Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Archive for the ‘Igualdade de Género’ Category

FOSTWOM: Um projeto Erasmus+ com projeção no público STEM feminino

quarta, novembro 29th, 2023

Boa Prática Reconhecida | Educação|2023

Ana Moura Santos, Luis Coimbra Costa e 
Área de Assuntos Internacionais - Núcleo de Relações Internacionais (NRI)

 

Implementação da Prática

O projeto FOSTWOM-FOSTering WOmen to STEM MOOCs (2019-2022), um projeto Erasmus+ KA2 Cooperation for Innovation[1], tinha como finalidade atrair jovens mulheres e raparigas para a área STEM, usando o potencial dos MOOC, enquanto ensino aberto e democrático. No contexto deste projeto, a equipa MOOC Técnico produziu um curso online com a coautoria de Ana Moura Santos, “Machine Learning, Maths and Ethics: Hands-on”[2], que motivando estudantes dos primeiros anos do Técnico para a área de Aprendizagem Automática/ Machine Learning, tinha como objetivo particular atrair as raparigas, não só as que se inscrevem no Técnico Lisboa, mas de outras comunidades estudantis. Paralelamente, uma outra equipa coordenada por Luis Felipe Costa desenvolveu uma ferramenta de software para integrar aspetos motivadores em cursos online a que deu o nome de Heroic Learning Journeys[3].  No sentido de alcançar o duplo objetivo de atrair raparigas para cursos STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) e manter o seu nível de motivação elevado, fez-se uso de recursos tecnológicos e digitais, a que se deu o nome de Heroine’s Learning Journey (HLJ). Para uma aplicação em cursos MOOC da plataforma MOOC Técnico, foram assim produzidos uma série de vídeos motivacionais que conduzem tanto as participantes inscritas (raparigas), como os participantes em geral, através da jornada heróica HLJ enquanto aprendizes de um tópico STEM. A eficácia desta jornada para efeitos de aprendizagens STEM e consciencialização do gender gap em Aprendizagem Automática/ Machine Learning foi principalmente testada na 2ª edição (2022) do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on”[4], que foi cofinanciado pelo projeto FOSTWOM. Na primeira edição do MOOC, o total de pessoas inscritas tinha sido 320, enquanto que na segunda edição houve 366 pessoas inscritas. Na primeira edição do curso, somente 35% de inscrições eram do sexo feminino, enquanto na segunda edição do curso, com a Jornada Heróica HLJ, o número de participação feminina subiu para 60% do total de inscrições, havendo uma percentagem bastante elevada de estudantes brasileiras.

[1] https://fostwom.eu

[2] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2021/about

[3] https://heroicjourneys.life/about/

[4] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2022/about

Resultados Alcançados

Este projeto desenrolou-se assim em duas componentes principais, uma primeira componente (janeiro 2021 a dezembro 2021) em que foi desenhado, produzido e lançado pela 1º vez o MOOC “Machine Learning, Maths and Ethics: Hands-on”[1] e uma segunda componente, em que foram produzidos 12 vídeos, e 1 teaser, que dão suporte de imagem às etapas motivacionais num percurso (feminino) de aprendizagem na área STEM, e que constituem a base da Heroine’s Learning Journey (HLJ)[2]. Durante a implementação da 2ª edição do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on”[3] o percurso de aprendizagem era conduzido através das 12 etapas da Heroine’s Learning Journey.

Alguns resultados obtidos:

Com 30% de participantes do sexo feminino na 1ª edição do MOOC, que contou com 320 inscrições, as respostas aos questionários inicial e final do curso online demonstram que 38,6% concordam totalmente com a afirmação “Estou ciente do gender gap nas áreas STEM” no questionário inicial e 47% afirmaram que concordam totalmente com a afirmação no questionário final. Este é um indicador que aumentou o número de pessoas conscientes do gender gap em STEM, e que passam a concordar com essa afirmação depois de realizarem o curso.

Com 60% de participantes do sexo feminino na 2ª edição do MOOC, que contou com 366 pessoas inscritas, as respostas aos polls integrados no curso mostram que os vídeos motivacionais da HLJ ajudaram as pessoas participantes, além de adquirirem conhecimentos práticos de Aprendizagem Automática/ Machine Learning, a tomar consciência do gender gap nesta área. No questionário final, ao responderem à questão sobre a importância de cada uma das etapas/elementos da HLJ para os seus estudos, cabe destacar que a opção 5 (“é muito importante”) foi selecionada por 60,0%-74% das pessoas respondentes, dependendo da etapa em questão. A segunda opção mais selecionada para as etapas em geral foi a opção 4 (“é importante”) que teve uma representatividade de 20,0%-25,7%.

