machine Learning, Maths and Ethics: Hands-on”, desenhado com uma perspetiva ética e de género, e a Heroine’s Learning Journey, com as suas 12 etapas motivacionais, podemos concluir que enquanto o curso online já inova na sua narrativa de inclusão de aspetos societais numa matéria de interesse de estudantes de Engª do IST, a segunda ferramenta é totalmente inédita e com potencialidades de ser aplicada em muitos outros conteúdos STEM. Além disso, sendo que ambos os conteúdos são disponibilizados online e de modo inteiramente aberto e livre, torna-se possível com o enquadramento adequado chegar com êxito a locais, onde as oportunidades de carreiras STEM para grande parte das raparigas são raramente consideradas. Vejamos o seguinte exemplo.

Na altura da segunda edição do curso online, graças à sua divulgação na internet, um professor de secundário da cidade de Recreio-MG, Brasil, interessou-se por trazer a iniciativa para esta cidade do interior de Minas Gerais. Foi assim que se estabeleceu uma parceria com a Escola Estadual Olavo Bilac, senso que a escola disponibilizou o laboratório de informática para que as estudantes pudessem realizar o curso a partir dos computadores desse laboratório. As jovens estudantes só poderiam participar no curso mediante este suporte informático, uma vez que não tinham computadores nem acesso à internet nas suas casas. Além disso, para este contexto especial, a tutora da segunda edição do curso, Larissa Galeno, dedicou um dia por semana para dar apoio remoto às participantes de Recreio, criando um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação. No total, das 30 candidatas que preencheram o formulário para obter o apoio da Escola Estadual Olavo Bilac, foram selecionadas 14 jovens, com idades entre 15 e 21 anos. Estas 14 raparigas tiveram a oportunidade de usar os laboratórios para obterem a formação de 3 meses baseada no MOOC, e dessas, 11 terminaram o curso online com sucesso, recebendo o certificado do IST, Universidade de Lisboa.

CERIS Day Out 2021

terça, novembro 8th, 2022

Investigação, Desenvolvimento e Inovação● 2022

CERIS Day Out 2021

https://ceris.pt/wp-content/uploads/2021/12/Booklet_DAY_OUT_2021.pdf

Practice Implementation

CERIS Day Out, has been a recurring event that brings together PhD students, postdoctoral researchers and professors of CERIS (Civil Engineering Research and Innovation for Sustainability). Still conditioned by the pandemic situation, the program of the event was similar to last year edition, nevertheless the core activities have remained the same: (i) team building activities; (ii) oral presentations of on-going research;

(iii) interaction between all the participants; (iv) other activities that provide helpful informations and tools to the execution of on going research by the students.

For the new members of CERIS this event is their first contact with different researchers from the six research groups at CERIS, related with different fields in Civil Engineering.

The first edition of this event took place in October 2017, and as been occurring ever since. The fifth and latest edition of this event took place on October 19th, 2021, in Monsanto. The event program, during pandemic COVID19, was adapted and comprised several leisure activities, as well as work focused activities to promote and share the knowledge of the participants, which balance was considered very healthy (see activities in the result section).

From the members of CERIS, a total of 5 elements were selected to form the organizing committee. These members were from different investigation areas and at different research stages (PhD students, a CERIS board member and staff).

For the latest edition approximately 5000€ were allocated (financed by FCT and included in the CERIS 2021 budget), which included transportation, meals and all the outdoors activities during one day.

For the organizing committee, this event was a complex exercise in logistics, given the pandemic situation and the type of activities (creative ideas and activities, handling of resources for all participants, time management, health measures, among others).

Results Achieved

The objective of this event is to promote the interaction and diminish the isolation between the center’s young researchers, by enhancing the team spirit, promote activities between the members, transfer knowledge between different areas of research, promote co-operation, and build the CERIS identity in the IST community.

In the latest edition, a decision was made to ensure that all the activities were taken outdoors, and without contact between the participants. To each of the participants a personal “health kit” was offered, that included a face mask and an gel-alcoholic solution. The event occurred only one day instead two days to avoid accommodation.

There were two types of activities to consider. The leisure activities included treasure hunting and paintball. The work focused activities included some PhD students and post doctoral investigators, presented their research in a short and informative “5 minute pitch”.

Due to the current situation, and in order to maintain the social distancing, we were forced to restrict the number of participants, in total 40 participants and 5 professors attended this years event, representing 12 nationalities, which allowed for participants of various nationalities and research topics to take part in the promotion of a positive work environment. Overall, PhD students and postdoctoral researchers were very satisfied with the event, as shown by the results of the feedback survey delivered

(https://ceris.pt/wp-content/uploads/2021/12/Booklet_DAY_OUT_2021.pdf).

Even though it was a different event, the level of satisfaction in comparison to previous editions, remained the same, which reflected the effort that was made to adapt our event to the current situation.

For the Organizing Committee and several other attendees, the best outcome was the noticeable increase in interaction between the young research community of CERIS, which is a key-factor in the development of a strong scientific community at IST and CERIS.

Evaluation and Monitoring

The evaluation of the event quality has been carried out through a feedback survey, after the occurrence of each of the five editions, and assessed the participants opinion on several aspects, such as: (i) relevance on the promotion of such events; (ii) overall assessment of the event; (iii) relevance of the event for current work; (iv) relevance for meeting colleagues; (v) event structure; (vi) event duration (vii) work-leisure balance (vii) event organization (viii) favorite/least favorite moment; (ix) relevance of the students and expert talks; (x) adequacy of the venue and (xi) willingness to attend next editions of the event.

The evaluation questionnaire has been a crucial indicator of every edition of the event and has been done ever since the first edition. This questionnaire allows for each organizing committee, to assess what were the positive and negative feedback of each of the activities.

In this edition, with respect to the previous edition, the answers were overall even more positive, and the survey was answered by 50% of all participants.

https://ceris.pt/wp-content/uploads/2021/12/Booklet_DAY_OUT_2021.pdf

The favorite moments were the Paintball (65%) and Treasure hunting (29%). The least favorite moment was the Bootcamp (18%), even though 53% of the participants refered to not having a least favourite moment. The majority of the participants considered excellent the event structure and very high relevance for meeting colleagues. Everyone said they would not miss the next event in 2021.

Innovative Character and Transferability

The event was created in order to promote interaction between the very numerous young researchers at CERIS. In its core, the event is based on a set of activities focused on team building and knowledge transfer, which can undoubtedly be replicated by CERIS and also by the several other IST-based research centers.

Its innovative character stems from the fact that the nature of the event allows for a simultaneous investment in several aspects which add value to both CERIS and IST, namely communication, personal interaction, development of social skills, spreading of ideas and knowledge and strengthening of a common identity within research community.

In the 2020 edition the organizing committee acquired some sponsors, with reusable bags and metal water bottles (GIRA), pencils and notebooks (Centro de Informação Geoespacial do Exército), reusable water bottles (EPAL), and miscellaneous brand items (Delta).

This event has been disseminated in CERIS Newsletter, and on CERIS Web page (www.ceris.pt) for the IST community and to the public in general. CERIS Day Out/CERIS Open Day can have a strong link with the IST Open Day and with other initiative from other IST research units.

A benchmark can be done to discuss the activities that lead to a better results and some synergies can be made between IST research centers.

