Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Archive for the ‘Sustentabilidade’ Category

Projeto “Técnico faz a diferença”. Modelo e Plano Operativo para a gestão de resíduos sólidos urbanos no IST.

quarta, novembro 29th, 2023

BOA PRÁTICA DO ANO | Impacto Societal | 2023

Silvia Di Salvatore, Inês Ribeiro, Ricardo Veloso, Pedro Sanches,

Tiago Mamouros, Ricardo da Silva Vieira, Rita Santos, João Gonçalves,

Técnico Sustentável – Ambiente Sociedade Economia e

Grupo de estudantes ambientalista do Instituto Superior Técnico (AmbientalIST)

 

Implementação da Prática

O projeto “Técnico faz a diferença” (TFD), desenvolvido pela iniciativa Técnico Sustentável da Plataforma IST-Ambiente, é um procedimento inovador para a gestão de resíduos sólidos urbanos nos campi do IST, transitando de uma situação atual onde não existe um procedimento sistemático de separação para um modelo (modelo MFD – boa prática ObservIST 2021) de separação de resíduos e recolha seletiva (i) desativando os caixotes nas salas e nos gabinetes, (ii) introduzindo ecoilhas nos espaços comuns e (iii) subdividindo o campus em zonas para a implementação de vários ecopontos. Este procedimento, monitorizado num projeto piloto no Pavilhão de Mecânica I, obteve resultados de separação excelentes, com 58% de resíduos recicláveis separados, dos quais 16% de biorresíduos, recicláveis nos compostores instalados no campus.

A implementação do projeto “Técnico faz a diferença” começou no Campus Alameda, com as seguintes ações:

  • Criação da Comissão de Acompanhamento (CA) de vários órgãos da escola e desenvolvimento de reuniões preparatórias.
  • Contabilização de equipamentos (ecoilhas para a separação dos seguintes resíduos: indiferenciado, embalagens, papel, vidro, biorresíduos) para os edifícios do Campus Alameda.
  • Monitorização da quantidade de resíduos produzidos em cada pavilhão.
  • Execução de um Plano Estratégico de Comunicação, com (i) desenvolvimento de um Plano de Comunicação para transmitir o novo procedimento à comunidade IST; (ii) desenvolvimento de um projeto gráfico com a elaboração de cartazes informativos de fácil leitura para os caixotes.
  • Aquisição dos equipamentos. Para constituir a ecoilha, foram adquiridos (i) caixotes em cartão com o volume de 100I (resíduos recicláveis), (ii) caixotes de 7l em plástico (biorresíduos).
  • Implementação nos Edifícios. À data, está a decorrer a implementação no Pavilhão de Civil.
  • Após a implementação em cada edifício, será realizada nova monitorização do novo procedimento.

Resultados Alcançados

Primeiros resultados obtidos em algumas ações apresentadas:

  • Os órgãos, serviços e núcleos envolvidos na Comissão de Acompanhamento são: a Direção Técnica (DT), o Núcleo de Segurança, Higiene e Saúde (NSHS), a Área de Comunicação I. e M. (ACIM), o Núcleo de Design e Multimédia (NDM), a Associação de Estudantes (AEIST) e o Núcleo AmbientalIST.
  • Para a contabilização de equipamentos para os edifícios do Campus Alameda, entre janeiro e novembro de 2021, decorreram reuniões com todos os gestores dos pavilhões do Campus Alameda para apresentar o projeto e transmitir o novo procedimento.
    1. Por cada pavilhão constitui-se uma equipa de acompanhamento do projeto (EA) constituída pelo gestor do pavilhão e a coordenadora das funcionárias de limpeza do pavilhão, para garantir uma presença e acompanhamento constante na implementação do projeto. A EA efetua o levantamento das necessidades com vista a determinação do número de ecoílhas a implementar e a sua localização no pavilhão.
  • A monitorização da quantidade de resíduos produzidos em cada pavilhão começou em abril de 2022 e até à data decorreu nos seguintes pavilhões: Civil, Central, C. Interdisciplinar, Matemática, Física, Mecânica I, II, III e IV.
  • O Plano Estratégico de Comunicação teve como resultados: (i) o desenvolvimento de um projeto gráfico pelo NDM, com a elaboração de cartazes informativos de fácil leitura para os caixotes, onde confluíram texto e imagens com a síntese das principais regras de separação de resíduos produzidos em ambiente de trabalho, disponibilizadas pela Valorsul e cartazes informativos sobre o projeto para afixar junto de cada ecoilha; (ii) para transmitir o novo procedimento, organização de reuniões com diretores/presidentes de departamentos/centros de investigação e respetivos secretariados; a execução começou pelo Pavilhão de Civil, com reuniões que decorreram em Outubro e Novembro de 2022; (iii) organização de sessões de esclarecimento para a população de cada pavilhão. (iv)  organização de ações de formação para as equipas de limpeza.

