Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Archive for the ‘Competências’ Category

Integração horizontal entre uma UC da área da formação básica em computação e programação e a UC introdutória do MIEQ

quinta, julho 26th, 2018

Educação Superior ● 2018

Carlos Caleiro (docente DM); Fernando Lau (docente DEM)

Implementação da Boa Prática

Uma das dificuldades que são sentidas frequentemente nas UCs de formação geral nas áreas de Matemática, Computação e Programação advém da fraca motivação que os alunos sentem para o estudo destas matérias que, apesar da enorme importância para os seus cursos, são percecionadas como laterais aos seus interesses.

Esta proposta de Boas Práticas refere-se à colaboração entre os docentes da disciplina de “Computação e Programação” e os docentes de Engenharia Química, Biotecnologia e Sociedade lecionada ao 1º ano de Engenharia Química, com o intuito de elaborar um projeto de avaliação em “Computação e Programação” com conteúdo relevante para as áreas de interesse daquele curso e que, também, possa vir a ser um instrumento útil na investigação daquelas áreas.

Após algumas reuniões preparatórias foi definido que a ação seria implementada recorrendo a um tema único que fosse abordado quer do ponto de vista computacional quer no seu contexto geral relacionado com a Engenharia Química, quer ao nível de processo quer ao nível da sustentabilidade e como desafio societal.

O tema do ano letivo de 2017/2018 foi a simulação do processo de despolimerização, que é relevante para a reciclagem terciária de resíduos plásticos, um tópico que tem atualmente uma enorme visibilidade. O tema foi desenvolvido em termos do conteúdo da UC de “Computação e Programação” como consta do enunciado (ver link). Uma descrição mais completa do processo de despolimerização e do seu contexto encontra-se no capítulo 6 do texto de apoio da disciplina de Engenharia Química, Biotecnologia e Sociedade (ver link), tendo sido abordado numa aula específica em que foi convidado um aluno de doutoramento a desenvolver o seu trabalho neste tema.

Resultados Alcançados

O principal resultado obtido foi a concretização de uma ação coordenada entre duas UCs de índole complementar e garantir que os alunos que iniciaram o seu curso no Mestrado Integrado em Engenharia Química tiveram uma perspectiva clara da importância que os tópicos abordados na UC de Computação e Programação têm para o curso de Engª Química.

Como referido anteriormente a forma de implementação consistiu na elaboração de um enunciado para o projecto de Computação e Programação. O projeto foi resolvido em grupo. Os grupos eram constituídos maioritariamente por 3 alunos e, em geral, resolveram corretamente o problema proposto (74%).

O tópico do mecanismo da quebra de ligações nas moléculas de plásticos durante a despolimerização foi também incluído numa questão do exame de EQBS tendo os alunos obtido uma classificação média de 75 %.

Consideramos a experiência muito positiva e a repetir. É também importante salientar que estão a ser dados passos no sentido de aplicar as técnicas computacionais usadas neste projeto à modelação destes processos (despolimerização e semelhantes) para efeitos de investigação científica, o que constitui uma oportunidade de colaboração entre departamentos diferentes no IST aproveitando sinergias entre áreas de conhecimento diferentes.

Avaliação e Monitorização

Não houve um processo de avaliação formal desta atividade. No entanto, o objectivo da Prática, centrada na motivação para a aprendizagem, resultou numa eficiência na compreensão, por parte dos alunos, da importância que os conhecimentos adquiridos na UC de Computação e Programação apresentam para o curso por eles escolhido.

No ano 2017/2018 esta acção foi considerada como uma acção piloto cujo resultado qualitativo foi realmente positivo de acordo com a percepção dos docentes das 2 UCs e será continuada nos próximos anos, podendo vir a ser implementadas formas de avaliação e monitorização.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Esta experiência pedagógica teve como intuito melhorar a coordenação entre UCs de áreas distintas e facultar aos alunos uma perspetiva diferente das cadeiras de computação e programação, demonstrando a sua aplicação prática em tópicos que têm relevância para a área de formação em que ingressaram.

A principal inovação foi a coordenação não só ao nível da definição do problema mas também a coordenação que foi conseguida em termos de material de apoio que foi disponibilizado, quer através do enunciado do problema para a UC de “Programação e Computação”, quer do material disponibilizado para apoio na UC de “Engenharia Química, Biotecnologia e Sociedade”, em cujo material de apoio foi incluído um capítulo específico sobre a química do processo, a sua relevância enquanto método de reciclagem de resíduos plásticos e, finalmente, sobre os fundamentos mecanísticos que serviram de base à definição do problema para a UC de “Programação e Computação”.

Esta ação pode servir de modelo para colaborações semelhantes entre outras UCs no IST quer de áreas semelhantes quer, como neste caso, de áreas complementares, sendo facilmente transferível para outras situações.

E-Book – Património Cultural: conceitos e critérios fundamentais

quinta, julho 26th, 2018

Educação Superior ● 2018

Helena Barranha (docente DECivil)

Implementação da Boa Prática

O e-book Património Cultural: conceitos e critérios fundamentais foi produzido e publicado no âmbito de Teoria da Conservação e do Restauro, unidade curricular Mestrado Integrado em Arquitectura do Instituto Superior Técnico (DECivil, Área Científica de Arquitectura), e resultou da pesquisa e da prática pedagógica desenvolvida pela docente, tanto no contexto específico desta disciplina, como em trabalhos de investigação relacionados com património arquitectónico.