It is intention this year to improve the communication of CERIS through the social media, with strong link with IST communication group. Therefore the this annual event can contribute to improve and enrich the communication at IST community and to other higher education.

Working@Tecnico: Avaliação dos Riscos Psicossociais no Instituto Superior Técnico

terça, outubro 12th, 2021

Capital Humano● 2021

Comissão de Avaliação dos Riscos Psicossociais

 https://drh.tecnico.ulisboa.pt/workingtecnico/

Implementação da Prática

O projeto working@tecnico surgiu da necessidade de avaliação e intervenção ao nível dos Riscos Psicossociais (RPS), identificada pelos Representantes dos Trabalhadores para a Segurança e Saúde no Trabalho. Para dar resposta a esta missão, foi constituída a Comissão de Avaliação dos Riscos Psicossociais (CARP[1]), uma equipa multidisciplinar nomeada pelo Conselho de Gestão (CG). Desta comissão, destacou-se uma equipa técnica (CARP-T[2]), que reúne todos os Psicólogos do Técnico inscritos na Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) provenientes de três serviços – NDA, NAPE e DRH. Neste âmbito, foi estabelecido um Protocolo de Cooperação entre o Técnico e a OPP, que possibilitou a formação e utilização do questionário Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ-II), necessário à avaliação de RPS.

Este projeto tem como objetivo a avaliação dos RPS no Técnico, e envolve: a) conhecer a realidade e necessidades da Escola; b) propor medidas concretas de intervenção; c) melhorar o desempenho dos trabalhadores e das equipas; d) promover a saúde física e psicológica dos trabalhadores.

Em 2019, a CARP-T recolheu e analisou dados, planeou e implementou uma campanha de sensibilização para os RPS, realizou uma sessão de esclarecimento sobre o projeto (realizada a 25 de outubro com a presença do CG e convidados com experiência na avaliação de RPS) e implementou a aplicação do COPSOQ-II (de 04 a 22 de novembro). A aplicação do questionário aos 738 trabalhadores técnicos e administrativos dos três campi do Técnico decorreu dentro do previsto, tendo os resultados sido disponibilizados em dezembro à coordenadora do projeto. A CARP-T iniciou, em janeiro de 2020, a análise dos dados e a produção de um extenso relatório técnico, onde se analisam e apresentam os resultados, e se mapeiam medidas de prevenção primária e secundária a aplicar para prevenir ou mitigar o impacto dos RPS no Técnico. As medidas remediativas ou de prevenção terciária, nomeadamente nos grupos com resultados mais preocupantes, são (proposta da CARP ao Conselho de Gestão) para ser executadas por uma equipa externa ao Técnico. Algumas das medidas propostas foram já implementadas e outras estão em fase de implementação.

Resultados Alcançados

As boas práticas de avaliação de RPS apontam para a necessidade de alcançar 60% dos trabalhadores para se obter uma visão representativa das necessidades da organização. No caso da avaliação implementada no Técnico, responderam 499 trabalhadores, de 20 serviços/agrupamentos de serviços, correspondendo a uma favorável taxa de resposta de 68%. Este resultado traduz o esforço realizado ao nível da divulgação (para a qual se contou com o apoio do Núcleo de Design e Multimédia) e denota a adesão e pertinência desta iniciativa, já antecipada pela forte participação na sessão de esclarecimento realizada em outubro de 2019. As alterações de agenda provocadas pela necessidade de gestão do impacto da pandemia vieram atrasar a entrega e discussão de resultados, tendo a reunião com o CG sido realizada apenas em julho de 2020, alguns meses após a data prevista na planificação inicial. O CG demonstrou preocupação e compromisso em relação às recomendações realizadas pela equipa Técnica, aguardando-se a aprovação das medidas a implementar. Os resultados foram comunicados aos trabalhadores pelo CG através do envio, em outubro de 2020, de um e-mail contendo informação sobre a avaliação realizada. Foi reforçada a importância de complementar essa ação, realizando uma devolução de resultados adequada e clara, garantindo a compreensão por parte dos colaboradores de quais são os pontos fortes identificados, mas também os RPS aos quais podem estar expostos. Enquanto tal não acontece, a CARP-T disponibiliza, na secção “Bem-estar Working@tecnico” da página da Direção de Recursos Humanos,         um enquadramento do projeto (https://drh.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/45/sumario_executivo_carp.pdf), uma síntese dos principais resultados obtidos, um conjunto de recursos de apoio para os trabalhadores e o Guia de Boas Práticas  para o Teletrabalho (https://tecnico.ulisboa.pt/files/2020/07/guia-de-boas-pra-ticas-para-o-teletrabalho.pdf).         A elaboração deste Guia surgiu da necessidade de contribuir para a promoção do bem-estar e saúde laboral, face aos constrangimentos e à reorganização do trabalho causada pela pandemia, a partir de Março de 2020.

Avaliação e Monitorização

Para corresponder às necessidades de avaliação e monitorização dos RPS, a CARP-T decidiu seguir as diretrizes estabelecidas pela OPP no que respeita ao instrumento e procedimentos a adotar. A possibilidade de capacitar os membros da CARP-T através de formação oferecida pela OPP, foi também uma mais valia para garantir que os processos de trabalho são informados pelos mais recentes estudos científicos neste domínio.

O COPSOQ II (versão média disponibilizada pela OPP) permitiu avaliar os RPS, através de 87 perguntas, 7 dimensões, 28 subescalas), tal como se pode ver na tabela seguinte:

Domínio Variáveis
D.1. Exigências Laborais V.1. Exigências quantitativas
V.2. Ritmo de trabalho
V.3. Exigências cognitivas
V.4. Exigências emocionais
D.2. Interface indivíduo/trabalho V.21. Satisfação no trabalho
V.22. Insegurança laboral
V.24. Conflito trabalho/família
D.3. Organização do trabalho e Conteúdo V.5. Influência no trabalho
V.6. Possibilidade de desenvolvimento
V.19. Significado no trabalho
V.20. Compromisso face ao local de trabalho
D.4. Personalidade V.18. Auto-eficácia
D.5. Relações Sociais e Liderança V.7. Previsibilidade
V.8.Transparência do papel laboral desempenhado
V.9. Recompensas
V.10. Conflitos laborais
V.11. Apoio social de colegas
V.12. Apoio social de superiores
V.14. Qualidade da liderança
  V.23. Saúde Geral

 

D.6.Saúde e bem-estar V.25. Problemas em dormir
V.26. Burnout
V.27. Stress
V.28. Sintomas depressivos
V.29. Comportamentos ofensivos
D.7. Valores no local de trabalho V.13. Comunidade social no trabalho
V.15. Confiança horizontal
V.16. Confiança vertical
V. 17. Justiça e respeito

 

A CARP-T considera que os resultados obtidos nesta avaliação são de extrema importância para se implementar um plano de prevenção primária. No entanto, existe uma limitação decorrente dos membros da equipa serem simultaneamente parte integrante da organização, o que traz responsabilidade acrescida para garantir a confidencialidade destes dados sensíveis. Por esse motivo, não foram analisados dados específicos dos serviços/conjuntos de serviços, mas apenas os resultados globais do Técnico. Assim, a CARP-T considera que esta avaliação está incompleta sem a análise dos resultados de cada grupo respondente, sendo necessário envolver uma equipa externa especializada para tratar adequadamente estes dados e apurar a avaliação, nomeadamente através da utilização de técnicas como entrevistas ou focus-group. Sendo as organizações sistemas dinâmicos, sujeitos a alterações internas e externas, a avaliação de RPS não pode ser vista como uma ação pontual: é um processo que deve ter continuidade no tempo, que deve ser periódico e estruturado. Uma vez que a última avaliação foi realizada antes da pandemia, seria importante fazer uma nova avaliação que permita observar melhorias na gestão do risco (após implementadas medidas), identificar riscos novos e descobrir que outros não conseguiram ser alvo de intervenção . Assim, é fundamental que não se olhe para a avaliação de RPS como um processo concluído, mas sim como um processo evolutivo.