Avaliação e Monitorização

No processo de monitorização e avaliação do impacte do projeto foi desenvolvida uma análise ambiental preliminar de resíduos no Campus da Alameda IST. Os indicadores Gerais foram retirados do software SimaPro, um software de Life Cycle Assessment (LCA). Este software tem uma base de dados profissional, EcoInvent, que inclui os inventários de diferentes materiais, permitindo uma análise completa de todos os processos envolvidos em cada cenário de recolha e tratamento de resíduos. Foi ainda usado o método Recipe, recomendado pela Comissão Europeia para estas análises. O Recipe mede 18 categorias de impacto. No documento que anexamos à esta candidatura, mostramos primeiro a categoria de Climate Change, medida pelo CO2 equivalente. Neste estudo considerou-se que todo os resíduos indiferenciados tratados na ValorSul são incinerados, com a respetivo aproveitamento de energia.

O cenário de separação segundo o procedimento do projeto “Técnico faz a diferença” apresenta melhorias evidentes em quase todos os indicadores. Estima-se que se poupe mais de 32 toneladas de CO2 equivalente.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Entre os aspetos inovadores da prática em termos internos:

  • transição de uma situação atual no IST onde não existe um procedimento sistemático de separação de resíduos para um modelo de separação de resíduos e recolha seletiva para diminuir drasticamente o impacto neste tema ambiental da instituição.
  • diminuição do impacte económico do procedimento de gestão de resíduos sólidos urbanos do IST para gerar capacidade de investimento nos equipamentos de separação e recolha.
  • implementação a separação de biorresíduos, tal como previsto pela Diretiva (UE) 2018/851, de maio de 2018, com obrigatoriedade a partir de 1 de janeiro de 2024, sendo um importante contributo na futura Estratégia Nacional de Bioeconomia Circular e também para o cumprimento do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 e do Plano Nacional de Energia e Clima.
  • colocação de compostores no espaço exterior, com a valorização interna dos biorresíduos e o reaproveitamento do composto nos jardins do campi.

Entre os aspetos inovadores da prática em termos externos:

  • desenvolvimento de um modelo/procedimento inovador de gestão de resíduos sólidos urbanos, com excelentes resultados de separação, acima das médias nacionais (58% de resíduos recicláveis separados, dos quais 16% de biorresíduos), replicável em outras instituições de ensino superior.

Mobility Open Day (MOD)

quarta, novembro 29th, 2023

Boa Prática Reconhecida | Educação | 2023

Luís A. Moreira - Área de Assuntos Internacionais - 
Núcleo de Mobilidade e Cooperação Internacional (NMCI)

 

Implementação da Prática

A internacionalização do Técnico Lisboa é não só uma prioridade como uma realidade crescente em toda a sua dinâmica. A crescente vontade da comunidade da instituição em acrescentar um teor internacional ao seu percurso, seja ele académico ou profissional, tem resultado no aumento do número de interessados nas várias oportunidades existentes.

Neste sentido, o Núcleo de Mobilidade e Cooperação Internacional (NMCI) criou o Mobility Open Day (MOD), um evento destinado a toda a comunidade do Técnico Lisboa com a finalidade de a sensibilizar relativamente a todos os programas de mobilidade internacional que o NMCI implementa. Este evento prolonga-se por dois dias: um dia no Campus Taguspark, outro no Campus Alameda.

O MOD baseia-se num dia aberto do NMCI em que toda a equipa está em diversos stands a apresentar os programas de mobilidade com os quais trabalha, esclarecendo a comunidade e promovendo a sua participação. Por outro lado, existem, em simultâneo as Mobility Talks, em que o NMCI convida membros da comunidade que já experienciaram experiências de mobilidade internacional, incluindo alumni, permitindo um contacto direto entre si e os estudantes/staff interessados.

