Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

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Cursos MOOC Técnico em flipped-classroom

quinta, julho 26th, 2018

Educação Superior ● 2018

Ana Moura Santos (docente DM)

Implementação da Boa Prática

No 1º semestre de 2017/18, dois cursos MOOC Técnico mereceram destaque por terem sido integrados em práticas de flipped-classroom: o curso Energy Services (esX) e o curso Valores Próprios (vapX), aos quais a equipa do MOOC Técnico assistiu, tanto na produção e design dos cursos, como nas fases de avaliação e monitorização das práticas.

O flipped-classroom na Unidade Curricular (UC) de Álgebra Linear (AL) envolveu cerca de 90 do 1º ciclo de Engª Informática e Computadores (LEIC-TP). Os tópicos expostos no curso vapX, lançado na plataforma MOOC Técnico a 19 de novembro, correspondem aos conteúdos de um quarto do programa da UC de AL. As aulas teóricas, nas semanas de 10 a 13, foram convertidas em fóruns de discussão alargados, enquanto as aulas práticas e horários de dúvidas (H.D.) se mantiveram nos moldes habituais. A avaliação integrada no MOOC vapX, foi baseada em 5 testes (constituídos por 4 ou 5 exercícios de parâmetros aleatórios) e foi pensada para dinamizar a discussão nas sessões presenciais e H.D. no campus, podendo contar para a média final.

Na UC Gestão de Energia (GE) do 2º ciclo (Mestrados em: Engª Mecânica; Engª de Gestão de Energia, e Engª Ambiente) foram avaliados 235 alunos através da prática de flipped-classroom. O curso esX, disponibilizado entre 8 de outubro e 17 de novembro, aborda os tópicos relativos às semanas 6 a 9 e teve uma avaliação que pôde contribuir para 25% da avaliação em exame. Durante a implementação do flipped-classroom, os alunos completavam previamente as atividades do MOOC, sendo as aulas teóricas utilizadas para aprofundar e discutir os conceitos expostos online e as aulas práticas usadas para consolidar os conhecimentos através da resolução de exercícios. A avaliação do esX esteve dividida em 3 componentes: uma avaliação sobre conteúdos de cada vídeo específico (30%), numa pergunta aleatória sobre cada 1 dos 4 tópicos do MOOC (30%) e um teste final (40%). Esta última componente foi avaliada pelos pares (peer review).

Resultados Alcançados

Na perspetiva da docente da UC de AL, o método de flipped-classroom permitiu aos alunos aprofundar conhecimentos de determinados conteúdos que num ritmo habitual de aulas teóricas de exposição não seria possível alcançar. Observou ainda que não houve diminuição do número de alunos que frequentavam as aulas teóricas. Como resultado da autonomia de estudo e profundidade dos conhecimentos alcançados, num total de 90

inscritos, a taxa de aprovação final dos alunos é de 86%, com 11 alunos a finalizarem a UC com média superior a 17 valores. No curso vapX, 62 alunos da LEIC-TP finalizaram as avaliações com sucesso e os bons resultados refletiram-se, ainda, nas notas do 3º teste, em que mais de 23% dos alunos tiveram notas iguais ou superiores a 16 valores.

Podemos comparar estes resultados com os do grupo de controlo (150 alunos de outras licenciaturas): com uma taxa de alunos aprovados de 89%, mas apenas com 2 alunos a finalizar a UC com média superior a 17 valores (no 3º teste cerca de 18% dos alunos tiveram notas iguais ou superiores a 16 valores).

Ao questionário final dirigido aos alunos da UC de AL responderam 45 alunos onde, quanto à metodologia de flipped-classoom, 76% avalia a experiência como sendo relevante ou bastante relevante e 70% aprecia ou aprecia bastante uma vez que: ajuda na preparação dos testes/exames, ajuda na compreensão dos conteúdos, promove um estudo regular e contínuo tornando os alunos mais motivados mais conscientes do seu próprio método e ritmo de aprendizagem. Para além do exposto, cerca de 73% dos alunos considerou a implementação desta metodologia como essencial para a preparação do 3º teste.