[1] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2021/about

[2] https://heroicjourneys.life/about/

[3] https://courses.elearning.tecnico.ulisboa.pt/courses/course-v1:MOOCs+lematecX+2022/about

Avaliação e Monitorização

Para avaliação e monitorização da prática usámos os questionários inicial e final dos MOOC, estatísticas registadas na plataforma e uma sessão de Training do FOSTWOM dedicada à avaliação da HLJ. As respostas submetidas de modo anónimo permitem inferir o impacto que este projeto poderá ter nas escolhas futuras das raparigas que participaram ativamente nas duas edições do MOOC. Já referimos alguns exemplos das questões levantadas e respetivas percentagens de resposta. Deixamos aqui alguns feedbacks e comentários de participantes.

Durante a 1ª edição do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on”, entre as 320 pessoas inscritas, 45% eram estudantes ou alumni IST, 8% tinham idade inferior a 21 anos e 35% identificaram-se com o sexo feminino. No questionário final ficou o seguinte comentário:

“Este curso foi incrível. Agradeço a todos que dedicaram seu tempo e esforço para disponibilizar este curso, também gratuito. Não tenho certeza se posso dizer que minhas opiniões sobre a diferença de gênero em STEM mudaram. Mas, como mulher, me sinto mais confiante em relação ao tópico de aprendizado de máquina. Seria ótimo ter uma Parte 2 deste curso. Obrigado.”

Na 2ª edição do MOOC “Machine Learning, Maths & Ethics: Hands-on” em que as pessoas seguiam os conteúdos através das 12 etapas da Heroine’s Learning Journey, temos com base nas respostas ao questionário inicial, um interessante perfil sociodemográfico: a maioria de respondentes estavam na faixa etária dos 14-28 anos (73%) e identificaram-se com o sexo feminino (60%). Eis um comentário deixado no questionário final:

“A experiência do curso foi muito interessante, pois além de ter haver (sic) com algo de meu interesse, a informática, nos incentivou que não importa quem somos, devemos seguir nossos sonhos, independente do gênero.”

Finalmente, numa das sessões do 3º Training do FOSTWOM, 12 participantes, experientes em conteúdos académicos online, foram chamados a avaliar os vídeos da HLJ, em particular, e a jornada no seu geral, respondendo à questão: “Acredito que a HLJ, como um todo, tem um grande potencial para motivar mulheres a participar em cursos online na área STEM”. A maioria das pessoas presentes concordaram completamente (8%) ou concordam (58%) com esta afirmação.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Observando os dois resultados principais: o MOOC “Machine Learning, Maths and Ethics: Hands-on”, desenhado com uma perspetiva ética e de género, e a Heroine’s Learning Journey, com as suas 12 etapas motivacionais, podemos concluir que enquanto o curso online já inova na sua narrativa de inclusão de aspetos societais numa matéria de interesse de estudantes de Engª do IST, a segunda ferramenta é totalmente inédita e com potencialidades de ser aplicada em muitos outros conteúdos STEM. Além disso, sendo que ambos os conteúdos são disponibilizados online e de modo inteiramente aberto e livre, torna-se possível com o enquadramento adequado chegar com êxito a locais, onde as oportunidades de carreiras STEM para grande parte das raparigas são raramente consideradas. Vejamos o seguinte exemplo.

Na altura da segunda edição do curso online, graças à sua divulgação na internet, um professor de secundário da cidade de Recreio-MG, Brasil, interessou-se por trazer a iniciativa para esta cidade do interior de Minas Gerais. Foi assim que se estabeleceu uma parceria com a Escola Estadual Olavo Bilac, senso que a escola disponibilizou o laboratório de informática para que as estudantes pudessem realizar o curso a partir dos computadores desse laboratório. As jovens estudantes só poderiam participar no curso mediante este suporte informático, uma vez que não tinham computadores nem acesso à internet nas suas casas. Além disso, para este contexto especial, a tutora da segunda edição do curso, Larissa Galeno, dedicou um dia por semana para dar apoio remoto às participantes de Recreio, criando um grupo no WhatsApp para facilitar a comunicação. No total, das 30 candidatas que preencheram o formulário para obter o apoio da Escola Estadual Olavo Bilac, foram selecionadas 14 jovens, com idades entre 15 e 21 anos. Estas 14 raparigas tiveram a oportunidade de usar os laboratórios para obterem a formação de 3 meses baseada no MOOC, e dessas, 11 terminaram o curso online com sucesso, recebendo o certificado do IST, Universidade de Lisboa.