Para tornar o evento mais atrativo, ao entrarem no espaço do evento é dado aos participantes um cartão (adaptado ao tema do MOD) que poderão completar ao participarem nas Mobility Talks e ao dirigirem-se aos stands da equipa do NMCI. No fim, poderão ir até ao stand do Checkpoint, onde, ao entregarem o seu cartão com os comprovativos de passagem nos diversos stands, poderão habilitar-se a ganhar prémios.

O evento deverá acontecer na primeira semana do 2º período de aulas, que, geralmente, ronda a segunda quinzena do mês de novembro. Como referência, em 2022 o evento aconteceu nos dias 23 e 24 de novembro: dia 23, quarta-feira, no Taguspark, e no dia seguinte, quinta-feira, na Alameda.

Neste evento estiveram representadas as seguintes oportunidades:

  • Erasmus Estudos;
  • Almeida Garrett;
  • Mobilidade Estudos Europa (HMDA, MTIH, UNITE!)
  • Estágios Internacionais;
  • Mobilidade Fora da Europa;
  • Mobilidade de Pessoal Docente, Técnico e Administrativo;
  • Cursos de Curta Duração;
  • Joint Programmes;
  • Embaixadores Internacionais;
  • Mobility Talks;
  • Entre outros.

A nível de recursos, é um evento que depende maioritariamente de recursos já existentes na instituição, precisando apenas de investimento adicional para a concretização de alguns aspetos logísticos, atratividade e divulgação.

Resultados Alcançados

Com a implementação do Mobility Open Day, foi possível aplicar um questionário a parte dos participantes como forma de entender quais os programas e destinos de mobilidade que se cruzam com os seus interesses para que, futuramente, o Núcleo de Mobilidade e Cooperação Internacional possa adaptar a sua oferta de oportunidades e, assim, atrair estes participantes e aumentar os números de mobilidade nacional e internacional da instituição.

Foram recolhidos, no total, 527 inquéritos, distribuídos entre alunos (441), pessoal técnico e administrativo (74), investigadores bolseiros (6) e pessoal docente (4). Apesar da clara preferência dos inquiridos por realizar as suas mobilidades dentro da União Europeia (aproximadamente 80% divididos nos dois dias do evento), foi também notória a vontade de participar numa mobilidade internacional para países asiáticos, norte e latino-americanos.

Consultando os resultados, os países que mais interessaram os participantes do Mobility Open Day foram a Alemanha, Itália, Dinamarca, Japão e Estados Unidos da América, sendo prioritária a criação de acordos com instituições de ensino superior sediadas nestes países.

Esta informação foi já utilizada pelo NMCI no desenvolvimento a candidaturas a programas de financiamento, o que permitirá o Técnico Lisboa oferecer um maior número de fluxos (incoming e outgoing) de mobilidades internacionais financiadas para instituições de ensino superior que se encontrem fora dos países parceiros do Programa Erasmus+. Será também utilizada no âmbito do Programa Erasmus+, criando novas parcerias e aprimorando os acordos interinstitucionais já existentes.

A recolha direta dos resultados obtidos permitiu que, pela primeira vez, a equipa do NMCI pudesse trabalhar com dados concretos, adaptando a sua oferta e o seu plano de trabalhos às necessidades e preferências desta amostra da comunidade do Técnico Lisboa.

O sucesso da edição de 2022 permite-nos concluir que este evento é relevante para toda a comunidade, estudantes e staff, e que é mais uma ferramenta para o aumento da internacionalização do IST.

Avaliação e Monitorização

Avaliação e monitorização do Mobility Open Day segue objetivos claros, garantindo a sua máxima de informar a comunidade da instituição sobre as oportunidades de mobilidade internacionais às quais podem aderir, incentivando a sua participação.

A realização de inquéritos permite recolher o feedback dos participantes e quais as suas necessidades tal torna o Mobility Open Day um evento em constante melhoria e evolução. A implementação destes inquéritos resultou e continuará a resultar na criação de novos acordos interinstitucionais com instituições de ensino superior que e/ou redes que permitam a realização de mobilidades dentro dos parâmetros mencionados pelos participantes do MOD, resultando num futuro crescimento do número de mobilidades, tanto incoming como outgoing, associadas ao Técnico Lisboa.

Ademais, a criação de oportunidades de mobilidade internacional para doutorandos e investigadores foi também resultante da sua demonstração de interesse neste evento, sendo claro objetivo do NMCI continuar a aumentar o interesse e participação deste público em programas de mobilidade internacional.