No caso da UC de GE, o docente refere que, em termos globais, a avaliação é positiva e gratificante, uma vez que houve uma boa adesão por parte dos alunos a esta metodologia. Dos 269 inscritos em MEMEC, MEGE ou MEAmb, 201 registaram-se no MOOC e 197 concluíram o curso com sucesso, sendo que 133 alcançaram uma classificação acima de 90%. O docente refere ainda que os alunos, que já tinham visualizado os vídeos, levantaram questões nas aulas que suscitaram um debate mais profundo do que aconteceria caso assistissem ao tópico pela primeira vez. Menciona também que não houve desmobilização dos alunos das aulas pelo facto de estas serem “substituíveis” pela participação no MOOC. A taxa de aprovação sobre os avaliados nesta UC foi de 89%. Ao questionário final dirigido aos alunos inscritos em GE, responderam 44 alunos, onde 82% considera esta metodologia relevante ou bastante relevante e 98% aprecia ou aprecia bastante, uma vez que: possibilita acesso à matéria estruturada, facilita a gestão do tempo, impulsiona um estudo contínuo, é um método mais ativo e desafiante e, assim sendo, oferece uma maior autonomia aos alunos. Para além disso, 89% dos alunos considerou a metodologia essencial na preparação para a avaliação final.

Avaliação e Monitorização

O processo de avaliação da prática de flipped-classroom concretizou-se através da implementação de metodologias de recolha de dados quantitativas (dados finais das UC, da plataforma dos cursos MOOC e inquéritos via questionários) e qualitativas (entrevistas individuais e em grupo, observação direta e participativa), junto dos docentes e dos alunos das UC envolvidas no estudo, com a sua posterior análise.

No caso das entrevistas realizadas no âmbito da UC de AL, foi acrescentado um “grupo de controlo” constituído por 150 alunos das outras três licenciaturas a funcionar no IST-Taguspark (LEE, LEGI e LETI) que, embora tenham tido uma avaliação presencial semelhante, tiveram as aulas teóricas nos moldes habituais.

Em relação a propostas de melhoria na implementação da prática, a docente da UC de AL menciona que deve haver um guia para ajudar os alunos a orientarem-se nos prazos de visualização dos vídeos e mais feedback na resolução dos exercícios de auto-avaliação integrados no MOOC, principalmente nos de nível de dificuldade média e alta. Já o docente da UC de GE refere a necessidade de os alunos serem mais estimulados a seguir a proposta flipped-classoom assumindo as responsabilidades inerentes a esta prática, i.e.

visualizarem primeiro os conteúdos do MOOC para, posteriormente, levarem as dúvidas devidamente estruturadas para discussão nas aulas teóricas.

Quanto aos alunos entrevistados, os da UC de AL, sugerem: um maior estímulo quanto à participação nos fóruns do MOOC, uma discussão mais alargada da resolução dos exercícios e que a avaliação do MOOC tenha mais peso na nota final da UC. Por sua vez, as alunas entrevistadas da UC de GE sugerem o rápido alargamento desta metodologia a outras UC, sendo que uma aluna de mobilidade sublinha a necessidade de existirem cursos MOOC em inglês que possam cobrir integralmente currículos standard, uma vez que para alunos estrangeiros estes cursos constituem um recurso fundamental de aprendizagem em UC do IST.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A implementação das práticas pedagógicas de flipped-classroom recorrendo a MOOC vai ao encontro da linha de ação da comissão de Trabalho “Novas Metodologias no Ensino” do Conselho Pedagógico e também constitui uma recomendação da comissão de visita ao Dep. de Matemática, em particular. É de referir que as práticas de ensino presencial com recurso a conteúdos multimédia, também referidas como práticas de blended learning, têm-se mostrado muito atrativas para alunos e docentes do ensino superior e com bons resultados em escolas de referência como p.ex. MIT, CMU e EPFL.

Ambas as experiências nas UC de AL e de GE do 1º semestre de 2017/18, com recurso aos dois cursos online, foram monitorizadas pela equipa científico-pedagógica do MOOC Técnico e constituem práticas inovadoras, tanto a nível de licenciatura como de mestrado.

Com base nos resultados das avaliações finais, nos feedbacks positivos dos docentes e alunos envolvidos na prática, pode concluir-se que o flipped-classroom com cursos MOOC Técnico têm potencialidades para fomentar uma aprendizagem mais autónoma e independente dos alunos do IST. As entrevistas aos alunos de AL e GE permitem fundamentar algumas destas afirmações, como p.ex. dos 11 alunos de LEIC-TP que se voluntariaram para comparecer, todos afirmaram que recomendariam a utilização da metodologia a outros professores. No questionário respondido pelos alunos de GE, 84% dos alunos afirmou que gostaria que esta metodologia fosse aplicada noutros conteúdos. Esta é uma prática que pode ser aplicada/implementada em muitos outros tópicos dos currículos do 1º e 2º ciclos do IST.