O trabalho desenvolvido pela CARP-T no Técnico foi distinguido pela OPP com o prémio Boas Práticas em 2020 (https://www.youtube.com/watch?v=GjcYpFmq1lU).

Carácter Inovador e Transferibilidade

O projeto working@tecnico, impulsionado pelos trabalhadores, enquadrado numa comissão multidisciplinar, conduzido por uma equipa técnica especializada e formada para o efeito, e

apoiado por uma Gestão preocupada com o bem-estar e saúde ocupacional dos seus trabalhadores, é sem dúvida inovador e incomum no panorama do Ensino Superior em Portugal, em especial numa Escola com a dimensão do Técnico.

Uma replicação desta avaliação é não só desejável como essencial. Nesse sentido, a CARP-T destacou a importância de se proceder a uma intervenção continuada e integrada, fomentando o carácter de transferibilidade desta ação, precisamente para responder às características dinâmicas das organizações atuais e para conduzir eventuais estudos de impacto.

A CARP-T recomendou ainda a diversificação dos formatos de avaliação (entrevistas, focus group, etc.) e de intervenção na área dos RPS, implementando-os de forma integrada para rentabilizar os investimentos feitos, e potenciar os efeitos organizacionais alcançados. Um exemplo de rentabilização seria: 1) começar por intervir preventivamente na Escola nas dimensões que poderão ser melhoradas apenas com mais informação dirigida à comunidade Técnico (saúde em geral, higiene do sono, gestão do stress, prevenção do burnout, elaboração de um código de conduta geral que permita estabelecer boas práticas de relacionamento interpessoal); 2) selecionar, com base nos resultados, serviços considerados prioritários para intervir de forma remediativa (ex.: dando prioridade à contratação de   recursos para essas áreas e/ou intervindo no desenho dos espaços de trabalho, e/ou criando formações para as equipas e/ou chefias, desenhadas à medida para contrariar os RPS identificados), e finalmente;

3) desenvolver intervenções mais globais na Escola, interserviços, entre grupos diferentes da comunidade Técnico, e com continuidade, assumindo a liderança da DRH nesse processo, porventura com a inclusão de um/a psicólogo/a do trabalho e das organizações. Também a criação de um sistema de apoio aos trabalhadores para a gestão dos comportamentos ofensivos no local de trabalho, uma imposição legal, foi vista como uma prioridade pela Gestão.

A replicação deste trabalho no âmbito das carreiras docente e de investigação também traria benefícios relevantes para a Escola, sendo, desta forma, possível alargar o plano de prevenção primária a todos os funcionários do Técnico, docentes, investigadores e trabalhadores técnicos e administrativos.

A médio prazo, seria interessante submeter uma candidatura do Técnico ao Prémio Healthy Workplaces – Locais de Trabalho Saudáveis (OPP), cujo objetivo é reconhecer e distinguir organizações que tenham demonstrado um forte empenho na prevenção dos riscos psicossociais e na promoção da saúde ocupacional, através de contributos inovadores para a segurança, o bem-estar e a saúde (física e psicológica) no local de trabalho.

[1] Lídia Silva e Isabel Gonçalves (Coordenação) e ainda Joana Pinto dos Santos, José Manuel Riscado, Marta Pile, Miguel Coimbra, Pedro Lima Duarte, Pedro Meireles, Rui Relvas, Ana Bordalo, Diana Ferreira

[2] Ana Marques, António Sol, Carolina Ferreira, Gonçalo Moura, Isabel Gonçalves e Rita Wahl

EscapulISTe? Escape Rooms com estudantes da LEIC

segunda, setembro 28th, 2020

Educação Superior 2020

Luísa Coheur (docente DEI), Ana Moura Santos (docente DM), Sofia Sá (docente DEI), Luís Costa (docente DEI)

Implementação da Boa Prática

Escape Rooms são jogos em que equipas são “fechadas” numa sala e têm tempo limitado para resolver desafios, que lhes fornecem chaves para “escapar”. Embora desenvolvidos para efeitos comerciais, devido às suas características – possibilidade de adaptar os temas, trabalho em equipa e competitividade saudável – têm vindo a ser aplicados no ensino como metodologia ativa.

A prática descrita nesta proposta consistiu na conceção, implementação e validação de dois Escape Rooms para alunos do 1º ano de LEIC-T. Os desafios basearam-se em conteúdos estruturantes do 1º ano da LEIC – Lógica para Programação (LP) e Álgebra Linear (AL).

Para o efeito transformámos uma sala de aula, no campus Taguspark, no quarto da Anita – uma estudante de Informática que adora criar escape games. A narrativa dos Escape Rooms foi diferente – em LP (2ºS, 2018/2019), o objetivo era escapar para chegar a tempo a um exame; em AL (1ºS, 2019/2020) era salvar a Anita, fechada num armário.

Os elementos foram integrados num conjunto coerente para promover uma experiência imersiva. O quarto foi preparado de acordo com a narrativa, com objetos e decorações que criaram um enredo plausível. A escola disponibilizou-nos a sala e móveis (mesas, armário, cadeiras e um computador antigo) e, com o apoio de um patrocinador, incluiu-se uma cama. A Anita era fã de futebol e do Harry Potter – características que foram refletidas em posters, fotos e livros colocados no quarto. Foi também preciso adquirir cadeados e outros materiais extra. No caso de AL, os estudantes inscreveram-se utilizando um software desenvolvido por um bolseiro. A bolsa e as aquisições extra foram financiadas no âmbito de um projeto PIP.

A implementação contemplou as seguintes atividades: criação do cenário, narrativa e desafios; realização de testes; organização das ações a serem rigorosamente seguidas na reorganização da sala após as sessões e criação de formulários para os estudantes – um inicial de confidencialidade e um final de feedback.

Resultados Alcançados

O jogo EscapulISTe? foi primeiro implementado em LP (2º semestre 2018/2019) e, enquanto piloto, teve como principal objetivo testar os procedimentos da implementação de Escape rooms.  Nesta experiência participaram 33 estudantes (7 equipas de 3 a 6 elementos) e, após a realização de uma avaliação informal, a opinião geral dos estudantes foi que representam uma forma engraçada de praticar os diferentes tópicos da UC.

No primeiro semestre de 2019/2020, o EscapulISTe? foi então integrado como uma parte da avaliação de AL. Foram constituídas 16 equipas de 4 a 5 alunos (num total de 79 alunos do 1º ano de LEIC). Também desta vez, e após realização do questionário de avaliação, os resultados mostraram que os estudantes consideram este tipo de experiência muito válida, além de divertida, tendo sugerido a implementação de dinâmicas semelhantes em outros tópicos.