Em termos de melhorias nas práticas executadas, a equipa do NMCI detetou um especial interesse da comunidade do IST a respeito das Mobility Talks, que superou, em muito, a adesão esperada. Como resultado disso, será criado um espaço de maior dimensão na próxima edição do evento, e a sua agenda, com horários das sessões e os programas nos quais os testemunhos participaram, deverá ser divulgado mais atempadamente.

Acrescente-se que a captação de testemunhos será otimizada na próxima edição, utilizando um método mais automatizado para cruzar a informação dos testemunhos, considerando o programa de mobilidade no qual participaram e a sua disponibilidade durante o evento. Tal permitirá a criação de uma agenda mais rica e diversa, que será, decerto, benéfico para a implementação do Mobility Open Day.

No contexto das potenciais melhorias identificadas existirá também, na próxima edição, a presença e participação de patrocinadores e de entidades externas relevantes para a internacionalização do Técnico Lisboa, o que resultará no crescimento do evento em termos de quantidade de participantes, por um lado, e de qualidade efetiva, por outro.

A nível do inquérito, este será, também, alvo de aprimoramento, de modo a que se consiga extrair conteúdo cada vez mais pertinente para o atual cenário das mobilidades internacionais no âmbito do Técnico Lisboa.

Carácter Inovador e Transferibilidade

O Mobility Open Day permite um contacto mais direto da equipa do Núcleo de Mobilidade e Cooperação Internacional com a comunidade do Técnico Lisboa, apresentando todas as oportunidades de mobilidade internacional nas quais podem participar independentemente do seu vínculo com o IST.

Permite, também, criar um ponto de contacto entre interessados em realizar um período de mobilidade internacional com quem já o fez através das Mobility Talks. Este contacto direto entre pares tem um impacto altamente positivo na motivação da comunidade do Técnico Lisboa e na sua internacionalização como um todo, sendo este um aspeto inovador a destacar.

A sustentabilidade do MOD é inquestionável considerando a natureza de constante atualização – por um lado, todas as edições permitirão a divulgação dos programas de mobilidade existentes de momento; por outro, no que às Mobility Talks diz respeito, os testemunhos prestados serão sempre baseados em experiências recentes, o que permite uma adaptação automática do discurso. Acrescente-se ainda que, a nível dos inquéritos realizados em cada edição, estes fornecerão dados atualizados nos quais a equipa do NMCI se baseará para estabelecer a sua estratégia de trabalho interna.

O sucesso do MOD é, por isso, resultado de variados fatores que constituem o seu conceito inovador – o contacto direto com técnico-administrativos com capacidade de dar respostas a nível burocráticos à comunidade e o contacto com testemunhos que falarão das suas experiências na primeira pessoa torna-se numa junção de abordagens que cobram em grande parte as questões da comunidade do Técnico Lisboa a respeito de programas de mobilidade internacional. Isto, a juntar ao facto de ser possível extrair dados concretos sobre as suas necessidades e preferências a respeito da sua participação nestes programas, faz do MOD um evento fulcral em termos de promoção da internacionalização do Técnico Lisboa e uma iniciativa a ser considerada em termos de replicabilidade por outros serviços da instituição.

Esta abordagem permite que a equipa do NMCI esclareça de modo mais direto as questões da comunidade da instituição, contribuindo diretamente para um público mais consciente relativamente à internacionalização do ensino superior, levando a um melhor esclarecimento e a uma melhoria dos processos associados à participação em mobilidades internacionais.

Projeto Pensar Verde – Técnico

terça, novembro 8th, 2022

Investigação, Desenvolvimento e Inovação ● 2022

Projeto Pensar Verde – Técnico

https://www.facebook.com/pensarverdeist https://www.instagram.com/pensarverde_ist/