É, ainda, importante referir que, sendo os cursos online abertos a participantes externos e sendo estes participantes ativos nos fóruns de discussão e na avaliação por pares, toda a experiência é enriquecida com contributos externos à UC e à academia.

Uma das questões levantadas pelo grupo de discussão European Forum for Enhanced Collaboration in Teaching (2018) sobre “The European Principles for the Enhancement of Learning and Teaching”: “How are students encouraged to become actors and co-creators of their learning experience?” pode ser respondida com práticas de flipped-classroom similares às descritas nesta proposta.

Acreditamos que, com base em cursos online bem desenhados e com docentes motivados, esta metodologia pode ter sucesso na resposta aos novos desafios do ensino universitário presencial.

Implementação de avaliação formativa com metodologias ativas em aulas teóricas (Kahoot)

quarta, julho 26th, 2017

Educação Superior ● 2017

Alexandra Moutinho (docente DEM), Sofia Sá (NDA.GATu), Rui Garcia (aluno MEMec)

Implementação da Boa Prática

Face à globalização e massificação no Ensino Superior, o envolvimento e a aprendizagem dos alunos passou a ter uma importância crucial nos sistemas de Ensino e nas universidades (Witkowski & Cornell, 2015; Wanner, 2015). Como refere Wanner (2015), “o foco é mais do que nunca compreender e melhorar o envolvimento dos estudantes e, com isso, a experiência do estudante e os seus resultados” (p. 155). O envolvimento dos estudantes nas aulas tem resultados provados na relação com o seu rendimento académico, “mais do que outros indicadores, incluindo a preparação de anos anteriores” (Astin, 1993; Kinzie, 2005; Pascarella & Terenzini, 2005; Trigwell, 2005; Umbach & Wawrzynski, 2004, citados por Bouwma-Gearhart, 2012, p. 181).

Como referem Short e Martin (2011), “embora a natureza do Ensino Superior tenha sido substancialmente alterada (…) os métodos subjacentes parecem ter-se mantido, de alguma forma, estacionários”. Na verdade, “tradicionalmente, as aulas teóricas no Ensino Superior consistem nos professores a comunicar verbalmente informação aos alunos e os alunos a receber e codificar essa informação, passivamente, nas suas memórias” (Boyer, 1990; Michel, Cater III, & Varela, 2009; Stewart-Wingfield & Black, 2005 citados por Ghilay & Ghilay, 2015, p. 10). Apesar desta tendência generalizada, está amplamente provado que as aulas puramente transmissivas apresentam diversas e bem documentadas desvantagens para os alunos e respetivo processo de aprendizagem.

No entanto, autores como Burgan (2006) (citado por Gregory, 2013, p. 116), defendem que os docentes “devem continuar a utilizar aulas expositivas, mas torná-las mais efetivas”, pois os alunos precisam de informação dada de forma direta e clara (op.cit), porque possibilita apresentar informação inexistente noutros locais (Nasmith and Steinert, 2001, citados por Smith & Cardaciotto, 2011). Assim, segundo Smith e Cardaciotto (2011), a combinação das tradicionais aulas expositivas com momentos ativos “deve ser explorada” e os momentos expositivos podem ser “suplementados com métodos de instrução mais envolventes” (Levintova & Mueller, 2015, p.14) permitindo a criação de conexões reais com o docente, em interações promotoras de aprendizagens significativas durante a aula (Gregory, 2013).

É assim possível, em sala, observar comportamentos que sugerem um envolvimento ativo por parte dos alunos. Segundo Franklin (2005, citado por Fotaris et al, 2016), alguns deles são: ouvir atentamente, atenção focada e com contato visual, responder às questões do docente, participar ativamente em atividades, nomeadamente jogos como “quem quer ser milionário” e sistemas de resposta automática/cliquers como Kahoot, utilizar competências de resolução de problemas, entre outros.

Estas metodologias promovem não só um envolvimento melhor dos alunos durante a aula, como se assumem, per si, momentos de avaliação formativa, “avaliação realizada especificamente para gerar feedback sobre a performance de forma a melhorar e acelerar a aprendizagem” (Sadler, 1998, citado por Nicol, D. J., & Macfarlane‐Dick, D., 2006). Desta forma docente e alunos ficam mais conscientes sobre o nível de aprendizagem do grupo e podem definir estratégias para ultrapassar os desafios encontrados durante a aula.

Neste sentido, foram implementados momentos de avaliação formativa com metodologias ativas nas aulas teóricas de Controlo de Sistemas, ministradas no 3º ano dos cursos de Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica e de Licenciatura em Engenharia e Arquitetura Naval. Esta implementação arrancou no início do segundo semestre do ano letivo de 2016/17 e tem ocorrido em todas as aulas ministradas nesta Unidade curricular.