A implementação do Escape room em AL surgiu, também, como fonte de motivação e preparação para o 2º teste escrito (a meio do semestre, altura em que normalmente os estudantes ficam desmotivados). Os resultados da Unidade Curricular demonstraram que os estudantes tiveram um desempenho melhor que nos semestres de anos anteriores.

Com base nas respostas ao questionário final, é possível concluir que os estudantes reconhecem que estas atividades incentivam o trabalho de equipa e a confiança nos seus conhecimentos sobre os conteúdos testados. Os alunos de LEIC de 1º ano matriculados em AL tiveram um ótimo desempenho nas provas escritas do presente semestre: a percentagem de taxa de sucesso académico aumentou 5% quando comparado a primeiros semestres de anos anteriores (com o mesmo par docente e estratégia flipped classroom). Além disso, nas respostas à pergunta de um questionário final sobre a UC: “A atividade EscapulISTe? foi um momento importante na tua aprendizagem?” 84,9% dos inquiridos (num total de 59 respostas) indicaram que essa atividade tinha sido importante para a sua aprendizagem. No formulário existia uma área de comentários que nos proporcionou informação adicional, como é exemplo o seguinte comentário “esse tipo de atividade deve ser repetido com mais frequência, pois estimula o estudo do assunto, promove a cooperação e tudo de uma maneira divertida”.

Pode concluir-se que a implementação de Escape Rooms promoveu aprendizagens ativas dos conteúdos das UC, enquanto proporcionou momentos de diversão. Além disso, os estudantes reconhecem nas suas respostas e feedbacks que este tipo de atividade promove o trabalho em equipa e fortalece o poder da comunicação entre eles, dando igualmente espaço para um ganho de confiança nos seus conhecimentos sobre os tópicos. A equipa está, igualmente, a desenvolver um artigo onde estes resultados serão apresentados com mais detalhe.

Avaliação e Monitorização

No caso de LP, os alunos foram solicitados a fornecer feedback preenchendo um formulário do Google para o qual se obtiveram 24 respostas. Nesta recolha recebemos diversos comentários positivos, como são exemplos os seguintes: “Foi muito engraçado! […] rever a matéria […] bastante criativo!”; “Foi uma experiência muito boa […] forma apelativa de aplicar os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas”; “Foi uma boa experiência. […] revisão a muitos tópicos […] acabou por ser outra forma de estudo, mais divertida e também diferente”; “Brutal !!!!!”; “nunca tinha estado numa sala de fuga e gostei imenso”.

No caso de AL, foi distribuído um questionário via Fenix com o intuito de identificar a relevância do Escape Room como ferramenta de aprendizagem. O instrumento integrou três dimensões: 1) motivação para se inscrever na atividade; 2) perceção sobre o EscapulISTe?; 3) sugestões gerais para atividades semelhantes. Dos 79 alunos que realizaram o EscapulISTe?, foram recolhidas 66 respostas, 63 respostas de alunos que participaram e 3 de alunos que não participaram.  Embora só 26% dos estudantes se tenha identificado como fã de Escape Games, 38% das respostas selecionadas indicaram que uma das motivações para a sua participação foi considerarem que podia ser uma oportunidade divertida para aprender, 37% das respostas indicaram que os estudantes encontraram valor nas interações em grupo, e 43% reconheceram um aumento no nível de confiança nos seus conhecimentos após a experiência. Além disso, após cada sessão, os estudantes deram feedbacks muito positivos e deixaram comentários no questionário final como: “considerei a atividade do escape room interessante, por usar a matéria de forma divertida e interativa. Na minha opinião deveria haver mais atividades deste género”; “adorei a ideia do Escape room :)”; “acho que as ideias “fora da caixa” como o Escape room são bastante aceites pela comunidade estudantil e é o caminho para uma aprendizagem mais atrativa”.

Para finalizar, consideramos que foi uma experiência interessante que gostaríamos de repetir nas nossas UC, alargar em experiências similares com estudantes de outros cursos, ou até estender a experiência a tópicos de 2º ciclo.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Apesar de existirem experiências de Escape Rooms no panorama universitário internacional, tanto quanto sabemos é a primeira implementação numa Universidade Portuguesa. Para além de ser uma metodologia ativa, alinhada com o panorama pedagógico futuro definido pelo IST, os Escape rooms são experiências imersivas, potenciadoras de novas aprendizagens, consolidação de conteúdos e desenvolvimento de competências comunicacionais e de trabalho eficaz em equipa. Transferem a aprendizagem para um espaço exterior à tradicional sala de aula e baseiam-se na autonomia e colaboração dos estudantes representando, assim, atividades inovadoras, adaptadas ao contexto do ensino da engenharia.

A literatura defende a ideia de que a preparação envolvida é complexa, constituindo assim uma desvantagem potencial para a sua implementação. No nosso caso, a experiência foi contrária e discordamos desta afirmação. Os desafios maiores foram a compatibilização da narrativa com os desafios específicos de cada UC e a construção de chaves numéricas. Em cada um dos casos, definimos o fluxo de cinco desafios, determinando, por exemplo, que o primeiro abrisse o armário X (por exemplo, com 3 dígitos) que permitiria aos alunos o acesso ao desafio 2, etc. A integração em áreas não numéricas pode representar um desafio adicional – mesmo em disciplinas STEM, pode ser difícil adaptar o tipo de exercícios que conduzam a resultados numéricos, sendo mais fácil ter outputs que sejam palavras. No entanto, adotando uma abordagem criativa, as palavras podem-se tornar números e existem outras maneiras de desbloquear “cadeados” que podem ser exploradas. Desta forma, a nossa experiência é facilmente transponível à maioria – senão totalidade – das UC do IST.

Além disso, também encontrámos uma maneira fácil de dar instruções aos alunos, que lhes permitiu seguirem autonomamente as pistas durante o tempo em que estavam no quarto da Anita. Em relação ao orçamento, em ambos os casos, tratou-se de quantias não muito elevadas. Se excluirmos a bolsa do sistema de inscrições implementado em AL, a experiência em LP foi organizada com menos de 15 euros. Na nossa opinião, a única desvantagem neste tipo de experiência é a disponibilidade de tempo. A preparação da narrativa, do cenário e a implementação de testes é morosa, sem dúvida.

No entanto, a parte mais exigente é a disponibilidade para estar presente na abertura, reorganização e fecho da sala em cada sessão, sendo um aspeto a ter em conta na escolha da sua implementação.

 

(an)Dar a Aula

segunda, setembro 28th, 2020

Educação Superior ● 2020

José Gonçalves Pinto (docente DEG)

Implementação da Boa Prática

O lugar do decente está ainda muito ligado à sua presença no “topo” da sala e a informação transmitida começa a chegar com dificuldade aos lugares mais “atrás”. Esta boa prática prende-se com a mobilidade do professor em sala que permite uma visão mais alargada do seu espaço de transmissão de conhecimento e ao mesmo tempo reduz a distância para um conjunto de alunos que se possam sentir mais afastados. Com a adoção de um transmissor wifi ligado ao projector, a utilização de um simples tablet pode conferir ao docente esta mobilidade.