 Implementação da Prática

O projeto “Pensar Verde – IST” visa ao desenvolvimento de um plano integrado de pequenas iniciativas para o espaço exterior do Campus Alameda do Instituto Superior Técnico. As iniciativas promovidas têm como objetivo tornar campus um espaço sustentável, biodiverso, acessível, confortável e comunicativo, com especial consideração do quadro atual, onde é importante proporcionar espaços exteriores acolhedores, como medida de mitigação dos fatores de risco associados à pandemia por SARS-CoV-2 (COVID-19). Outro objetivo do projeto piloto é testar e monitorizar as iniciativas com vista ao desenvolvimento de um plano de valorização dos espaços exteriores dos campi IST. O projeto Pensar Verde é constituído pelas seguintes iniciativas: 1 – Hortus IST  Coordenação: Silvia Di Salvatore (MARETEC/LARSyS) 2 – Horta Pedagógica APIST Coordenação: Infantário APIST 3 – Coberturas Verdes Coordenação: Cristina Matos Silva (CERIS) 4 – Parede Verde Coordenação: Ana Galvão (CERIS) 5 – Jardins Confortáveis e Comunicativos Coordenação: Silvia Di Salvatore (MARETEC/LARSyS), Rosa Felix (CERIS).

Resultados Alcançados

1 – Hortus IST    O Hortus IST, criado em março de 2021, é um jardim da Biodiversidade e da Permacultura, constituído por um prado biodiverso florido, semeado com um conjunto de espécies silvestres portuguesas, e uma horta seguindo os princípios da permacultura com aplicação de aspetos da agricultura natural e sinérgica. O Hortus foi pensado como um espaço de partilha aberto a toda a comunidade do IST e o resultado, após um ano da sua implementação, é a existência de um grupo de mais de 20 colaboradores entre alunos, docentes, investigadores e funcionários. Foi ainda estabelecida uma colaboração estável com o Centro de Apoio para o Sem Abrigo (CASA), com doações semanais de hortaliças produzidas no Hortus. 2 – Horta Pedagógica APIST, é um conjunto de pequenas hortas geridas pelas educadoras e pelas crianças do Jardim de Infância da APIST, no Jardim Sul do campus, com o objetivo de aproximar os mais pequenos da natureza, e numa perspetiva pedagógica de conhecer e acompanhar o ciclo de desenvolvimento dos legumes e vegetais, compreender e experimentar cuidar e ser responsável pelo seu desenvolvimento, e promover a descoberta e o gosto por uma alimentação saudável. Como resultado, salienta-se um envolvimento constante desta comunidade para cuidar da horta, o interesse e a satisfação de acompanhar o seu desenvolvimento, e ainda a apreciação dos produtos da horta por parte da generalidade das crianças. 3 – Coberturas Verdes Integradas no projeto GENESIS https://www.projectgenesis-ist.com/, e instaladas no terraço junto do anfiteatro exterior do Pavilhão de Civil, trata-se de tabuleiros teste de coberturas verdes extensivas em clima mediterrâneo, abrangendo o seu comportamento hidrológico e térmico, bem como a incorporação de resíduos de construção e demolição em substratos técnicos e o consequente efeito no desenvolvimento da vegetação. 4 – Parede Verde Esta iniciativa é constituída pela instalação de uma parede verde irrigada por águas cinzentas, que constituem uma fonte alternativa à água potável, promovendo a economia circular e uma utilização sustentável de recursos hídricos. A parede verde foi pensada para servir de projeto de demonstração desta tecnologia, que é muito possivelmente a única a operar em Portugal. Destina-se não só a demonstrar perante a comunidade escolar e a sociedade, mas também será objeto de estudo por parte de estudantes de mestrado na realização da dissertação final, e irá também receber uma estudante internacional para a realização de parte do seu doutoramento. 5 – Jardins Acessíveis, Confortáveis e Comunicativos Após proposta no âmbito do Pensar Verde para melhorar a acessibilidade do Jardim de Mecânica I, usado para o estacionamento abusivo de motociclos, e do canteiro lateral usado para o estacionamento de carros, foram criadas zonas específicas de estacionamento de motociclos que permitiram voltar a ter um jardim acessível com condições para “estar ao ar livre”.