O recurso utilizado tem sido a plataforma Kahoot, um sistema de resposta automática que permite ao docente apresentar questões, normalmente de escolha múltipla. Estas questões são respondidas pelos alunos (idealmente com identificação anónima) com tempo limite, através de dispositivos eletrónicos (PC, Tablet, Smartphone), sendo as respostas automaticamente validadas. É apresentado também um gráfico de barras após o término do tempo de resposta, indicando quantos alunos responderam a cada opção e qual a opção correta. Esta ferramenta de avaliação formativa permite ao docente e aos alunos analisar em tempo real o grau de conhecimento face às questões colocadas e identificar os aspetos (erros comuns) que requerem mais esclarecimentos. Por outro lado, promove a realização de momentos de aprendizagem ativa durante a aula teórica. Nas figuras Figura 1 e Figura 2 apresenta-se um exemplo de aplicação de Kahoot realizado numa aula.

  Figura 1 – Ecrã com a questão colocada pelo professor

Figura 2 – Ecrã para resposta dos alunos à questão colocada na Figura 1

Salienta-se ainda que é possível também guardar os resultados obtidos durante a aplicação do Kahoot para análise posterior (Figura 3 e Figura 4).

 Figura 3 – Excel parcial com melhores resultados obtidos durante a aplicação de um Kahoot (4 questões) em aula teórica

 Figura 4 – Excel parcial com piores resultados obtidos durante a aplicação de um Kahoot (4 questões) em aula teórica

Resultados Alcançados

Foi aplicado em aula um questionário breve para aferir a opinião dos alunos relativamente à implementação do Kahoot em sala de aula. Abaixo apresentam-se as questões colocadas assim como os respetivos dados obtidos na resposta de 85 alunos.

Em relação à questão “Assinala as 3 principais vantagens da utilização do Kahoot nas aulas teóricas”, em que foram dadas as opções:

  1. Aulas mais interativas
  2. Perceber melhor o que entendi e o que não entendi
  3. Quebra na transmissão teórica da matéria
  4. Receber feedback instantâneo quanto ao meu grau de conhecimento
  5. Ajuda a manter a atenção nas aulas
  6. Perceber o raciocínio na escolha da resposta certa e na eliminação das erradas
  7. A possibilidade de discutir as opções com os/as colegas
  8. Outras Quais?

 

os alunos responderam nas proporções indicadas no gráfico apresentado na Figura 5. As três principais vantagens foram “Aulas mais interativas” (70.2%), “Perceber melhor o que entendi e o que não entendi” (65.5%) e “Receber feedback instantâneo quanto ao meu grau de conhecimento” (53.6%).

Figura 5 – Respostas à questão “Assinala as 3 principais vantagens da utilização do Kahoot nas aulas teóricas”

Em relação à questão “Assinala as 3 principais desvantagens da utilização do Kahoot nas aulas teóricas”, em que foram dadas as opções:

  1. Perda de tempo / atividade irrelevante
  2. Quebra na transmissão teórica da matéria
  3. Necessidade de ter um dispositivo compatível e funcional na aula
  4. Ter que participar nesses momentos da aula
  5. Menos tempo para a exposição teórica
  6. Agitação gerada nesses momentos
  7. Perguntas são sempre de escolha múltipla
  8. Outras Quais?

Os alunos responderam nas proporções indicadas no gráfico da Figura 6. As três principais desvantagens foram “Agitação gerada nesses momentos” (58.8%), “Necessidade de ter um dispositivo compatível e funcional na aula” (45.9%) e “Perguntas são sempre de escolha múltipla” (32.9%).

Figura 6 – Respostas à questão “Assinala as 3 principais desvantagens da utilização do Kahoot nas aulas teóricas”

Relativamente à questão “Devo continuar a utilizar o Kahoot nas aulas teóricas?”, 98.9% dos alunos responderam afirmativamente, sendo que, destes, 56.5% preferem que o Kahoot apenas seja aplicado uma vez por aula (Figura 7).

Figura 7 – Respostas à questão “Devo continuar a utilizar o Kahoot nas aulas teóricas?” 

À questão “Achas que deve ser utilizado também nas aulas práticas desta Unidade Curricular”, 70.6% dos alunos consideram que não (Figura 8).

Figura 8 – Respostas à questão “Achas que deve ser utilizado também nas aulas práticas desta Unidade Curricular?”