Esta obra, em formato digital, é uma co-edição da IST Press e do ICOMOS-Portugal e reúne um conjunto de definições essenciais para qualquer abordagem teórica ou prática ao património cultural, dando particular atenção ao património arquitectónico. Neste sentido, o e-book procura articular e sistematizar conceitos e critérios fundamentais, tal como estes se encontram formulados em diferentes cartas e convenções, cruzando essas transcrições com a legislação portuguesa e outros documentos de referência, a nível nacional e internacional.

A preparação do e-book iniciou-se no final do lectivo de 2014-2015 e foi concluída em Novembro de 2016, tendo envolvido a colaboração de vários docentes do Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos do IST, bem como especialistas externos. Motivados pela utilidade desta iniciativa, os especialistas contribuíram de forma generosa e não remunerada para o projecto, o que permitiu que os objectivos fossem alcançados dentro do pequeno orçamento disponível, no quadro do Mestrado Integrado em Arquitectura. Convém sublinhar que esta publicação beneficiou da cooperação institucional entre o IST e o comité português do ICOMOS (International Council on Monuments and Sites). Importa ainda salientar a colaboração de uma ex-bolseira e de uma ex-aluna de Arquitectura do IST nas componentes de documentação e design gráfico.

Resultados Alcançados

Os principais objectivos desta publicação eram organizar conteúdos essenciais para o programa da UC de Teoria de Conservação e do Restauro e, simultaneamente, dar resposta a uma dificuldade sentida por muitos alunos, docentes e profissionais que se dedicam ao património cultural – a dispersão da terminologia técnica por inúmeras fontes impressas e online – sistematizando conceitos determinantes neste campo.

Nas semanas e meses após o lançamento do e-book, foram feitos vários contactos, por e-mail, com instituições académicas e organizações profissionais, no sentido de divulgar a edição. O feedback recebido por esta via foi sempre muito positivo, tendo vários professores de universidades portuguesas e estrangeiras afirmado que iriam incluir o e-book na bibliografia de referência das disciplinas que leccionam. Paralelamente a estes resultados externos, também os alunos de Teoria da Conservação e do Restauro têm reconhecido que a publicação facilita a pesquisa, compreensão e referenciação de conceitos-chave no domínio do património construído.

Desde a data de lançamento do e-book, tem sido monitorizada a respectiva disseminação, a nível internacional e internacional, tanto através das estatísticas referentes ao link da IST Press (obtidas via Google Analytics), como através do número de visualizações e downloads registados nas redes sociais científicas onde a publicação foi disponibilizada. À data actual (15 de Março), o número total de visualizações ou downloads era o seguinte:

  • Cerca de 1.000 visualizações através do site da IST Press, distribuídas sobretudo por Portugal (570) e Brasil (212), mas incluindo também outros países como Espanha, França, Itália, Holanda, Angola, Moçambique e Estados Unidos.
  • Cerca de 250 visualizações através da rede social científica edu, com prevalência de leitores portugueses, mas incluindo também visualizações a partir de vários outros países como Brasil ou Estados Unidos.

Embora estes totais não contabilizem todos os leitores (visto que é impossível impedir que muitos utilizadores partilhem directamente o PDF da publicação sem recurso aos links indicado), é inequívoco que o e-book teve um alcance considerável, tanto em Portugal como no estrangeiro, destacando-se em particular a sua disseminação no Brasil. Face aos dados reunidos, pode concluir-se que este projecto editorial contribuiu para divulgar as práticas pedagógicas desenvolvidas no Instituto Superior Técnico e promoveu a respectiva internacionalização.

Avaliação e Monitorização

Conforme referido no ponto anterior (Resultados Alcançados), os contactos estabelecidos via e-mail com outras universidades e organizações profissionais ligadas ao património cultural têm permitido monitorizar a recepção do e-book junto de diferentes públicos.

Ao mesmo tempo, a utilização do e-book como referência bibliográfica essencial, no contexto da unidade curricular de Teoria da Conservação e do Restauro (TCR), possibilita ter uma percepção mais exacta da sua relevância para os estudantes do Mestrado Integrado em Arquitectura. Decorrendo actualmente, o segundo ano lectivo de utilização do e-book, o balanço é muito positivo, do ponto de vista da interacção com os estudantes dentro e fora da aula. Com feito, verifica-se que os alunos têm hoje uma clara preferência para recursos bibliográficos digitais (em detrimento da consulta de materiais impressos), o que tem facilitado a sua adesão a esta proposta editorial. Um sinal do impacto positivo desta prática é a avaliação do desempenho da docente, tendo-se obtido a classificação de Excelente, no primeiro ano de utilização do e-book no âmbito de TCR (2016-2017).