Avaliação e Monitorização

Cumprimento do objetivo inicial de servir de piloto para o desenvolvimento de uma estratégia de melhoramento do espaço exterior do campus, que se concretizou com o pedido por parte dos organismos centrais, para dar apoio no desenvolvimento de um plano para aumentar a biodiversidade do campus. Cumprimento do objetivo inicial de servir de laboratório vivo para contribuir para estabelecer uma ponte entre o conhecimento gerado no Campus e a Sociedade, demonstrando como é possível em ambiente urbano contribuir para a circularidade de recursos/resíduos, nomeadamente no âmbito do “comunicar ciência”, com a participação do Hortus e do Parede Verde no Dia do Técnico 2022. Identificação da necessidade de desenvolvimento de um projeto de sinalética para melhorar a visibilidade das iniciativas e a comunicação junto da comunidade IST.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Este conjunto de experiências científicas, com ligação ao ensino e à investigação de vários centros de I&D do IST, constituem um laboratório vivo, experimentando e monitorizando práticas e métodos para a gestão integrada de recursos, para otimizar a gestão dos espaços exteriores dos campi universitários, com o caráter inovador do envolvimento transversal de toda a comunidade acadêmica, entre alunos, docentes, investigadores e funcionários. A integração pretendida entre as experiências previstas transcende igualmente o espaço do campus, podendo servir de ponto de demonstração para o espaço urbano, nomeadamente: – recebemos o pedido do Centro de Acolhimento de Emergência Municipal, instalado no Campo de Santa Bárbara, onde são acolhidos cerca de 200 pessoas em situação de sem abrigo, para replicar o nosso modelo de horta sinérgica no pátio do centro, para dinamizar uma atividade diurna para esta comunidade, e a criação de um pequeno mercado para a venda do produtos da horta com o objetivo de aproximar esta população ao bairro. – com o Centro de Acolhimento de Emergência Municipal foi ainda realizada uma colaboração no âmbito da cadeira de Projeto I do Mestrado Integrado em Arquitetura do IST. Os alunos desenvolveram projetos para o pátio do centro, no âmbito do exercício final do 1º semestre e ainda será realizada uma exposição dos trabalhos. Esta experiência teve o resultado de aproximar os alunos a uma realidade social muito especial que futuros arquitetos não podem ignorar. – foi estabelecida a colaboração estável com o Centro de Apoio para o Sem Abrigo (CASA), com doações semanais de hortaliças produzidas no Hortus.

Pilot courses on “Life Cycle Assessment of Construction”

terça, novembro 8th, 2022

Educação Superior● 2022

Pilot courses on “Life Cycle Assessment of Construction”

ND

 Practice Implementation

The candidate become an expert on the environmental and economic Life Cycle Assessment (LCA) of materials, assemblies and buildings (LCA of Construction) after completing his PhD in this area in 2012. After that, in 2015, there was an increasing interest of the students that the candidate was supervising, and of other MSc and PhD students of the Department of Civil Engineering, Architecture and Georesources (DECivil), in this area of knowledge and research, since it allows the estimation of the impacts and costs of the activities of the construction sector that they need to consider in their theses. However, there was no training offer that could meet this demand. For that reason, the candidate organized in 2016 the 1st pilot course in “LCA of Construction”, with the participation of 6 trainees,

in the classrooms of DECivil. This course, organised and participated in a voluntary basis by the candidate and the trainees, respectively, was mainly taught by the candidate as the responsible Professor, complemented by expert presentations from Eng. Ana Silva and Eng. Vera Durão, the latter being also a trainee of this course. This course had a total of 20 hours of theoretical-practical training. This innovative techno-scientific knowledge was integrated for the first time in a course in Portugal. To answer the continuous demand, and given the success of the 1st edition, two more pilot editions of this course were organised by the candidate:

  • in 2018, with the same duration and with the participation of 14 trainees, also in the classrooms of DECivil. The expert presentations were made by Eng. Vera Durão, Eng. Martha Demertzi (trainee of this course) and Eng. Rawaz Kurda (trainee of the 1st edition);
  • in 2020, with the same duration but totally online, and with the participation of 10 trainees. The expert presentations were made by Eng. Vera Durão and Eng. Rawaz Kurda, the latter live streaming from Iraq.

Results Achieved

The aim of the organisation of the referred pilot courses was to:

  1. train the maximum possible number of students and researchers from DECivil in-terested in this innovative techno-scientific area;
  2. test the syllabus, the structure and the evaluation methods, foreseeing:

2.1.      its integration in the 2nd and 3rd cycles of study of the DECivil offer;

2.2.      and its proposal as an advanced training course organised within FUNDEC/Técnico+.

30 trainees, with different backgrounds and including five non-Portuguese speaking students, participated in the three editions of this pilot course. Regarding objective 1, it was possible to test the knowledge that they acquired via an homework and three practical assignments that were developed by the students in groups of two, or individually, and corrected by the candidate. Moreover, the trainees filled a survey by the end of each edition of the course to express their opinion about the:

  • syllabus, including suggestions for additional topics;
  • organisation, duration and level of detail of the lectures, of each module and of the course;
  • sufficiency of their background to follow the course;
  • support and feedback given by the candidate;
  • learning and teaching documents, including the presentations used in the lectures and the references suggested;
  • duration and difficulty of the autonomous work required to follow and complete the course;
  • difficulty, extension and scope of the practical assignments.