À questão “Achas que deve ser utilizado noutras Unidades Curriculares também?”, 92.9% dos alunos responderam afirmativamente (Figura 9).

Figura 9 – Respostas à questão “Achas que deve ser utilizado noutras Unidades Curriculares também?”

Apresentam-se de seguida algumas das respostas obtidas na pergunta de texto livre “Diz algo sobre a tua experiência com a implementação do Kahoot em aulas teóricas”:

  • “A professora Alexandra Moutinho implementa este sistema nas aulas de Controlo de Sistemas e permite ter aulas dinâmicas sem nunca esquecer o objectivo pedagógico final. Este método coloca os alunos com alto nível de concentração e em competição saudável (e divertida) com os seus colegas”;
  • “Tem sido bastante bom, ajuda a perceber o raciocínio das perguntas de escolha múltipla dos testes”;
  • “O Kahoot! permite ter uma noção do conhecimento e duma forma interativa aprender e absorver certos aspectos da matéria que, se fossem dados apenas pela exposição teórica, não seriam apreendidos”;
  • “Melhora a aprendizagem de conceitos teóricos e fiquei muito feliz quando fiquei em primeiro”;
  • “Gosto da aplicação dos kahoot nas aulas. Pessoalmente não vejo desvantagens na utilização deste método, mas escolhi três porque era obrigatório. Gosto muito :)”;
  • “Inicialmente não me pareceu muito positivo, devido à confusão que se gerava, mas ao longo do semestre com a diminuição da assiduidade dos alunos, a utilização dos kahoot tornou se muito mais vantajoso”;
  • “Penso que é útil para cativar os alunos, especialmente nas teóricas, onde muitos estão presentes fisicamente, mas a sua atenção está em outra actividade”;
  • “Fez-me prestar mais atenção as aulas. O acompanhamento da matéria foi mais fácil e senti mais envolvimento do professor. Otima iniciativa”;
  • “Ajudou-me a assentar novos conhecimentos duma maneira muito mais permanente do que uma comum aula teórica”;
  • “Peso das vantagens muito superior em relação às desvantagens”
  • “Bom para saber o meu nível de conhecimento da matéria através de competitividade saudável entre os alunos”;
  • “Dou aulas noutra faculdade e comecei a usar o mesmo método lá. Excelente ideia!”;
  • “Considero que me ajudou a resolver certos equívocos na compreensão da matéria que provavelmente só seriam reparados aquando do estudo para testes”;
  • “Efectivamente é a única aula teórica a que consigo perceber a matéria, prestar atenção e estudar. E ao mesmo tempo”;
  • “É bastante interactivo e aumenta a atenção nas aulas de alunos que não têm interesse na matéria. Aumenta a competitividade na aula durante o Kahoot. É bastante satisfatório quando se fica em primeiro lugar”;
  • “Permite ter mais atenção durante as aulas e dinamiza e estimula a participação. Também é um excelente método na medida em que no fim da aula percebemos, através das questões, quais os principais tópicos a abordar e o método de raciocínio na resolução dos problemas”;
  • “Penso que é uma maneira inovadora de chamar a atenção dos alunos que por enquanto é bastante eficaz. Para além disso ajuda na compreensão da matéria dada na aula, ajudando-nos a estar a par da matéria. Requer um esforço adicional dos professores e se for bem explorado ajuda até mesmo a expor a matéria teórica/prática. Pessoalmente tem me ajudado imenso na disciplina de controlo, pelo que sou a favor. No entanto penso que tem de ser bem organizado pois é motivo de alguma agitação”;
  • “É interessante porque o próprio sistema de pontuação embora anónimo faz-me estar atento para no final tentar ficar no top. E fundamentalmente torna a aula muito mais interativa e retira a normal monotonia de uma aula teórica comum. É uma boa ferramenta de apoio à aula e de feedback se a matéria está a ser aprendida ou não”;
  • “Mudou a minha atenção à aula bem como aumentou a vontade de aparecer na aula”;
  • “Presença mais assídua nas aulas e avaliação instantânea dos conhecimentos”;
  • “Muito bom. Motiva e faz alguma pressao saudavel para estudarmos em casa. Acorda os alunos!”

Avaliação e Monitorização

A implementação desta prática nas aulas teóricas, por constituir uma prática inovadora, foi acompanhada de um certo nível de expectativa nomeadamente sobre o seu efeito na satisfação dos alunos e nos resultados da Unidade Curricular.