#MulheresNoTécnico: Campanhas nas Redes Sociais do ComunicaCiência

terça, novembro 8th, 2022

Comunicação● 2022

#MulheresNoTécnico: Campanhas nas Redes Sociais do ComunicaCiência

https://www.facebook.com/media/set/?vanity=tecnico.ulisboa.pt&set=a.10157965097997882

Implementação da Prática

O grupo ComunicaCiência (Boa Prática ObservIST 2021) é coordenado pela Área de Comunicação, Imagem e Marketing (ACIM) e junta todos os responsáveis de comunicação das 23 unidades de investigação associadas ao Instituto Superior Técnico e da Área de Transferência de Tecnologia. Foi criado em Setembro de 2019, com a introdução de novas práticas para a Comunicação de Ciência do Instituto Superior Técnico.

A criação e dinamização deste grupo pretende aproximar a estrutura de comunicação de cada uma das unidades, com as suas diferentes realidades, à estrutura de comunicação central do Técnico, bem como fomentar um espírito de corpo comum. Desta forma, este grupo concretiza-se através de:

  1. encontros mensais com todos os membros do grupo, coordenado pela ACIM.
  2. formações em comunicação de ciência
  3. conceção e desenvolvimento de atividades conjuntas de divulgação e promoção da ciência

Entre as atividades conjuntas de divulgação feitas pelo grupo, têm-se destacado as campanhas nas redes sociais com Mulheres Cientistas do Técnico, concentradas na hashtag #MulheresNoTécnico. As ideias são trabalhadas nas reuniões conjuntas deste grupo e operacionalizadas pela Área de Comunicação, Imagem e Marketing do Técnico, com colaboração direta dos responsáveis de comunicação de cada Unidade de Investigação.

As unidades representadas no ComunicaCiência são: CEAFEL; CAMGSD; CENTRA; MARETEC; C2TN; CENTEC; CEG-IST; IN+; CeFEMA; CFTP; CEMAT; CQE; CERENA; CiTUA; iBB; IDMEC; INESC-ID;

INESC-MN; IPFN; ISR; IT; CERIS; LIP. A Área de Transferência de Tecnologia do Técnico integra também o grupo.

Resultados Alcançados

Esta vontade comum de promovemos a diversidade de perfis, a paridade no acesso e participação na ciência e uma plena igualdade de género nas funções relacionadas com a investigação levou o Grupo ComunicaCiência a preparar, em 2021, uma campanha conjunta nas redes sociais intitulada “Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência”, celebrada a 11 de fevereiro. Nesse contexto contámos as histórias de 42 mulheres cientistas do Técnico que mostraram o seu trabalho a partir da premissa “Eu sou cientista porque…”. O uso da hashtag #MulheresNoTécnico permitiu agrupar todas as histórias mas também estimular outras investigadoras e futuras cientistas do Instituto Superior Técnico a partilharem também a investigação que desenvolvem e o porquê de serem cientistas. Para além disso, foi criada uma moldura no Facebook alusiva ao evento, que podia ser usada por qualquer utilizador da plataforma. A campanha teve versões diferenciadas no Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIN (em colaboração com a Área de Transferência e Tecnologia do Técnico).