The answers confirmed that the course satisfactorily answered most of the expectations and the learning need of the trainees.

The experience of the candidate on teaching this course, along with the answers to the referred survey, allowed to accomplish objective 2. In fact, from the 1st to the 2nd edition, and from the 2nd to the 3rd one, some changes were made to the syllabus, to the structure and to the evaluation methods, in order to improve the course and following the lessons learned from the previous editions.

Objective 2.1 was accomplished by the integration of modules taught by the candidate, dedicated to “LCA of Construction”, and with:

  • 14 hours, in a new elective course on “Construction Life Cycle” in the new MSc in Civil Engineering at IST from the academic year of 2021/22, in the 2nd quarter of the 2nd year of the Construction’s specialization area;
  • 6 hours, in the course “Advanced Topics in Construction” of the PhD Course in Civil Engineering of DECivil of IST in the 2nd semester of the 2020/21 academic year.

Finally, and to accomplish objective 2.2, the candidate is preparing a proposal of an advanced training course in “LCA of Construction” to be organised within FUNDEC/Técnico+.

These 3 pilot courses were also a major contribution to the creation and development of the research group that the candidate coordinates (PositiveCyclegroup@CERIS), as well as a benefit to teaching innovation and quality.

Evaluation and Monitoring

One of the main contributions of the 30 trainees for these pilot courses corresponded to the opinions and suggestions that they provided in the survey distributed by the candidate, as referred in the previous section. That practice permitted the evaluation of the syllabus, structure and evaluation methods of each pilot course and the identification of potential improvement measures in the following edition. Based on that, and on the experience of the candidate on teaching this course, one of the changes that he decided to implement from the 2nd edition corresponded to a project-based learning approach, side-by-side with other active learning techniques and in line with IST recommendations (conselhopedagogi-co.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/32/percist-ce_20maio-1.pdf – In Portuguese), being the lectures directed from the beginning to introduce LCA principles and procedures using a dedicated software that was bought by the research centre of the candidate, after recognising the importance and emergence of this research area. This approach is particularly suitable for an elective course like this one, in which the number of enrolled students is not expected to be very high. This permits a close interaction between the Professor and the students, with a better monitoring of their learning process.

These pilot courses offered therefore the opportunity for continuous improvement and fine-tuning of the course contents, organisation, and grading system, with active participation and recommendations by the students via final surveys. The methods of teaching and evaluation of this course were established in an articulated way in order to fulfil the goals set for this course.

A teaching and learning support document and supporting presentations (379 slides) for the classes were prepared in English by the candidate. He also prepared reference tables and schemes to distribute to the students, and schemes and detailed instructions to support the development of group assignments.

All course materials are already prepared for in person, remote or hybrid (with some students in the classroom and the remaining ones attending via a web-conference platform, e.g., zoom) modes, thus negating any limitations.

Innovative Character and Transferability

The area of this proposal in an emergent training area in which international reference Universities have increasingly created dedicated minors or courses. Moreover, the contents of this course can fulfil the training needs of students from seven MSc, and related PhD programmes, at IST, thus representing an important learning complement for a relevant and representative diversity of IST degrees. Regarding the existing offer of IST in related areas, there is a course on “Industrial Ecology” in the Mechanical and Environmental Engineering MScs, where LCA corresponds only to one out of five modules. Moreover, this course is not focused in the construction sector. In the Integrated MSc in Civil Engineering, there was a course on “Environmental and Sustainability Challenges in Engineering” in the 1st year of the 5-years degree. In line with the title, the content is significantly broad and introductory. In the same degree, there is also an elective course on “Built Environment and Impacts”, for the 5th-year students in the “Hydraulic and Water Resources” branch, but it does not include the LCA-related knowledge or applications.

This innovative techno-scientific knowledge was integrated for the first time in (pilot) courses in Portugal. The priority was to therefore to motivate autonomous working, but with immediate feedback from the candidate regarding the quality and correctness of the individual or group work developed by the students.