Em relação à satisfação dos estudantes, nas primeiras aulas, o nível de atenção face à reação dos alunos às atividades propostas foi elevado. Apesar das reações positivas, considerou-se necessária a realização do questionário de satisfação para aferir melhor o feedback dos alunos. Propõe-se a realização deste questionário em próximos semestres de aplicação da prática para monitorizar se a aplicação desta metodologia continua a ser do agrado dos estudantes.

No que toca aos resultados obtidos na Unidade Curricular, far-se-á a comparação dos obtidos neste semestre com os de semestres anteriores – nomeadamente das notas dos testes de avaliação contínua – para aferir se a aplicação de metodologias ativas surtiu efeitos neste sentido. Propõe-se a realização desta comparação em todos os semestres em que as metodologias de aprendizagem ativa, incluindo avaliação formativa, sejam implementadas.

Carácter Inovador e Transferibilidade

As aulas teóricas no ensino superior são, de um modo geral, expositivas, com reduzida participação dos alunos mesmo quando solicitada. A utilização do Kahoot permite que todos os alunos, mesmo os mais tímidos, participem nas aulas, respondendo às questões colocadas. O espírito competitivo do Kahoot, que permite atribuir uma pontuação por resposta certa e proporcional à rapidez na mesma, motiva os alunos a participar. O gráfico de barras que é apresentado no fim do tempo de resposta atribuído a cada questão, indicando quantos alunos responderam a cada opção, permite ao professor (e alunos) verificar quais os erros mais frequentes e esclarece-los atempadamente antes das avaliações.

Os aspetos inovadores na utilização deste tipo de ferramenta em aulas teóricas são: i) a dinâmica criada na aula, ii) o feedback imediato à avaliação formativa feita, e iii) o espírito competitivo em forma de jogo, motivador da participação dos alunos.

O Kahoot é uma aplicação gratuita e acessível a toda a comunidade. Apesar de ter algumas limitações (ex. limite de carateres nas perguntas e respostas, limite de 4 respostas, tipologia das questões é principalmente de escolha múltipla), a sua utilização é intuitiva e de fácil aprendizagem. Necessita, porém, que a sala de aula tenha boa cobertura wifi (o que não se verifica, infelizmente, em todo o campus Alameda). A transferibilidade desta prática para outros estabelecimentos de ensino superior foi já demonstrada, como testemunhou um dos alunos na sua resposta livre: “Dou aulas noutra faculdade e comecei a usar o mesmo método lá. Excelente ideia!”.

No Instituto Superior Técnico é ministrada uma formação pelo Núcleo de Desenvolvimento Académico – GATu, denominada “Ferramentas Online em Sala de Aula: Kahoot”, de 120 minutos, aberta a todos(as) os(as) docentes do IST e da Universidade de Lisboa onde se podem adquirir os conhecimentos necessários para iniciar a aplicação desta plataforma em sala de aula.

Por outro lado, todos os(as) docentes interessados(as) em assistir às aulas teóricas de Controlo de Sistemas são bem vindos(as), dado que a visualização da aplicação permitirá ter uma perspetiva mais ampla da dinâmica estabelecida em sala de aula.

Da aprendizagem já feita durante a sua (curta) aplicação este semestre, surgem as seguintes recomendações:

  • Formulação das questões e respetivas respostas deve ser clara e concisa;
  • Realizar um Kahoot por aula com cerca de 4 questões de modo a haver tempo de esclarecer eventuais dúvidas e não ocupar demasiado o tempo necessário à exposição da matéria;
  • As questões devem focar principalmente a matéria determinante (base) da unidade curricular;
  • As opções de resposta fornecidas devem cobrir os erros típicos no raciocínio de modo a ser possível identificar e esclarecer os mesmos em sala de aula, antecipando a ocorrência destes em avaliação.

 

D-Day

quarta, julho 26th, 2017

Educação Superior ● 2017

Lurdes Farrusco (DEI)

Implementação da Boa Prática

O D-DEI é o Dia do Departamento de Engenharia Informática, que acontece uma vez por ano.

Durante esse dia de trabalho, todos os docentes e funcionários não docentes do DEI reúnem-se num local fora do IST, a partir de pequeno-almoço e até ao jantar, realizando-se diversas sessões em plenário cujos temas e contribuições são antecipadamente preparados e cuja documentação é disponibilizada com antecedência.