Em termos de desenvolvimentos futuros e propostas de melhoria, e tendo em conta o elevado número de estudantes estrangeiros que frequentam a disciplina, pensa-se que seria oportuno editar uma versão inglesa desta publicação. No entanto, esta iniciativa dependerá da disponibilidade orçamental para as despesas associadas a tradução e repaginação.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Uma vez que este foi o primeiro e-book em acesso aberto e gratuito publicado pela IST Press, considera-se que pode constituir um exemplo inovador de transferência de conhecimento, do contexto restrito de uma unidade curricular para um público mais alargado. Configurando um modelo de publicação alternativo aos tradicionais manuais académicos, este e-book pode ser utilizado tanto por alunos e docentes universitários como por profissionais que trabalham em conservação e reabilitação patrimonial, ou mesmo por pessoas sem formação específica nestas áreas mas que tenham interesse pela temática do património cultural.

Em sintonia com as recomendações da União Europeia para um incremento da divulgação da produção técnica e científica em formato digital e em acesso aberto, esta publicação procura ultrapassar as fronteiras geográficas, para chegar também públicos de outros países de expressão portuguesa, bastando para isso disporem de um simples telemóvel com ligação à Internet.

Também do ponto de vista formal e editorial este e-book pode inspirar futuras publicações, dentro e fora da Universidade de Lisboa. Assumindo que o formato de livro electrónico deve dar resposta a novos protocolos de leitura, marcados pela procura de sínteses breves que permitam ao leitor perceber rapidamente o teor dos conteúdos, optou-se por inserir um parágrafo introdutório na folha de rosto de cada capítulo. Adicionalmente, introduziram-se hiperligações, com o intuito de facilitar a navegação entre conceitos relacionados; na lista final de referências bibliográficas, este sistema possibilita também o acesso directo e online à maioria das fontes consultadas. Em suma, as referidas soluções gráficas e a forma como os conteúdos foram hierarquizados visam adequar-se a novas práticas de pesquisa, leitura e estudo em suportes digitais, facilitando também a partilha da informação nas redes sociais e científicas.

Cursos MOOC Técnico em flipped-classroom

quinta, julho 26th, 2018

Educação Superior ● 2018

Ana Moura Santos (docente DM)

Implementação da Boa Prática

No 1º semestre de 2017/18, dois cursos MOOC Técnico mereceram destaque por terem sido integrados em práticas de flipped-classroom: o curso Energy Services (esX) e o curso Valores Próprios (vapX), aos quais a equipa do MOOC Técnico assistiu, tanto na produção e design dos cursos, como nas fases de avaliação e monitorização das práticas.

O flipped-classroom na Unidade Curricular (UC) de Álgebra Linear (AL) envolveu cerca de 90 do 1º ciclo de Engª Informática e Computadores (LEIC-TP). Os tópicos expostos no curso vapX, lançado na plataforma MOOC Técnico a 19 de novembro, correspondem aos conteúdos de um quarto do programa da UC de AL. As aulas teóricas, nas semanas de 10 a 13, foram convertidas em fóruns de discussão alargados, enquanto as aulas práticas e horários de dúvidas (H.D.) se mantiveram nos moldes habituais. A avaliação integrada no MOOC vapX, foi baseada em 5 testes (constituídos por 4 ou 5 exercícios de parâmetros aleatórios) e foi pensada para dinamizar a discussão nas sessões presenciais e H.D. no campus, podendo contar para a média final.

Na UC Gestão de Energia (GE) do 2º ciclo (Mestrados em: Engª Mecânica; Engª de Gestão de Energia, e Engª Ambiente) foram avaliados 235 alunos através da prática de flipped-classroom. O curso esX, disponibilizado entre 8 de outubro e 17 de novembro, aborda os tópicos relativos às semanas 6 a 9 e teve uma avaliação que pôde contribuir para 25% da avaliação em exame. Durante a implementação do flipped-classroom, os alunos completavam previamente as atividades do MOOC, sendo as aulas teóricas utilizadas para aprofundar e discutir os conceitos expostos online e as aulas práticas usadas para consolidar os conhecimentos através da resolução de exercícios. A avaliação do esX esteve dividida em 3 componentes: uma avaliação sobre conteúdos de cada vídeo específico (30%), numa pergunta aleatória sobre cada 1 dos 4 tópicos do MOOC (30%) e um teste final (40%). Esta última componente foi avaliada pelos pares (peer review).

Resultados Alcançados

Na perspetiva da docente da UC de AL, o método de flipped-classroom permitiu aos alunos aprofundar conhecimentos de determinados conteúdos que num ritmo habitual de aulas teóricas de exposição não seria possível alcançar. Observou ainda que não houve diminuição do número de alunos que frequentavam as aulas teóricas. Como resultado da autonomia de estudo e profundidade dos conhecimentos alcançados, num total de 90

inscritos, a taxa de aprovação final dos alunos é de 86%, com 11 alunos a finalizarem a UC com média superior a 17 valores. No curso vapX, 62 alunos da LEIC-TP finalizaram as avaliações com sucesso e os bons resultados refletiram-se, ainda, nas notas do 3º teste, em que mais de 23% dos alunos tiveram notas iguais ou superiores a 16 valores.

Podemos comparar estes resultados com os do grupo de controlo (150 alunos de outras licenciaturas): com uma taxa de alunos aprovados de 89%, mas apenas com 2 alunos a finalizar a UC com média superior a 17 valores (no 3º teste cerca de 18% dos alunos tiveram notas iguais ou superiores a 16 valores).