A boa prática é usada nas aulas de Gestão Financeira (LEGI) com o intuito de desenvolver maior proximidade com os estudantes e uma maior liberdade de acção do docente.

A prática pode ser usada em aulas mais teóricas com a passagem dos tradicionais “slides” ou mesmo em aulas mais práticas com o recurso a ferramentas de escrita digital.

Resultados Alcançados

A prática aproxima mais os alunos dos conteúdos transmitidos por reduzir a distância entre o docente e o estudante.

A mobilidade do professor desperta também mais curiosidade e alerta no estudante e criava um ambiente mais dinâmico e ativo no aluno (como o confirmam algum feeback recebido):

Aproveito também para agradecer por ter sido nosso professor, pois as aulas eram bastante interessantes e estimulantes e a energia era bastante positiva, algo um pouco raro no nosso curso” R.

Olá professor,

É com muita alegria que o informo que recebi oferta das duas faculdades a que me candidatei. Estarei o próximo ano em Londres, na London Business School, mas estarei sempre disponível para ajudar no que precisar.” V.

A facilidade com que o professor se desloca possibilita esta maior proximidade.

Um dos grandes resultados é também a proximidade com alunos com maior dificuldade (muitos que acabam por se sentar nos lugares de trás) e de alunos mais barulhentos que com esta presença mais constante do professor acabam por se integrar melhor na aula.

Avaliação e Monitorização

A avaliação que podemos fazer é fundamentalmente de índole qualitativa pois a prática foi apenas aplicada num semestre sem ter seguido uma continuidade anterior. E neste aspeto a prática tornou-se importante pelos pontos já salientados anteriormente da dinâmica das aulas e “activação” dos alunos. Quanto a uma avaliação mais quantitativa o que podemos aferir é que nas classificações finais os estudantes tiveram uma taxa de aprovação de 93% com uma média final de 15,94 valores em 20 valores.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Em termos de práticas encontradas no IST esta apresentada é inovadora pois coloca a sua enfase na mobilidade do docente quando em ambiente de sala de aula. Ao contrário de um simples “apresentador de slides”. Esta prática permite uma maior interacção com os conteúdos da cadeira no espaço da sala.

A prática pode ser usada em aulas teóricas (anfiteatros), com as limitações de em muitos deles haver apenas corredores laterais, e em aulas práticas (de resolução de problemas).

Dificuldades:

Sendo na sua natureza de fácil replicabilidade num outro contexto, o facto é que as salas do IST não estão adaptadas a uma prática deste formato, quer ao nível tecnológico quer ao nível do layout das salas.

Ao nível tecnológico esta prática requer uma ligação wireless ao projector, quando praticamente nenhum projector instalado tem esta capacidade. Este obstáculo pode ser suprido com um adaptador de sinal wireless, no entanto devido a alguns conflitos de protocolos dos equipamentos por vezes a ligação não é estabelecida ou é estabelecida com algumas falhas.

O outro obstáculo prende-se com o layout das salas de aula que por forma a gerir a lotação da mesma não deixa corredores de movimento para o docente pelo que mesmo com a tecnologia do seu lado a sua movimentação física fica muito limitada.

Estrutura de apoio às atividades de coordenação dos cursos: Gabinete de Coordenação dos 1º e 2º Ciclos do DBE

sábado, julho 27th, 2019

Educação Superior 2019

Gabinete de Coordenação dos 1º e 2º Ciclos do DBE

Implementação da Boa Prática

O gabinete de coordenação de 1º e 2º ciclos foi desenhado e criado pelo Prof Joaquim Sampaio Cabral (presidente de Departamento na altura) e a Professora Raquel Aires Barros, em 2002 no âmbito do Departamento de Engenharia Química e Biológica tendo mais tarde continuado como tal no Departamento de Bioengenharia.

O Gabinete foi criado com o objetivo de centralizar e integrar toda a coordenação dos cursos em que o DBE é responsável e/ou participa, de forma a apoiar as coordenações dos cursos nas suas múltiplas funções e de facilitar a interação com os diferentes gabinetes de suporte, como GOP, Núcleo de Graduação, DSI, NPI, AEP, NEP.

As principais tarefas do gabinete são:

– apoio administrativo à elaboração e distribuição do serviço docente anual.

– apoio na elaboração/verificação dos horários semestrais dos vários cursos sobre a responsabilidade do DBE ou em que este participa ativamente, em colaboração com o GOP

– organização da calendarização das provas de avaliação (testes, exames, apresentações de trabalhos) através do contacto com os docentes, coordenadores, delegados e GOP

– organização e gestão das inscrições dos alunos nas diferentes UCs de opção da responsabilidade do DBE

– resposta do Gabinete de Coordenação dos 1º e 2º ciclos a solicitações de informação oriundas do exterior (ex. candidatos aos cursos do DBE)

– verificação dos cálculos ETIs das UCs do DBE

– apoio nas várias etapas e procedimentos referentes à tramitação das dissertações de mestrado dos cursos do DBE

– divulgação dos cursos, ex. Laboratórios Abertos

– divulgação do DBE, com a Newsletter e a página do LinkedIn

– atualização da Base de Dados dos alumni dos cursos do DBE

Resultados Alcançados

O gabinete existe desde 2002 e as suas funções de apoio às coordenações têm sido alargadas e melhoradas, apoiando neste momento os cursos de Engenharia Biológica, Biotecnologia, Engenharia Biomédica, Microbiologia, Engenharia Farmacêutica, Bioengenharia e Nanossistemas, e facilitando a interação com outros cursos nos quais docentes do DBE participam, nomeadamente o curso de Engenharia Química. Este apoio e coordenação integrada , permitiu diminuir a carga de trabalho das coordenações facilitando todos os procedimentos associados ao papel de coordenador, referindo-se, marcação das reuniões de coordenação, mapa de calendarização de provas escritas, interação com os delegados de curso e outros coordenadores e docentes, avisos sobre lançamento de notas e outros prazos, preparação dos mapas de distribuição de serviço docente, candidaturas de 2º ciclo, contactos dissertações de mestrado, e apoio a toda a parte de divulgação do DBE.

O gabinete foi criado inicialmente, e como foi referido, para apoiar as coordenações, mas as suas funções foram alargadas ao longo do tempo, e neste momento interage diretamente com os gabinetes centrais, outras faculdades, mas também os delegados e os alunos, tratando de toda a logística de início de semestre/ano. Neste momento tem também como função apoiar os alunos em questões e dúvidas relativas a procedimentos, regulamentos, etc. associados ao seu percurso no Técnico. A maior proximidade dos alunos ao gabinete facilita o trabalho dos coordenadores, além de responder a questões e dar informações que de outro modo teriam de ser obtidas no Núcleo de Graduação.

A interação com os serviços centrais foi facilitada e permitiu melhorar alguns procedimentos, nomeadamente, uma maior cooperação com o Núcleo de Graduação, nas inscrições dos alunos nas UCs de opção, que permitiu tornar o processo mais eficaz. Também a nível de interação com outras faculdades da UL, nomeadamente nos cursos de Engenharia Biomédica, Microbiologia e Engenharia Farmacêutica, os procedimentos e a comunicação também têm sido melhorados, facilitando o papel dos coordenadores e a vida dos alunos.