Entre os assuntos abordados sobressaem a apresentação de propostas inovadoras ou de melhoria das atividades pedagógicas e de investigação, a proposição de iniciativas de caráter estratégico visando o desenvolvimento do papel do DEI no IST e na Sociedade e a apresentação dos novos docentes, bem como a apreciação dos aspetos organizacionais e dos serviços deste departamento que opera vários cursos nos campi da Alameda e Tagus. É dada particular relevância à participação ativa de cada membro do DEI, em particular dos mais novos, num ambiente focado na abertura para ouvir e entender as suas ideias, as suas propostas, os problemas com que se confrontam e os desafios com que gostariam de se confrontar. Igualmente é dada oportunidade aos docentes mais seniores para comunicarem os seus pontos de vista e darem a conhecer os objetivos de desenvolvimento das atividades do DEI que se propões assumir dadas as suas posições hierárquicas e responsabilidades académicas.

A realização do D-DEI insere-se também no processo contínuo de autoavaliação departamental que teve inicio em 2016.

 

Resultados Alcançados

Da realização do 1º D-DEI em 2016 resultou a nomeação de um grupo de trabalho encarregue de dar início ao processo de definição de um plano Estratégico para o DEI, cujo resultado foi apresentado e validado em outubro de 2016 em Conselho de Departamento e que serviu de base estruturante para a formulação do programa de candidatura e a proposta de atuação da equipa de gestão do DEI 2017-2018, eleita em novembro de 2016.

Resultou ainda a decisão de se criar um grupo de trabalho para estudar o Ensino Horizontal da Informática no IST. Resultou também deste encontro a proposta de elaboração de um novo DFA em Informática em parceria com a Universidade Aberta a qual já foi aprovada em 2017 no DEI e submetida ao Conselho de Gestão do IST. Finalmente foi decidido iniciar a análise da criação de um mestrado em Data Science em parceria com outros departamentos do IST.

Avaliação e Monitorização

O Relatório de Autoapreciação do DEI submetido no final de 2016 incorporou já muitos contributos diretamente resultantes da realização do D-DEI 2016. No D- DEI 2017, que se realizará dia próximo 10 de Abril, far-se-á a apresentação dos resultados das ações implementadas em consequência do D-Day de 2016 e a recolha de sugestões de melhoria deste instrumento inovador da atuação do Departamento.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A pressão das operações do dia-a-dia no seio de um departamento do IST é tremenda, deixando pouco espaço mental e poucos recursos humanos disponíveis para se prosseguir com foco, determinação e continuidade objetivos e linhas de ação de mais longo prazo. Desta forma, na prática, o espaço para num contexto departamental de pensar futuro, se conceberem, estudarem avaliarem, compararem estratégias, para se dialogar e debater alternativas, e para nos ouvirmos de forma personalizada, individualizada, presencialmente uns aos outros, não ocorre de forma espontânea, nem se prosseguem de forma sistemática.

A criação do D-DEI formalizou no quadro formal do serviço docente da escola um espaço temporal, físico, organizacional, especificamente dedicado a estes aspetos mais profundos, estratégicos fundamentais para a escola e para cada um dos seus colaboradores. Os documentos resultantes, as avaliações posteriormente feitas aos resultados alcançados, os contactos interpessoais estabelecidos, constituem património valioso a ser preservado, trabalho e comunicado de forma a dar vida real ao espaço de elaboração , debate, construção, desenvolvimento e avaliação de estratégias construídas bottom-up ou a ser implementadas top-down, com o envolvimento de alma e coração dos membros da comunidade académica.

Nada obsta a que esta tipológica de pratica académica seja adotada de forma alargada por toada a Escola, devidamente customizada às diferentes realidades que são os vários departamentos e outras unidades de serviços e de investigação do IST: Divulgação da Prática.

Dissertação de Mestrado. Aceitas o desafio?

quarta, julho 26th, 2017

Educação Superior ● 2017

Maria Beatriz Silva (docente DEM)

Implementação da Boa Prática

O projecto intitulado “Dissertação de Mestrado – Aceitas o desafio?” tem como objectivo auxiliar os estudantes na realização da Unidade Curricular (UC) de Dissertação de Mestrado do Instituto Superior Técnico (IST). Esta UC contempla conteúdos próprios e distintos das restantes UC de Mestrado, existindo recorrentemente lacunas no cumprimento dos formalismos e rigor científico exigidos nesta UC. Estas lacunas estão muitas vezes na origem da procrastinação por parte dos alunos no desenvolvimento das várias fases do trabalho de Dissertação, o que origina uma taxa de finalização em tempo útil muito abaixo do esperado.

A equipa responsável pela concepção e implementação do workshop é constituída pela Profª. Ana Carvalho do Departamento de Engenharia e Gestão, pelo Prof. João Ramôa Correia do Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos, pela Profª. Maria Beatriz Silva do Departamento de Engenharia Mecânica e pela Dra. Isabel Gonçalves do Núcleo de Desenvolvimento Académico/GATu.