Um ano depois, a 8 de março de 2022, e celebrando o Dia Internacional da Mulher, o ComunicaCiência voltou a preparar uma campanha com a mesma missão, em moldes renovados, reavivando a hashtag #MulheresnoTécnico. Foi partilhado o percurso e as histórias de 11 investigadoras do Instituto Superior Técnico, que nos mostraram as fontes de inspiração que as conduziram para uma carreira no mundo da ciência e da engenharia. Ouvimos também algumas dessas pessoas, que apontam caminhos sobre a forma de motivar para uma carreira científica as pessoas mais motivadas e competentes, independentemente do género. Dos professores do Técnico à mãe de uma investigadora, de uma orientadora científica a uma condessa, muitas foram as fontes de inspiração apontadas. A ideia foi, uma vez mais, que os exemplos de inspiração ajudem a reforçar a importância da igualdade de género numa sociedade que se pretende próspera a justa e que apostam num futuro onde muitas mais mulheres encontrem também o seu lugar no Ensino Superior, na Engenharia, na Arquitetura e na Ciência. A campanha teve também versões diferenciadas nas diversas plataformas: Facebook, Twitter, Instagram, Insta Storys e LinkedIN. A campanha lançou também o estímulo à comunidade a participar, usando a hashtag.

Avaliação e Monitorização

Um dos principais impactos das campanhas é a mobilização do trabalho em equipa do ComunicaCiência, que tem avaliado sempre de forma muito positiva os resultados da campanha, tanto quantitativos como no feedback das investigadoras que têm participado nas campanhas.

A campanha “Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência” (2021) teve, no Facebook, um alcance total de 35.000 pessoas, número muito acima ao valor médio desse ano (cerca de 7.000). O conjunto de publicações no Twitter originou 333 likes, 66 partilhas, 1508 “engajamentos” e mais de 49.000 impressões. No Instagram as galerias de imagens tiveram alcance total de 26.530 (média 2020: 4.633), uma média de 438 likes cada e originaram uma média de 108 visitas ao perfil por cada post. Valores muito acima da média até então. No Linkedin as 49 publicações geraram um total de 138.420 impressões 2.683 reações e 4.083 cliques.

Somando todas as impressões e alcance destas redes sociais chegamos a um número total de aproximadamente 250.000 pessoas alcançadas pela campanha. Para além disso, foi feito o desafio de partilha da história de outras investigadoras recorrendo à hashtag #MulheresNoTécnico, tendo tido um impacto significativo nas redes, em particular no Twitter, onde se acumularam 42 participações (não temos acesso a perfis privados).

A campanha “#MulheresNoTécnico – Histórias e Inspiração”, publicada no Dia Internacional da Mulher 2022, ainda tem a avaliação em curso, dada a proximidade temporal. Por agora, os números preliminares apontam para um alcance de mais de 15.000 pessoas no Facebook, 11.500 pessoas no Twitter, 8.500 no Instagram, mais de 30.000 impressões nas Storys do Instagram e mais de 7.000 impressões no LinkedIn. Somando todas as impressões e alcance destas redes sociais chegamos a um número total de aproximadamente 72.000 pessoas alcançadas pela campanha. Foi novamente lançado o desafio de partilha da história de outras investigadoras recorrendo à hashtag #MulheresNoTécnico, tendo tido 11 participações (monitorizadas).

Se somarmos os totais de ambas as campanhas, chegamos a um total aproximadamente de 320 000 pessoas alcançadas diretamente pelas campanhas.

Carácter Inovador e Transferibilidade

O carácter inovador deste projeto é a potencialização da existência de um grupo que agregue todas as unidades de investigação do Técnico para agilizar a comunicação e promover a criação de campanhas conjuntas, em torno de objetivos específicos.

Questões relacionadas com a igualdade de género e a igualdade de oportunidades independentemente do género, idade, origem, etnia, etc, estão nos valores a comunicar estrategicamente pelo Técnico. Estas duas datas assumiram-se como uma oportunidade para unir esforços e criatividade em torno dessa mensagem. Uma campanha concertada entre dezenas de páginas nas redes sociais tem uma capacidade de impacto muito maior. O envolvimento destas dezenas de Unidades de Investigação garante também a transmissão de uma imagem de diversidade científica, tão presente nos genes do Técnico.

O funcionamento do grupo em regularidade, abordando temáticas de interesse e promovendo a motivação das UI para investirem em comunicação de ciência, tem sido uma inovação no Técnico. Esta atividade é um exemplo da agilidade da comunicação interna que este grupo tem permitido, tal como a coordenação de actividades conjuntas em tempo útil, potenciando e ligando com outras unidades Técnico (como a Área de Transferência de Tecnologia e o Núcleo de Design e Multimédia).

A campanha encara a comunicação não apenas como forma de promoção institucional e divulgação de carreiras técnico-científicas mas também como na promoção da literacia e cultura científica e da diversidade de perfis na ciência.