Ao questionário final dirigido aos alunos da UC de AL responderam 45 alunos onde, quanto à metodologia de flipped-classoom, 76% avalia a experiência como sendo relevante ou bastante relevante e 70% aprecia ou aprecia bastante uma vez que: ajuda na preparação dos testes/exames, ajuda na compreensão dos conteúdos, promove um estudo regular e contínuo tornando os alunos mais motivados mais conscientes do seu próprio método e ritmo de aprendizagem. Para além do exposto, cerca de 73% dos alunos considerou a implementação desta metodologia como essencial para a preparação do 3º teste.

No caso da UC de GE, o docente refere que, em termos globais, a avaliação é positiva e gratificante, uma vez que houve uma boa adesão por parte dos alunos a esta metodologia. Dos 269 inscritos em MEMEC, MEGE ou MEAmb, 201 registaram-se no MOOC e 197 concluíram o curso com sucesso, sendo que 133 alcançaram uma classificação acima de 90%. O docente refere ainda que os alunos, que já tinham visualizado os vídeos, levantaram questões nas aulas que suscitaram um debate mais profundo do que aconteceria caso assistissem ao tópico pela primeira vez. Menciona também que não houve desmobilização dos alunos das aulas pelo facto de estas serem “substituíveis” pela participação no MOOC. A taxa de aprovação sobre os avaliados nesta UC foi de 89%. Ao questionário final dirigido aos alunos inscritos em GE, responderam 44 alunos, onde 82% considera esta metodologia relevante ou bastante relevante e 98% aprecia ou aprecia bastante, uma vez que: possibilita acesso à matéria estruturada, facilita a gestão do tempo, impulsiona um estudo contínuo, é um método mais ativo e desafiante e, assim sendo, oferece uma maior autonomia aos alunos. Para além disso, 89% dos alunos considerou a metodologia essencial na preparação para a avaliação final.

Avaliação e Monitorização

O processo de avaliação da prática de flipped-classroom concretizou-se através da implementação de metodologias de recolha de dados quantitativas (dados finais das UC, da plataforma dos cursos MOOC e inquéritos via questionários) e qualitativas (entrevistas individuais e em grupo, observação direta e participativa), junto dos docentes e dos alunos das UC envolvidas no estudo, com a sua posterior análise.

No caso das entrevistas realizadas no âmbito da UC de AL, foi acrescentado um “grupo de controlo” constituído por 150 alunos das outras três licenciaturas a funcionar no IST-Taguspark (LEE, LEGI e LETI) que, embora tenham tido uma avaliação presencial semelhante, tiveram as aulas teóricas nos moldes habituais.

Em relação a propostas de melhoria na implementação da prática, a docente da UC de AL menciona que deve haver um guia para ajudar os alunos a orientarem-se nos prazos de visualização dos vídeos e mais feedback na resolução dos exercícios de auto-avaliação integrados no MOOC, principalmente nos de nível de dificuldade média e alta. Já o docente da UC de GE refere a necessidade de os alunos serem mais estimulados a seguir a proposta flipped-classoom assumindo as responsabilidades inerentes a esta prática, i.e.

visualizarem primeiro os conteúdos do MOOC para, posteriormente, levarem as dúvidas devidamente estruturadas para discussão nas aulas teóricas.

Quanto aos alunos entrevistados, os da UC de AL, sugerem: um maior estímulo quanto à participação nos fóruns do MOOC, uma discussão mais alargada da resolução dos exercícios e que a avaliação do MOOC tenha mais peso na nota final da UC. Por sua vez, as alunas entrevistadas da UC de GE sugerem o rápido alargamento desta metodologia a outras UC, sendo que uma aluna de mobilidade sublinha a necessidade de existirem cursos MOOC em inglês que possam cobrir integralmente currículos standard, uma vez que para alunos estrangeiros estes cursos constituem um recurso fundamental de aprendizagem em UC do IST.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A implementação das práticas pedagógicas de flipped-classroom recorrendo a MOOC vai ao encontro da linha de ação da comissão de Trabalho “Novas Metodologias no Ensino” do Conselho Pedagógico e também constitui uma recomendação da comissão de visita ao Dep. de Matemática, em particular. É de referir que as práticas de ensino presencial com recurso a conteúdos multimédia, também referidas como práticas de blended learning, têm-se mostrado muito atrativas para alunos e docentes do ensino superior e com bons resultados em escolas de referência como p.ex. MIT, CMU e EPFL.

Ambas as experiências nas UC de AL e de GE do 1º semestre de 2017/18, com recurso aos dois cursos online, foram monitorizadas pela equipa científico-pedagógica do MOOC Técnico e constituem práticas inovadoras, tanto a nível de licenciatura como de mestrado.

Com base nos resultados das avaliações finais, nos feedbacks positivos dos docentes e alunos envolvidos na prática, pode concluir-se que o flipped-classroom com cursos MOOC Técnico têm potencialidades para fomentar uma aprendizagem mais autónoma e independente dos alunos do IST. As entrevistas aos alunos de AL e GE permitem fundamentar algumas destas afirmações, como p.ex. dos 11 alunos de LEIC-TP que se voluntariaram para comparecer, todos afirmaram que recomendariam a utilização da metodologia a outros professores. No questionário respondido pelos alunos de GE, 84% dos alunos afirmou que gostaria que esta metodologia fosse aplicada noutros conteúdos. Esta é uma prática que pode ser aplicada/implementada em muitos outros tópicos dos currículos do 1º e 2º ciclos do IST.