Durante um ano, esta equipa multidisciplinar preparou o workshop “Dissertação de Mestrado – Aceitas o desafio?”, composto por quatro módulos (aspectos emocionais e interpessoais; metodologia de trabalho; escrita da dissertação e resumo alargado; apresentação e defesa da dissertação) e um manual de apoio. No ano letivo 2013/14, realizaram-se apresentações piloto aos Mestrados de Engenharia Civil, Arquitectura, Engenharia Mecânica e Engenharia e Gestão Industrial. A resposta por parte dos alunos foi muito positiva, tendo sido amplamente reconhecida a importância e utilidade desta iniciativa. Com base neste sucesso, o Conselho Pedagógico do IST incentivou a oficialização do workshop, tendo este sido aprovado pela Comissão de Ensino do Conselho Científico do IST.

O workshop funciona desde 2014/15, e realizam-se três sessões deste workshop por semestre, duas no campus da Alameda e uma no campus do TagusPark, sendo as sessões abertas a todos os estudantes inscritos na UC de Dissertação de Mestrado do IST. As apresentações do workshop e o manual de apoio estão disponíveis online.

Resultados Alcançados

O workshop de Dissertação tem obtido muito boa aceitação junto dos Coordenadores de Mestrado, docentes orientadores de dissertação e sobretudo junto dos estudantes inscritos na UC de Dissertação de Mestrado.

A Figura apresenta os resultados relativos ao número de inscritos e participantes nas várias edições do workshop, agregando-os por ano lectivo.

Em cada ano lectivo realizam-se entre 3 e 4 edições, dependendo do número de inscritos e procurando abranger estudantes dos dois campi (Alameda e Tagus Park) e disponibilizar um horário de manhã e um horário de tarde.

Os resultados confirmam o crescente interesse dos estudantes por esta iniciativa, verificando-se uma taxa de participação elevada.

Os estudantes são maioritariamente do 5º ano, no entanto há inscrições de estudantes de todos os anos curriculares.

Os estudantes participantes são de todos os programas de Mestrado do Instituto Superior Técnico, em que os com mais expressão são os seguintes:

Engenharia Civil (MEC); Engenharia Mecânica (MEMec); Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (MEEC); Engenharia Biomédica (MEBiom); Engenharia Informática e de Computadores (MEIC); Engenharia Aeroespacial (MEAer); Engenharia e Gestão Industrial (MEGI).

Por solicitação dos estudantes de Erasmus, realizou-se a tradução de todo o material de apoio ao workshop na língua inglesa, tendo-se também realizado um workshop em inglês.

Avaliação e Monitorização

Para este workshop, que vai apenas no seu 3º ano de funcionamento, não foi ainda implementado um inquérito de satisfação. Contudo, uma das prioridades para o próximo ano lectivo será a sua entrada em funcionamento.

A satisfação dos estudantes que participam no workshop é visível pelo aumento dos estudantes participantes de edição para edição, e ainda pelo feedback não formal que a equipa organizadora recebe no final das sessões e por email.

Todos os módulos incluem um período de pergunta/resposta, particularmente valorizado pelos estudantes, que de outro modo não saberiam a quem dirigir.

O material de apoio tem sido revisto e optimizado continuamente ao longo das várias edições, tendo em conta as questões e feedback dos estudantes.

Prevê-se alargar a oferta do workshop na língua inglesa, estando planeado no futuro a preparação de vídeos dos quatro módulos.

Recentemente, foi publicado pelo Núcleo de Estatística e Prospectiva a “Caraterização dos Alunos de 2º Ciclo inscritos em Dissertação – 2007/08 – 2014/15” em que identifica a dificuldade dos estudantes inscritos na UC de dissertação de mestrado em a concluírem no tempo previsto, para mais informações consultar link.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Esta iniciativa, tanto quanto sabemos, neste formato interdisciplinar e integrado é inovadora no Instituto Superior Técnico e na Universidade de Lisboa.

O workshop foi apresentado nas Jornadas Pedagógicas do Técnico em 2014 e no Congresso Nacional de Práticas Pedagógicas do Ensino Superior – CNaPPES em 2015. O feedback recebido pelos pares foi extremamente positivo e revelou interesse em implementar noutras universidades um programa semelhante.

Actualmente, o Conselho Científico do Instituto Superior Técnico está interessado na adaptação do workshop para os estudantes do 3º ciclo.