A dinâmica deste grupo pode ser transferida para outras realidades do Técnico, e fora dele, que beneficiem da junção de profissionais com funções semelhantes em núcleos distintos. Outros momentos e datas específicas podem ser pretexto para campanhas que recorram à força da colaboração para terem mais impacto.

Gender Balance@Técnico

segunda, setembro 28th, 2020

Capital Humano 2020

Helena Geirinhas Ramos (Coordenadora do Grupo de Trabalho Gender Balance@Técnico)  / Marta Pile (AEPQ)

Implementação da Boa Prática

A igualdade de género é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU). É um debate atual e importante para a construção da sociedade em geral e com impacto significativo na comunidade do Técnico em particular, onde existe ainda uma polarização significativa de género na população estudantil.

Esta polarização, embora com motivos diversos, resulta em grande parte de uma visão cultural tradicional, mas que não reflete a realidade atual e a verdadeira abrangência da Engenharia.

Nest sentido, o Técnico criou em 2016 um Grupo de Trabalho “Gender Balance@Técnico” que tem como missão a promoção e valorização da diversidade no IST, através de um conjunto de ações de reforço da inclusão em geral e da igualdade de género em particular.

Este grupo tem como visão ser reconhecido pelo seu contributo para a diversidade no IST, traduzida numa melhoria dos indicadores de inclusão e igualdade de género, através de atividades que promovam a igualdade de oportunidades e o respeito pela diferença.

Estas atividades têm duas dimensões fundamentais:

– externamente, no desenvolvimento de ações que contribuam para a promoção de um recrutamento com maior equilíbrio de género junto dos candidatos ao Ensino Superior;

– internamente, no sentido de minimizar os entraves associados à promoção das mulheres nas carreiras docentes, de investigação ou administrativas.

Resultados Alcançados

Criado com o apoio do Presidente do IST, o grupo tem um Plano de Ação anual, com atividades enquadradas em várias dimensões.

Em 2019, foram desenvolvidas 15 das 16 atividades inicialmente programadas, de acordo com as várias DIMENSÕES de atuação.

DIMENSÃO: Recrutamento e seleção de pessoal

OBJETIVOS: Promover a representação equilibrada de mulheres e homens nas equipas de trabalho:  de docência, de investigação, de suporte técnico-administrativo, e de gestão do IST

ATIVIDADES: Recomendações sobre “Gender Balance”

DIMENSÃO: Remuneração e gestão da carreira

OBJETIVOS: Promover a representação equilibrada das mulheres e dos homens na esfera da tomada de decisão e na progressão profissional dos colaboradores da carreira docente, de investigação e técnica-administrativa do IST

ATIVIDADES: “Shaping the Future “; Formação de Mentores; Estudo estatístico “Progressão na Carreira”

DIMENSÃO: Informação, comunicação e imagem

OBJETIVOS: Sensibilizar a comunidade do Técnico para as questões da igualdade de género na sociedade (principais conceitos, estereótipos, comunicação inclusiva, …)

ATIVIDADES: Prémio Maria de Lurdes Pintasilgo; Role Models do Técnico; Alumni Talks; WISE – Women in Science and Engineering; Engenheiras por um dia; Página web: Diversidade e Igualdade; Projetos (INGDIVS, FostWom); Fórum iGen/Coordenação GT4 Publicações; Recomendações sobre linguagem inclusiva.

DIMENSÃO: Proteção na parentalidade e assistência à família

OBJETIVOS: Perspetivar e divulgar formas de apoio à conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional dos colaboradores da carreira docente, de investigação e técnica-administrativa do IST, que permitam garantir igualdade de oportunidades

ATIVIDADES: Divulgação das medidas de incentivo à conciliação entre vida pessoal e profissional; Dispensa de serviço docente pós-licença de parentalidade.

Avaliação e Monitorização

O Plano de Ação é monitorizado anualmente, através de um mapa excel com identificação das atividades em termos de: dimensão, objetivos estratégicos, objetivos operacionais, universo abrangido, calendarização, indicador de resultados, resultados (2016, 2017, 2018), metas, e e-mail de contacto da pessoa responsável por essa informação.