Avaliação e Monitorização

O gabinete é um exemplo de uma Boa Prática consolidada, que mantém o histórico de todos os processos, regulamentos e procedimentos necessários ao bom funcionamento das coordenações de curso, permitindo uma resposta rápida e eficaz às solicitações frequentes dos vários serviços e órgãos do Técnico e da UL. O seu sucesso é evidente ao longo destes anos como suporte e facilitador do papel das coordenações/coordenadores de cursos e apoio aos alunos, permitindo manter a eficácia dos procedimentos independentemente das sucessivas alterações dos coordenadores e dos presidentes de departamento.

Carácter Inovador e Transferibilidade

O gabinete foi criado no âmbito do DEBQ, e na altura era único no Técnico, dadas as suas características de centralizar, integrar (para todos os cursos) num único gabinete todas as tarefas associadas às coordenações/coordenadores de curso, para apoiar as suas funções, agilizar e facilitar a interação com os serviços centrais e outras escolas, e manter a memória do sistema. Após a criação do DBE, o mesmo conceito foi transferido (mantido) para o DBE e para o DEQ.

O conceito é perfeitamente replicável e nalguns departamentos do Técnico já foi aplicado o mesmo conceito, adaptado ao departamento referido.

Avaliação de conhecimentos em “tempo real” através da plataforma online Kahoot

sábado, julho 27th, 2019

Educação Superior 2019

Bruna Mota, Inês Marques, Ana Póvoa (docentes DEG)

Implementação da Boa Prática

Trata-se de um modelo para avaliação de conhecimentos em tempo real efetuado aulas teóricas, correspondendo a uma percentagem da nota final (e.g. 5%). Por omissão, esta componente é parte integrante da avaliação; no caso de os alunos não pretenderem participar neste modelo de avaliação, informam os docentes, tendo em geral uma semana no início do semestre para tal. Caso não queiram participar a percentagem correspondente passa para a componente de teste.

Em cada aula teórica, são lançadas perguntas de escolha múltipla, através da plataforma online Kahoot a que os alunos respondem através de computadores, tablets ou telemóveis. Os três piores desempenhos não contam para a avaliação final.

Para estimular a participação e o espírito competitivo dos alunos, a avaliação é feita do seguinte modo:

– parte da cotação é atribuída apenas pela participação (e.g. 50%), independentemente do número de respostas corretas;

– o restante é atribuído proporcionalmente ao número de respostas corretas;

– é atribuída uma cotação bónus aos alunos que finalizam no TOP (e.g. melhores 10%).

Existem diferentes abordagens a esta última componente que passam por ter ou não em conta o tempo de resposta (fornecido pela plataforma Kahoot). Não tendo em conta o tempo de resposta, a cotação é atribuída apenas consoante o número de respostas certas, servindo o tempo de resposta apenas em caso de empate.

Esta prática pretende fomentar a participação nas aulas teóricas e o estudo contínuo ao longo do semestre. É também um modo de os alunos adquirirem uma prática de resposta a questões de escolha múltipla que será posteriormente usada em teste/exame. Permite, ainda, feedback imediato tanto aos alunos, que conseguem desde logo perceber se os conceitos foram aprendidos ou não, como aos docentes que percebem se é necessário explicar melhor a matéria em questão. É deixado tempo no final da aula para explicar o motivo das respostas certas, mas também o porquê das restantes respostas estarem erradas.

Resultados Alcançados

A prática descrita tem vindo a ser aplicada aos cursos de Licenciatura e Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial do Instituto Superior Técnico, nas Unidades Curriculares (UCs) de Gestão de Cadeias de Abastecimento (GCA), Gestão de Operações (GO), Complementos de Investigação Operacional (CIO); ao Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica, na UC de Sistemas e Saúde (SS) e na UC de Gestão Logística e de Operações (GLO) para os Mestrados Integrados em Engenharia Biomédica, Engenharia Química, Engenharia e Gestão da Energia, Engenharia Biológica, Engenharia de Petróleos e Engenharia Mecânica.

No 2º semestre de 2017/2018, as taxas de avaliação por Kahoot por aluno avaliado

por UC foram:

  • SS 81%

No 1º semestre de 2018/2019, as taxas de avaliação por Kahoot por aluno avaliado por UC foram:

  • GCA 74%
  • CIO 82%

No 2º semestre de 2018/2019 as taxas de avaliação por Kahoot por aluno inscrito por UC são:

  • GO 87%
  • GLO 66%

Ao longo do período de implementação desta prática pedagógica, os docentes foram-se apercebendo que alguns alunos escolhiam não participar, apesar de serem

assíduos nas aulas teóricas das UCs em questão. Para perceber as razões desta opção, que se pensava que poderiam estar ligadas a questões emocionais ou de gestão de pressão, foi elaborado um inquérito aos alunos. Pretendeu-se, ainda, perceber qual a perceção dos alunos relativamente ao modelo de avaliação que contempla uma perspetiva de competição pelo TOP.

Foi possível obter um conjunto de 176 respostas, das diversas UCs indicadas, distribuídas da seguinte forma:

  • GCA 30 (17%)
  • GO 61 (35%)
  • GLO 26 (15%)
  • CIO 31 (18%)
  • SS 28 (16%)

Das 176 respostas, 28 (16%) foram de alunos que escolheram não participar neste modelo de avaliação. As razões apontadas para esta escolha foram as seguintes:

– “Achei que iria prejudicar a minha nota final” – 4%

-“Não lido bem com momentos de pressão” – 25%

“Não tinha a certeza se conseguiria estar presente em todas as aulas” – 57%

Avaliação e Monitorização

No inquérito feito aos alunos, foi colocada uma pergunta de resposta aberta, onde os alunos poderiam sugerir oportunidades de melhoria a esta prática. As respostas foram agrupadas nos seguintes pontos principais:

  1. Respostas relacionadas com as perguntas e as respostas aos quizzes:

– Perguntas e respostas concisas, claras e não ambíguas

– Introdução de perguntas de caráter mais prático

– Número e complexidade das perguntas ajustadas ao tempo disponível (alguns sugeriram mais, outros menos perguntas) – Em cada aula, colocar perguntas sobre a matéria dada até à aula anterior, para fomentar mais o estudo contínuo, e não apenas sobre os temas discutidos na própria aula

– Possibilidade dos alunos submeterem questões para serem avaliadas por todos

– Renovação frequente das perguntas colocadas

  1. Respostas relacionadas com a correção dos quizzes:

– Deixar mais tempo para a explicação das respostas certas e erradas

– Disponibilizar os quizzes e as respetivas respostas

  1. Respostas relacionadas com o modelo de avaliação:

– Contabilizar apenas se melhorar a nota final – esta sugestão é reforçada pelos resultados do inquérito que mostrou que 46% dos alunos que escolheram não ser avaliados por este método participaram sempre no mesmo e 32% com frequência.

Estes resultados validam a hipótese levantada pelos docentes em relação aos fatores emocionais relacionados com a pressão do tempo de resposta.