É, ainda, importante referir que, sendo os cursos online abertos a participantes externos e sendo estes participantes ativos nos fóruns de discussão e na avaliação por pares, toda a experiência é enriquecida com contributos externos à UC e à academia.

Uma das questões levantadas pelo grupo de discussão European Forum for Enhanced Collaboration in Teaching (2018) sobre “The European Principles for the Enhancement of Learning and Teaching”: “How are students encouraged to become actors and co-creators of their learning experience?” pode ser respondida com práticas de flipped-classroom similares às descritas nesta proposta.

Acreditamos que, com base em cursos online bem desenhados e com docentes motivados, esta metodologia pode ter sucesso na resposta aos novos desafios do ensino universitário presencial.

ATHENS Programme – Atividades Culturais

quarta, julho 26th, 2017

Internacionalização ● 2017

Duarte Donas Bôto (NAPE)

Implementação da Boa Prática

O programa ATHENS (Advanced Technology Higher Education Network) é um curso de mobilidade com a duração de uma semana, ocorrendo duas vezes por ano (março e novembro). Este programa foi criado em 1996 e nele colaboram 16 universidades europeias.

O objetivo deste programa pretende reforçar a aprendizagem na área abrangida por cada curso disponível nas faculdades parceiras, mas também proporcionar aos participantes a descoberta cultural da cidade e do país. É neste sentido que o NAPE atua, sendo responsável pela organização de atividades de cariz cultural ao longo de toda a semana. Paralelamente, todos os procedimentos académicos dos alunos/cursos são geridos pelo NMCI – Núcleo de Mobilidade e Cooperação Internacional.

Ações: O programa cultural começa sábado com a receção oficial do Técnico e do NAPE, com a presença de Guias do NAPE e do Vice-Presidente para os Assuntos Internacionais. Este primeiro dia é dedicado a descobrir Lisboa: zona de Belém (Mosteiro dos Jerónimos e Padrão dos Descobrimentos) e zona histórica de Lisboa (Sé de Lisboa, Castelo de São Jorge e Terreiro do Paço); ao longo do dia, os participantes têm ainda a oportunidade de provar pastéis de Belém. À noite, temos um jantar de comida tradicional portuguesa. No domingo, visitamos o Cristo Rei, a vila de Sintra (Castelo dos Mouros, centro da vila) e o litoral português (Cabo da Roca, Cascais) e damos a provar os tradicionais travesseiros e as queijadas de Sintra. Durante o resto da semana, no final de cada dia de atividades letivas, o programa é ainda composto por vários eventos de socialização: “Rally Técnico”, International Barbecue, visitas guiadas ao terraço das torres do campus Alameda e ainda um Farewell Dinner.

Recursos:

  • Humanos: no planeamento e organização da atividade estão envolvidos 6 Guias do NAPE, bem como a equipa de coordenação do gabinete.
  • Logísticos: para a realização das atividades, são alugados autocarros durante o fim de semana.

Calendarização: O planeamento das atividades inicia-se 2 meses antes de cada sessão, que se realiza no 2º fim de semana de março/novembro.

Resultados Alcançados

Os objetivos do programa ATHENS definem-se como:

  1. aprendizagem de uma área abordada nos cursos disponíveis;
  2. visita e conhecimento da cidade por parte dos participantes, através de atividades culturais;
  3. Divulgação do Técnico Lisboa.

Método: De forma a avaliar o sucesso deste programa, são realizados questionários de satisfação aos participantes, após conclusão do curso. Este questionário inclui também questões sobre as atividades letivas, que não referiremos nesta secção.

A parte do questionário relativa às atividades culturais tem por base várias áreas: motivação e preparação; organização do curso; responsabilidade e competência do professor; condições gerais; atividades culturais; avaliação global. Todas as perguntas de avaliação são avaliadas numa escola de 1 a 5 (sendo 5 a nota máxima).

Resultados (última sessão – março 2017): Dos 73 participantes nesta edição, obtivemos 80% de respostas (59 pessoas); o prazo de resposta foi de 7 dias. Relativamente à secção das atividades culturais pode ser destacado o facto de todas as questões terem tido uma avaliação média acima de 4,6 (escala de 1 a 5).

[Breve resumo] O índice de satisfação com a comunicação entre os Guias do NAPE e os participantes obteve uma pontuação média de 4,81, enquanto que o desempenho global do NAPE durante todo o fim de semana cultural obteve uma pontuação média de 4,79. Mais especificamente, o Farewell Dinner obteve uma classificação média de 4,64 e, ainda, a apresentação do NAPE sobre o Técnico obteve uma pontuação de 4,66 nos parâmetros de organização e clareza. De um ponto de vista geral de todo o fim de semana cultural, foi obtida uma classificação média de 4,74.

Na verdade, quando questionados acerca do que tinham mais apreciado durante toda a semana do curso em Lisboa, a maioria dos alunos respondeu as atividades culturais e sociais organizadas.

Tendo em conta que a principal responsabilidade do NAPE neste programa é proporcionar aos alunos uma experiência de cariz cultural o mais completa possível, podemos afirmar que os objetivos propostos foram cumpridos com sucesso e os participantes recomendam este programa.