Também a página da internet “Diversidade e Igualdade” (https://tecnico.ulisboa.pt/pt/viver/dia-a-dia/diversidade-e-igualdade-de-genero/) é utilizada para divulgação dos resultados atingidos, tendo o papel da comunicação uma importância vital no sucesso das atividades de promoção da igualdade de género.

Da reflexão feita ao longo dos anos, e sendo este um trabalho que implica a desconstrução de estereótipos de género e de promoção de mudança de mentalidades, a aposta em iniciativas no âmbito da “Informação, Comunicação e Imagem” é crítica, justificando a quantidade de iniciativas (10) desenvolvidas no âmbito desta dimensão.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Consideramos que esta prática pode ser replicada em outras escolas, através da criação de um Grupo de Trabalho ou outro tipo de estrutura que contribua com programas e iniciativas para promover a inclusão em geral, e a cultura da igualdade de género em particular. Conhecemos vários exemplos, sobretudo de escolas estrangeiras, tendo sido o IST a primeira instituição de ensino a integrar o iGen – Fórum Organizações para a Igualdade.

O iGen é composto por 68 organizações, nacionais e multinacionais, dos setores público, privado e da economia social, que operam em Portugal e representam, no seu conjunto, cerca de 2% do PIB português, tendo os seus membros assumido o compromisso de reforçar e evidenciar a sua cultura organizacional de responsabilidade social incorporando, nas suas estratégias e nos seus modelos de gestão, os princípios da igualdade entre mulheres e homens no trabalho e no emprego.

Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo (PMLP)

sábado, julho 27th, 2019

Capital Humano 2019

Grupo de Trabalho Gender Balance@Técnico (Helena Geirinhas Ramos, Coordenadora)

Implementação da Boa Prática

O Técnico instituiu em 2016 o Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo (PMLP) como forma de promover a relevância da igualdade de género no Técnico, e reconhecer o papel crucial que as mulheres desempenham em todas as áreas da Engenharia. Maria de Lourdes Pintasilgo foi uma Engenheira e distinta aluna do Técnico, que teve um impacto relevante na sociedade e política portuguesa em diferentes fases da sua vida, tendo, em particular, sido a primeira mulher que alcançou o cargo de Primeira-Ministra de Portugal. O PMLP destina-se a galardoar anualmente duas mulheres, formadas pelo Técnico:

  • uma antiga aluna que tenha completado o seu ciclo de estudos no Técnico há mais de 15 anos, contabilizados no dia 31 de dezembro do ano anterior àquele em que o prémio é atribuído, e que se tenha destacado pelas suas contribuições profissionais e/ou sociais;
  • uma recém-graduada do Técnico, com menos de 27 anos contabilizados no dia 31 de dezembro do ano anterior àquele em que o prémio é atribuído, e que se tenha destacado pela qualidade científica da dissertação de Mestrado e pelo percurso académico no Técnico.

As nomeações para a antiga aluna podem ser apresentadas por qualquer membro da comunidade IST, incluindo alumni, e a nomeação terá que ser acompanhada por um curriculum vitae de não mais que uma página A4. As candidaturas relativas à atribuição do PMLP à recém-graduada incluem, entre outra documentação, cópia da tese de mestrado e respetiva classificação.

O Júri é composto pelo Presidente do IST, pelo Presidente do Conselho Científico e pelo Presidente do Conselho Pedagógico, e por até mais 8 vogais nomeados anualmente pelo Presidente do IST. A atribuição do PMLP é anual, e formalizada durante a cerimónia pública de comemoração do aniversário do Técnico (maio). No caso da recém graduada, para além do reconhecimento público, é ainda atribuído um prémio monetário no valor de 5000 euros.

O PMLP é anunciado anualmente nos media e divulgado entre todos os alunos finalistas, sendo igualmente divulgados os nomes das instituições que se queiram associar a este prémio.