– Não ter o fator “tempo de resposta” em consideração na atribuição do TOP

– Aumentar a percentagem associada a esta componente de avaliação

– Aumentar o fator Bónus (TOP) para 25% dos alunos

– Tornar o método de avaliação mais claro e percetível

  1. Respostas relacionadas com questões técnicas e/ou éticas:

– Problemas de acesso à internet na sala de aula – esta questão poderia ser contornada se esta componente for contabilizada apenas no caso de beneficiar a nota final da UC

– Perguntas simultaneamente em inglês e português (o que não é possível na plataforma kahoot)

-Desenvolver método para evitar/minimizar a possibilidade dos alunos copiarem as respostas uns dos outros – alguns alunos sugeriram a exploração de outras plataformas além do Kahoot, com outras funcionalidades

Carácter Inovador e Transferibilidade

A prática de aplicação de quizzes (perguntas de escolha múltipla) utilizando a plataforma online Kahoot já havia sido descrita anteriormente. Os aspetos inovadores que aqui são propostos dizem respeito à sua integração no modelo de avaliação da unidade curricular e também à atribuição de valores de bónus para os alunos no TOP (e.g. TOP10).

Com base na informação recolhida através do inquérito, foi possível perceber que seria importante discutir com os alunos, desde o início, o que são consideradas boas estratégias na participação nesta componente de avaliação. Em particular, consideramos importante transmitir aos alunos que o fator “tempo de resposta” tem

muito pouco impacto para a contabilização do TOP10 uma vez que o número de respostas corretas no final do semestre é, geralmente, muito variado, o que permite por si só diferenciar os alunos. Esta informação permitirá que os alunos se sintam menos pressionados em competir pelo fator “tempo” de resposta e se concentrem mais em perceber claramente a pergunta, avaliando calmamente as alternativas de respostas. Este método de participação aproxima-se mais dos objetivos propostos, de aprendizagem e trabalho contínuo ao longo do semestre.

Salienta-se, ainda, que as regras e a forma de cálculo da nota final, nesta componente de avaliação, estão detalhadamente descritos no material de cada UC.

Num exercício de benchmarking, consideramos também importante, numa fase inicial:

-ter perguntas e respostas claras, concisas, não ambíguas, e ajustadas ao tempo disponível;

– deixar tempo suficiente no final da aula para explicação das respostas certas e erradas.

Com base nas respostas obtidas, pretende-se igualmente testar e explorar outras das opções sugeridas pelos alunos, nomeadamente a possibilidade de integrar perguntas propostas pelos estudantes, variar o número de perguntas, colocar perguntas de caráter mais prático e sobre matérias discutidas em aulas anteriores.

Por outro lado, outras funcionalidades, desta ferramenta ou outras com objetivo semelhante, poderão ser também exploradas.

 

Integração horizontal entre uma UC da área da formação básica em computação e programação e a UC introdutória do MIEQ

quinta, julho 26th, 2018

Educação Superior ● 2018

Carlos Caleiro (docente DM); Fernando Lau (docente DEM)

Implementação da Boa Prática

Uma das dificuldades que são sentidas frequentemente nas UCs de formação geral nas áreas de Matemática, Computação e Programação advém da fraca motivação que os alunos sentem para o estudo destas matérias que, apesar da enorme importância para os seus cursos, são percecionadas como laterais aos seus interesses.

Esta proposta de Boas Práticas refere-se à colaboração entre os docentes da disciplina de “Computação e Programação” e os docentes de Engenharia Química, Biotecnologia e Sociedade lecionada ao 1º ano de Engenharia Química, com o intuito de elaborar um projeto de avaliação em “Computação e Programação” com conteúdo relevante para as áreas de interesse daquele curso e que, também, possa vir a ser um instrumento útil na investigação daquelas áreas.

Após algumas reuniões preparatórias foi definido que a ação seria implementada recorrendo a um tema único que fosse abordado quer do ponto de vista computacional quer no seu contexto geral relacionado com a Engenharia Química, quer ao nível de processo quer ao nível da sustentabilidade e como desafio societal.

O tema do ano letivo de 2017/2018 foi a simulação do processo de despolimerização, que é relevante para a reciclagem terciária de resíduos plásticos, um tópico que tem atualmente uma enorme visibilidade. O tema foi desenvolvido em termos do conteúdo da UC de “Computação e Programação” como consta do enunciado (ver link). Uma descrição mais completa do processo de despolimerização e do seu contexto encontra-se no capítulo 6 do texto de apoio da disciplina de Engenharia Química, Biotecnologia e Sociedade (ver link), tendo sido abordado numa aula específica em que foi convidado um aluno de doutoramento a desenvolver o seu trabalho neste tema.

Resultados Alcançados

O principal resultado obtido foi a concretização de uma ação coordenada entre duas UCs de índole complementar e garantir que os alunos que iniciaram o seu curso no Mestrado Integrado em Engenharia Química tiveram uma perspectiva clara da importância que os tópicos abordados na UC de Computação e Programação têm para o curso de Engª Química.

Como referido anteriormente a forma de implementação consistiu na elaboração de um enunciado para o projecto de Computação e Programação. O projeto foi resolvido em grupo. Os grupos eram constituídos maioritariamente por 3 alunos e, em geral, resolveram corretamente o problema proposto (74%).

O tópico do mecanismo da quebra de ligações nas moléculas de plásticos durante a despolimerização foi também incluído numa questão do exame de EQBS tendo os alunos obtido uma classificação média de 75 %.

Consideramos a experiência muito positiva e a repetir. É também importante salientar que estão a ser dados passos no sentido de aplicar as técnicas computacionais usadas neste projeto à modelação destes processos (despolimerização e semelhantes) para efeitos de investigação científica, o que constitui uma oportunidade de colaboração entre departamentos diferentes no IST aproveitando sinergias entre áreas de conhecimento diferentes.

Avaliação e Monitorização

Não houve um processo de avaliação formal desta atividade. No entanto, o objectivo da Prática, centrada na motivação para a aprendizagem, resultou numa eficiência na compreensão, por parte dos alunos, da importância que os conhecimentos adquiridos na UC de Computação e Programação apresentam para o curso por eles escolhido.

No ano 2017/2018 esta acção foi considerada como uma acção piloto cujo resultado qualitativo foi realmente positivo de acordo com a percepção dos docentes das 2 UCs e será continuada nos próximos anos, podendo vir a ser implementadas formas de avaliação e monitorização.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Esta experiência pedagógica teve como intuito melhorar a coordenação entre UCs de áreas distintas e facultar aos alunos uma perspetiva diferente das cadeiras de computação e programação, demonstrando a sua aplicação prática em tópicos que têm relevância para a área de formação em que ingressaram.

A principal inovação foi a coordenação não só ao nível da definição do problema mas também a coordenação que foi conseguida em termos de material de apoio que foi disponibilizado, quer através do enunciado do problema para a UC de “Programação e Computação”, quer do material disponibilizado para apoio na UC de “Engenharia Química, Biotecnologia e Sociedade”, em cujo material de apoio foi incluído um capítulo específico sobre a química do processo, a sua relevância enquanto método de reciclagem de resíduos plásticos e, finalmente, sobre os fundamentos mecanísticos que serviram de base à definição do problema para a UC de “Programação e Computação”.

Esta ação pode servir de modelo para colaborações semelhantes entre outras UCs no IST quer de áreas semelhantes quer, como neste caso, de áreas complementares, sendo facilmente transferível para outras situações.