Avaliação e Monitorização

De modo a avaliar o sucesso do programa ATHENS, são utilizados dois principais processos de avaliação, um interno e outro externo.

O processo interno de avaliação consiste na elaboração de um relatório interno, com base nas reuniões de equipa após a realização de todo o programa cultural. São analisadas todas as atividades organizadas (fim de semana, Rally Técnico, International Barbecue, visitas guiadas às torres e Farewell Dinner) e feita uma avaliação dos pontos positivos e negativos de cada uma. Por fim, é ainda realizada uma reunião geral com todos os colaboradores (Guias) do NAPE, com vista à transmissão de informação e conhecimentos a toda a equipa, que são então condensados num relatório de atividade.

O processo externo de avaliação consiste num inquérito de satisfação criado pelo NAPE em colaboração com a AEP – Área de Estudos e Planeamento, que é responsável pelo envio do mesmo a todos os participantes do programa e ainda o respetivo tratamento das respostas. É elaborado um relatório com base nas respostas, que é enviado ao NAPE e ao NMCI para futuros aperfeiçoamentos.

Graças a estes dois processos de avaliação, tem sido possível melhorar a organização do programa ATHENS a cada edição, uma vez que deste modo os pontos a melhorar são identificados e prontamente introduzidos na edição seguinte.

Como propostas de melhorias, no ano passado foi sugerido serem realizadas mais atividades durante a semana para promover uma melhor integração dos participantes. Como tal, nesta última edição, foi organizado o International Barbecue, para o qual foram convidados, não só os participantes do programa ATHENS, mas também os alunos de mobilidade que se encontram a estudar no Técnico.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A combinação de práticas de cariz sociocultural como as que desenvolvemos no âmbito deste programa, juntamente com outras iniciativas já realizadas por diversos organismos internos no Técnico, visam promover uma melhor e mais bem organizada receção de alunos, docentes e outras pessoas na nossa faculdade.

Com base na nossa experiência, ao longo dos últimos 25 anos, a inclusão de atividades de natureza sociocultural no âmbito da realização de atividades académicas é um fator preponderante na integração dos alunos, docentes e não docentes estrangeiros na comunidade académica do Técnico e também na comunidade portuguesa.

Esta atividade pode ser facilmente replicada por diversas entidades internas do Técnico que promovam atividades de intercâmbio para diferentes públicos-alvo, tanto ao abrigo de um programa de estudos (curso Athens, curso de verão, programa de intercâmbio, entre outros) como também no âmbito de atividades científica e tecnológica (conferência, reunião, entre outros).

Workshops (de arquitetura) de intercâmbio internacional

quarta, julho 26th, 2017

Internacionalização ● 2017

Francisco Teixeira Bastos, Daniela Arnaut,  Teresa Heitor (docentes DECivil)

Implementação da Boa Prática

Programa de duas workshops temáticas específicas intensivas na área da arquitectura, que envolvem o IST e outra universidade europeia. Cada uma a ser desenvolvida numa das universidades, na qual os estudantes da outra universidade são integrados. Duracao de cada evento: 1 semana. Calendarizacao: 2 semanas intercalaras no 2 semestre. Envolve os professores de projecto e os alunos de um ou mais anos. No caso do Workshop a desenvolver no IST, Integra-se na actividade do “projecto relâmpago” que tem lugar na 1a semana do 2semestre. Projecto desenvolvido: abordagem de uma situação/problema lançado através de um método que consiste em 4 etapas: conceptualizacao, estratégia, projecto e comunicação. O trabalho é desenvolvido em grupo com elementos das duas universidades. Lançado com apresentações teóricas e temáticas. Termina com apresentação perante júri, dos resultados.

Resultados Alcançados

“Existem dois tipos de resultados nesta acção:

Os relativos ao proprio projecto propriamente dito, que consistem normalmente na capacidade de cada grupo ter formulado um conceito de abordagem, definido uma estratégia e elaborado um porojecto de resposta concreta ao problema. Para alemdisso, ter tido a capacidade de a comunicar graficamente e apresentar oralmente.

Os relativos à experiência pedagógica, sendo considerados os mais interessantes. Em primeiro lugar, entender e respeitar o “”outro”” enquanto elemento igual e colaborante para uma acção, percebendo o que as diferenças culturais influenciam a percepção da realidade e o imaginário para a procura das soluções. Seguidamente, a capacidade de organizar uma equipa baseada na capacidade individual e na complementaridade das acções. Finalmente, a aprendizagem de uma boa gestão do tempo para uma resposta atempada e competente.”

Avaliação e Monitorização

Ambas as experiências são monitoradas e avaliadas pelos professores envolvidos. A experiência de Lisboa é posteriormente objecto de exposição e de produção de um filme de divulgação. Do workshop de Londres 2016 foi elaborado um livro digital, em conjunto com alunos de sistematização de resultados e divulgação. Ambos os conteúdos são passíveis de serem disponibilizadas para análise. Eventualidade de criar futuramente uma pagina web de divulgação.

Carácter Inovador e Transferibilidade

“A inovação da pratica consiste em cruzar duas comunidades de estudantes em estágios de formação idênticos no Mestrado Integrado com culturas de origem e académicas distintas promovendo a intercomunicação e a troca de experiências em regime intenso de trabalho. A observação dos alunos que passaram por esta experiência foi de um salto de maturidade e abertura ao conhecimento evidentes pelo facto de a terem tido. Igualmente é sentida uma maior segurança na prossecução dos seus objectivos nos anos seguintes.