Resultados Alcançados

Os objetivos desta iniciativa, e de outras na área da comunicação, é sensibilizar a comunidade do Técnico para as questões da igualdade de género na sociedade. Pretende-se com estes exemplos, desconstruir preconceitos e estereótipos sobre profissões tecnológicas, combatendo e prevenindo a intensificação da segregação das ocupações profissionais em razão do género. Na primeira edição, lançada a 6 de dezembro de 2016, foram submetidas à apreciação do júri 26 candidaturas tendo sido selecionadas as seguintes:

– Antiga aluna: Maria da Graça Carvalho

– Recém graduada: Inês Godet

Na segunda edição, lançada a 12 de dezembro de 2017, foram submetidas 24 candidaturas tendo sido selecionadas pelo júri as seguintes:

– Antiga aluna: Isabel Aníbal Vaz

– Recém graduada: Bárbara Fernandes Simões

Na terceira edição, lançada a 16 de dezembro de 2018, foram submetidas 22 candidaturas tendo sido selecionadas pelo júri as seguintes:

– Antiga aluna: Manuela Veloso

– Recém graduada: Mariana Araújo

Para avaliar o sucesso da iniciativa destaca-se a elevada qualidade das nomeações e candidaturas apresentadas, que têm garantido o excecional mérito das vencedoras.

Os números das candidaturas e de notícias que a divulgação do PMLP na imprensa originou, mostram a adesão, o interesse da iniciativa. Para isso tem contribuído a cerimónia da entrega de prémios, que tem permitido o convite de individualidades que ajudam na divulgação das ações do IST na promoção da igualdade de género, tema de uma atualidade crescente. É exemplo dessa visibilidade o aumento das visitas à página da internet “Diversidade e Igualdade de Género no IST” (https://tecnico.ulisboa.pt/pt/viver/dia-a-dia/diversidade-e-igualdade-de-genero/).

Haverá muitos fatores a contribuírem para o aumento das mulheres nos cursos de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) do IST, entre os quais a cada vez maior apetência desta comunidade para os cursos mais concorridos, mas acredita-se que os esforços do Grupo de Trabalho GB@Técnico, em particular as ações que têm sido desenvolvidas no sentido de promover mulheres da comunidade do técnico com sucesso, ajudaram a atingir uma percentagem de 32% de novas alunas ingressadas em 2018/2019 face aos 29% registados em 2017/2018. edições, sugerindo que a iniciativa tem sustentabilidade ao nível do interesse da comunidade.

A quantidade de notícias nos media tem, de uma forma semelhante, evoluído muito positivamente. Deste modo, é intenção do Técnico prosseguir com esta iniciativa, ou assegurando integralmente a sua componente financeira, ou promovendo novas formas de financiamento. Inicialmente cofinanciada (edições de 2016 e 2017) pela empresa Baía do Tejo, em 2018, o financiamento desta iniciativa foi da total responsabilidade do IST.

Avaliação e Monitorização

Apesar de ser uma prática relativamente recente, considera-se bastante boa a quantidade de nomeações e candidaturas apresentadas nas três primeiras edições, sugerindo que a iniciativa tem sustentabilidade ao nível do interesse da comunidade.

A quantidade de notícias nos media tem, de uma forma semelhante, evoluído muito positivamente. Deste modo, é intenção do Técnico prosseguir com esta iniciativa, ou assegurando integralmente a sua componente financeira, ou promovendo novas formas de financiamento. Inicialmente cofinanciada (edições de 2016 e 2017) pela empresa Baía do Tejo, em 2018, o financiamento desta iniciativa foi da total responsabilidade do IST.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A igualdade de género é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fixados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), integrando a nova agenda de ação até 2030. A igualdade de género é, pois, um debate atual e importante para a construção da sociedade em geral e com impacto significativo na comunidade do Técnico em particular, onde existe ainda uma polarização significativa de género na população estudantil.

Várias são as escolas que desenvolvem iniciativas nesta área, mas poucas as que têm uma estrutura de coordenação destas iniciativas, como o Grupo de Trabalho GB@Técnico do IST, criado em 2016 e com um plano de ação monitorizado em reuniões mensais.

Considera-se relevante o trabalho do Técnico na promoção das áreas de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) junto da comunidade feminina, acompanhando também as preocupações sociais e recomendações da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação (2018-2030). Foram definidas ações prioritárias com dois objetivos: aumentar o numero de alunas que estudam no Técnico e minimizar os entraves associados à promoção das mulheres nas carreiras docentes, de investigação ou administrativas. O PMLP adequa-se a ambos os objetivos, pois é uma medida que divulga mulheres de sucesso e promove mulheres do Técnico.

Com a divulgação de role models, de casos de sucesso de mulheres empreendedoras, nomeadamente de antigas alunas com carreiras como a da Engª Maria de Lourdes Pintasilgo, o Técnico em muito contribui para o empoderamento das atuais e futuras alunas da escola.