E-Book – Património Cultural: conceitos e critérios fundamentais

quinta, julho 26th, 2018

Educação Superior ● 2018

Helena Barranha (docente DECivil)

Implementação da Boa Prática

O e-book Património Cultural: conceitos e critérios fundamentais foi produzido e publicado no âmbito de Teoria da Conservação e do Restauro, unidade curricular Mestrado Integrado em Arquitectura do Instituto Superior Técnico (DECivil, Área Científica de Arquitectura), e resultou da pesquisa e da prática pedagógica desenvolvida pela docente, tanto no contexto específico desta disciplina, como em trabalhos de investigação relacionados com património arquitectónico.

Esta obra, em formato digital, é uma co-edição da IST Press e do ICOMOS-Portugal e reúne um conjunto de definições essenciais para qualquer abordagem teórica ou prática ao património cultural, dando particular atenção ao património arquitectónico. Neste sentido, o e-book procura articular e sistematizar conceitos e critérios fundamentais, tal como estes se encontram formulados em diferentes cartas e convenções, cruzando essas transcrições com a legislação portuguesa e outros documentos de referência, a nível nacional e internacional.

A preparação do e-book iniciou-se no final do lectivo de 2014-2015 e foi concluída em Novembro de 2016, tendo envolvido a colaboração de vários docentes do Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos do IST, bem como especialistas externos. Motivados pela utilidade desta iniciativa, os especialistas contribuíram de forma generosa e não remunerada para o projecto, o que permitiu que os objectivos fossem alcançados dentro do pequeno orçamento disponível, no quadro do Mestrado Integrado em Arquitectura. Convém sublinhar que esta publicação beneficiou da cooperação institucional entre o IST e o comité português do ICOMOS (International Council on Monuments and Sites). Importa ainda salientar a colaboração de uma ex-bolseira e de uma ex-aluna de Arquitectura do IST nas componentes de documentação e design gráfico.

Resultados Alcançados

Os principais objectivos desta publicação eram organizar conteúdos essenciais para o programa da UC de Teoria de Conservação e do Restauro e, simultaneamente, dar resposta a uma dificuldade sentida por muitos alunos, docentes e profissionais que se dedicam ao património cultural – a dispersão da terminologia técnica por inúmeras fontes impressas e online – sistematizando conceitos determinantes neste campo.

Nas semanas e meses após o lançamento do e-book, foram feitos vários contactos, por e-mail, com instituições académicas e organizações profissionais, no sentido de divulgar a edição. O feedback recebido por esta via foi sempre muito positivo, tendo vários professores de universidades portuguesas e estrangeiras afirmado que iriam incluir o e-book na bibliografia de referência das disciplinas que leccionam. Paralelamente a estes resultados externos, também os alunos de Teoria da Conservação e do Restauro têm reconhecido que a publicação facilita a pesquisa, compreensão e referenciação de conceitos-chave no domínio do património construído.

Desde a data de lançamento do e-book, tem sido monitorizada a respectiva disseminação, a nível internacional e internacional, tanto através das estatísticas referentes ao link da IST Press (obtidas via Google Analytics), como através do número de visualizações e downloads registados nas redes sociais científicas onde a publicação foi disponibilizada. À data actual (15 de Março), o número total de visualizações ou downloads era o seguinte:

  • Cerca de 1.000 visualizações através do site da IST Press, distribuídas sobretudo por Portugal (570) e Brasil (212), mas incluindo também outros países como Espanha, França, Itália, Holanda, Angola, Moçambique e Estados Unidos.
  • Cerca de 250 visualizações através da rede social científica edu, com prevalência de leitores portugueses, mas incluindo também visualizações a partir de vários outros países como Brasil ou Estados Unidos.

Embora estes totais não contabilizem todos os leitores (visto que é impossível impedir que muitos utilizadores partilhem directamente o PDF da publicação sem recurso aos links indicado), é inequívoco que o e-book teve um alcance considerável, tanto em Portugal como no estrangeiro, destacando-se em particular a sua disseminação no Brasil. Face aos dados reunidos, pode concluir-se que este projecto editorial contribuiu para divulgar as práticas pedagógicas desenvolvidas no Instituto Superior Técnico e promoveu a respectiva internacionalização.

Avaliação e Monitorização

Conforme referido no ponto anterior (Resultados Alcançados), os contactos estabelecidos via e-mail com outras universidades e organizações profissionais ligadas ao património cultural têm permitido monitorizar a recepção do e-book junto de diferentes públicos.

Ao mesmo tempo, a utilização do e-book como referência bibliográfica essencial, no contexto da unidade curricular de Teoria da Conservação e do Restauro (TCR), possibilita ter uma percepção mais exacta da sua relevância para os estudantes do Mestrado Integrado em Arquitectura. Decorrendo actualmente, o segundo ano lectivo de utilização do e-book, o balanço é muito positivo, do ponto de vista da interacção com os estudantes dentro e fora da aula. Com feito, verifica-se que os alunos têm hoje uma clara preferência para recursos bibliográficos digitais (em detrimento da consulta de materiais impressos), o que tem facilitado a sua adesão a esta proposta editorial. Um sinal do impacto positivo desta prática é a avaliação do desempenho da docente, tendo-se obtido a classificação de Excelente, no primeiro ano de utilização do e-book no âmbito de TCR (2016-2017).

Em termos de desenvolvimentos futuros e propostas de melhoria, e tendo em conta o elevado número de estudantes estrangeiros que frequentam a disciplina, pensa-se que seria oportuno editar uma versão inglesa desta publicação. No entanto, esta iniciativa dependerá da disponibilidade orçamental para as despesas associadas a tradução e repaginação.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Uma vez que este foi o primeiro e-book em acesso aberto e gratuito publicado pela IST Press, considera-se que pode constituir um exemplo inovador de transferência de conhecimento, do contexto restrito de uma unidade curricular para um público mais alargado. Configurando um modelo de publicação alternativo aos tradicionais manuais académicos, este e-book pode ser utilizado tanto por alunos e docentes universitários como por profissionais que trabalham em conservação e reabilitação patrimonial, ou mesmo por pessoas sem formação específica nestas áreas mas que tenham interesse pela temática do património cultural.

Em sintonia com as recomendações da União Europeia para um incremento da divulgação da produção técnica e científica em formato digital e em acesso aberto, esta publicação procura ultrapassar as fronteiras geográficas, para chegar também públicos de outros países de expressão portuguesa, bastando para isso disporem de um simples telemóvel com ligação à Internet.

Também do ponto de vista formal e editorial este e-book pode inspirar futuras publicações, dentro e fora da Universidade de Lisboa. Assumindo que o formato de livro electrónico deve dar resposta a novos protocolos de leitura, marcados pela procura de sínteses breves que permitam ao leitor perceber rapidamente o teor dos conteúdos, optou-se por inserir um parágrafo introdutório na folha de rosto de cada capítulo. Adicionalmente, introduziram-se hiperligações, com o intuito de facilitar a navegação entre conceitos relacionados; na lista final de referências bibliográficas, este sistema possibilita também o acesso directo e online à maioria das fontes consultadas. Em suma, as referidas soluções gráficas e a forma como os conteúdos foram hierarquizados visam adequar-se a novas práticas de pesquisa, leitura e estudo em suportes digitais, facilitando também a partilha da informação nas redes sociais e científicas.