Apesar de ser efectuada na área de arquitectura, este experiência pedagógica é replicáveis a todas as áreas que envolvem desenvolvimento de conhecimento pela pratica.”

Dissertação de Mestrado. Aceitas o desafio?

quarta, julho 26th, 2017

Educação Superior ● 2017

Maria Beatriz Silva (docente DEM)

Implementação da Boa Prática

O projecto intitulado “Dissertação de Mestrado – Aceitas o desafio?” tem como objectivo auxiliar os estudantes na realização da Unidade Curricular (UC) de Dissertação de Mestrado do Instituto Superior Técnico (IST). Esta UC contempla conteúdos próprios e distintos das restantes UC de Mestrado, existindo recorrentemente lacunas no cumprimento dos formalismos e rigor científico exigidos nesta UC. Estas lacunas estão muitas vezes na origem da procrastinação por parte dos alunos no desenvolvimento das várias fases do trabalho de Dissertação, o que origina uma taxa de finalização em tempo útil muito abaixo do esperado.

A equipa responsável pela concepção e implementação do workshop é constituída pela Profª. Ana Carvalho do Departamento de Engenharia e Gestão, pelo Prof. João Ramôa Correia do Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos, pela Profª. Maria Beatriz Silva do Departamento de Engenharia Mecânica e pela Dra. Isabel Gonçalves do Núcleo de Desenvolvimento Académico/GATu.

Durante um ano, esta equipa multidisciplinar preparou o workshop “Dissertação de Mestrado – Aceitas o desafio?”, composto por quatro módulos (aspectos emocionais e interpessoais; metodologia de trabalho; escrita da dissertação e resumo alargado; apresentação e defesa da dissertação) e um manual de apoio. No ano letivo 2013/14, realizaram-se apresentações piloto aos Mestrados de Engenharia Civil, Arquitectura, Engenharia Mecânica e Engenharia e Gestão Industrial. A resposta por parte dos alunos foi muito positiva, tendo sido amplamente reconhecida a importância e utilidade desta iniciativa. Com base neste sucesso, o Conselho Pedagógico do IST incentivou a oficialização do workshop, tendo este sido aprovado pela Comissão de Ensino do Conselho Científico do IST.

O workshop funciona desde 2014/15, e realizam-se três sessões deste workshop por semestre, duas no campus da Alameda e uma no campus do TagusPark, sendo as sessões abertas a todos os estudantes inscritos na UC de Dissertação de Mestrado do IST. As apresentações do workshop e o manual de apoio estão disponíveis online.

Resultados Alcançados

O workshop de Dissertação tem obtido muito boa aceitação junto dos Coordenadores de Mestrado, docentes orientadores de dissertação e sobretudo junto dos estudantes inscritos na UC de Dissertação de Mestrado.

A Figura apresenta os resultados relativos ao número de inscritos e participantes nas várias edições do workshop, agregando-os por ano lectivo.

Em cada ano lectivo realizam-se entre 3 e 4 edições, dependendo do número de inscritos e procurando abranger estudantes dos dois campi (Alameda e Tagus Park) e disponibilizar um horário de manhã e um horário de tarde.

Os resultados confirmam o crescente interesse dos estudantes por esta iniciativa, verificando-se uma taxa de participação elevada.

Os estudantes são maioritariamente do 5º ano, no entanto há inscrições de estudantes de todos os anos curriculares.

Os estudantes participantes são de todos os programas de Mestrado do Instituto Superior Técnico, em que os com mais expressão são os seguintes:

Engenharia Civil (MEC); Engenharia Mecânica (MEMec); Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (MEEC); Engenharia Biomédica (MEBiom); Engenharia Informática e de Computadores (MEIC); Engenharia Aeroespacial (MEAer); Engenharia e Gestão Industrial (MEGI).

Por solicitação dos estudantes de Erasmus, realizou-se a tradução de todo o material de apoio ao workshop na língua inglesa, tendo-se também realizado um workshop em inglês.

Avaliação e Monitorização

Para este workshop, que vai apenas no seu 3º ano de funcionamento, não foi ainda implementado um inquérito de satisfação. Contudo, uma das prioridades para o próximo ano lectivo será a sua entrada em funcionamento.

A satisfação dos estudantes que participam no workshop é visível pelo aumento dos estudantes participantes de edição para edição, e ainda pelo feedback não formal que a equipa organizadora recebe no final das sessões e por email.

Todos os módulos incluem um período de pergunta/resposta, particularmente valorizado pelos estudantes, que de outro modo não saberiam a quem dirigir.

O material de apoio tem sido revisto e optimizado continuamente ao longo das várias edições, tendo em conta as questões e feedback dos estudantes.

Prevê-se alargar a oferta do workshop na língua inglesa, estando planeado no futuro a preparação de vídeos dos quatro módulos.

Recentemente, foi publicado pelo Núcleo de Estatística e Prospectiva a “Caraterização dos Alunos de 2º Ciclo inscritos em Dissertação – 2007/08 – 2014/15” em que identifica a dificuldade dos estudantes inscritos na UC de dissertação de mestrado em a concluírem no tempo previsto, para mais informações consultar link.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Esta iniciativa, tanto quanto sabemos, neste formato interdisciplinar e integrado é inovadora no Instituto Superior Técnico e na Universidade de Lisboa.

O workshop foi apresentado nas Jornadas Pedagógicas do Técnico em 2014 e no Congresso Nacional de Práticas Pedagógicas do Ensino Superior – CNaPPES em 2015. O feedback recebido pelos pares foi extremamente positivo e revelou interesse em implementar noutras universidades um programa semelhante.

Actualmente, o Conselho Científico do Instituto Superior Técnico está interessado na adaptação do workshop para os estudantes do 3º ciclo.

MEGM Mentoring

terça, julho 26th, 2016

Educação Superior ● 2016

Teresa Carvalho (docente DECivil)

Implementação da Boa Prática

O programa “MEGM Mentoring” é um programa de desenvolvimento pessoal para alunos do MEGM que tem como objectivo permitir aos alunos debater com um profissional do sector da indústria extractiva questões relacionadas com o seu percurso académico e esclarecer dúvidas relacionadas com o meio empresarial.

O programa funciona de forma voluntária sendo a sua coordenação realizada pela coordenação do MEGM. O Gabinete de Apoio ao Tutorado do IST (GATU) colabora neste programa através de acções de formação e apoio aos mentores e acompanhamento do programa.

Os mentores são licenciados pré-Bolonha ou mestres pós-Bolonha do IST, preferencialmente jovens seniores, com actividade no sector da indústria extractiva. A cada mentor é atribuído um único mentorando.

O programa decorre preferencialmente a partir do início do 1º ano do MEGM até à graduação do aluno. O programa funcionou pela primeira vez no ano 2014/2015.

Acções

Outubro: convite aos alunos para adesão ao programa

Novembro: convite de profissionais para serem mentores

Dezembro: atribuição dos mentores aos mentorandos; realização de acção de formação em coaching dos mentores pelo GATU

A partir de Janeiro : desenvolvimento dos contactos (presenciais, telefónicos, por email, etc) entre mentores e mentorandos

Julho: reunião da Coordenação do MEGM, responsável GATU, mentores e mentorandos para avaliação do funcionamento do programa.

Sempre que necessário: apoio, sob a forma de reunião ou outra forma, por parte da coordenação e do GATU aos mentores

Está previsto que o programa tenha continuidade nos próximos anos, a exemplo do programa do tutorado.

Recursos

Humanos: Coordenação do curso, e um elemento do GATU com experiência de formação em coaching.

Materiais: Sala, com meios de projecção, para reuniões e realização das formações; material didáctico.

Custo

Para além do associado aos recursos humanos e materiais listados acima, pagamento de almoço aos mentores e restantes participantes nas formações e reuniões.

Resultados Alcançados

Considera-se que o programa “MEGM Mentoring” tem como objectivos:

  1. a empregabilidade de 100% dos mestres do MEGM e a empregabilidade nas empresas com maior notoriedade. Assume-se que estes objectivos se atingem com alunos tecnicamente bem preparados mas também através das competências adquiridas através da participação no programa.
  2. a participação e contribuição dos alumni para a vida académica do IST;
  3. a cooperação com as empresas em que os alumni estão inseridos.

A adesão ao programa, expressa como percentagem de alunos que aderiram ao programa relativamente ao número de alunos “normais” inscritos pela 1ª vez no MEGM no ano, foi de 69% em 2014/2015 e de 83% em 2015/2016. Ressalve-se que a maioria dos alunos inscritos no programa nos dois anos lectivos frequentava o 2º ano do MEGM e não o 1º, como era previsto e desejável. Observou-se que este facto se deve, por um lado, a problemas de comunicação, já que em Outubro, quando é feito convite aos alunos, há alunos (sobretudo alunos que ingressam no MEGM através da LEGM) que ainda não estão inscritos no MEGM e, por outro, porque neste 1º ano do curso, os alunos ainda não estão muito “preocupados” com a empregabilidade.

Por outro lado, 60% dos mentores no ano de 2015/2016 repetem a experiência demonstrando que a actividade foi gratificante para eles. Os restantes mentores de 2014/2015 que não aceitaram ser mentores em 2015/2016 escusaram-se com razões profissionais e pessoais, nenhum invocou insatisfação com a experiência para não a repetir.

Avaliação e Monitorização

A monitorização da prática é realizada através de contactos ao longo do ano da coordenação com mentores e mentorandos e reuniões da coordenação, GATU e mentores.

A avaliação é realizada através de 2 inquéritos de satisfação diferentes realizados em dois momentos, quando o aluno conclui o curso e 2 anos passados sobre a conclusão do curso.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A prática, no IST e no ensino superior em geral, é inovadora dado o seu carácter estruturado, incluir a formação em coaching de elementos exteriores à escola e por ser disponibilizada a todos os alunos do curso.

Esta prática pode ser replicada em todos os cursos do IST. O desafio no caso de grandes cursos é a possibilidade de adesão de profissionais (mentores) em número suficiente para os alunos interessados. No entanto, o universo de possíveis mentores é, nestes casos, muito maior. Contudo, o trabalho adicional para a Coordenação pode ser muito pesado, havendo que considerar uma estrutura dedicada.