The three pilot courses that the candidate organised since 2016 with a similar title, scope and aim revealed the attractiveness of this knowledge area at national but also international level, and the feasibility of implementing a course with the syllabus, schedule and grading proposed. In fact, the first edition of the “Construction Life Cycle” course attracted 61% of Erasmus students.

These pilot courses were innovative not only due to their scope, but also because of the creation of a 10-minute interval in the middle of the 2-hour classes in which the candidate played a song related with the topics of the course in his computer and showed the corresponding lyrics in the screen. This practice fulfilled the expectations of the students, also permitting the simplification of some complex concepts.

The experience from the 3 pilot courses that allowed the accomplishment of the objectives described in this proposal can be replicated in other scientific areas following a similar process.

Projecto Piloto “Mecânica I faz a diferença!”

terça, outubro 12th, 2021

Outra: Desenvolvimento Sustentável● 2021

Silvia Di Salvatore e Inês Ribeiro

ND

Implementação da Prática

O projeto piloto “Mecânica I faz a diferença!” (MFD), iniciativa do projeto Técnico Sustentável da Plataforma IST-Ambiente, com a colaboração dos núcleos de estudantes AmbientalIST e NEEA, decorreu no Pavilhão de Mecânica I do Campus Alameda do IST entre Novembro de 2019 e Março de 2020, teve como principal objetivo a introdução de um procedimento de separação e recolha diferenciada de resíduos sólidos urbanos (RSU) e o desenvolvimento de um modelo, com medidas de gestão operacional e estratégias de comunicação. O pavilhão onde decorreu o projeto é um edifício onde funcionam vários centros de investigação, laboratórios, uma biblioteca, uma sala de estudo e um anfiteatro, com uma população permanente de cerca 100 pessoas e uma população móbil de cerca de 50 pessoas.

O projeto piloto MDF foi desenvolvido em 4 fases:

Fase 1 – Monitorização. Nesta fase (Novembro 2019) foi realizada a monitorização dos resíduos do pavilhão geridos segundo o procedimento vigente no IST, com pesagens e estimativas volumétricas e qualitativas diárias dos resíduos indiferenciados produzidos no pavilhão, onde estavam instalados cerca de 100 caixotes em gabinetes e salas.

Fase 2 – Desenvolvimento do Modelo MFD, com medidas de gestão operacional com base Fase 1: 
- Remoção caixotes gabinetes e salas.
- Colocação de ecoilhas em espaços comuns do edifício (indiferenciado, plástico, papel, vidro e compostavel).
- Instalação de compostor no jardim do pavilhão. 
- Desenvolvimento Plano de Comunicação.

Fase 3 – Implementação:

– Lançamento de um Inquérito sobre Hábitos Sustentáveis em Ambiente de Trabalho junto de docentes, investigadores, funcionários e alunos do pavilhão.

– Desativação dos caixotes, colocação de 16 ecoilhas, e introdução de novo procedimento de recolha diária para os RSU indiferenciados e orgânicos, e semanal para os recicláveis.

Fase 4 – Avaliação.

Resultados Alcançados

Resultados da Fase 1

Os dados obtidos revelaram que no pavilhão (i) são produzidos em média cerca de 76 kg de resíduos indiferenciados por semana, (ii) 30% do total dos resíduos é das instalações sanitárias, e (iii) no total de resíduos indiferenciados, observou-se uma percentagem alta de resíduos plásticos e uma presença constante de resíduos orgânicos.

Resultados da Fase 2

– O Modelo MFD foi desenvolvido a partir de procedimentos já aplicados com sucesso em outras universidades, foi definido com base na fase de monitorização e nas características do espaço em análise, com as seguintes medidas: (i) a desativação de todos os caixotes de lixo indiferenciado dos gabinetes e das salas, (ii) a colocação de ilhas de separação de resíduos, constituídas por um conjunto de caixotes (indiferenciado, plástico, papel e cartão e vidro) em pontos estratégicos dos espaços comuns dos edifícios, tendo-se escolhido caixotes de cartão de 100 l, com características próprias para a recolha de resíduos, (iv) alteração do procedimento de recolha, passando a ser diária para os resíduos indiferenciados e orgânicos, e semanal para os resíduos plásticos e papel, (v) havendo uma considerável presença de orgânico nos resíduos do pavilhão, optou-se pela integração de pequenos baldes em algumas das ilhas, para permitir a separação dos resíduos orgânicos compostáveis e (vi) foi instalado um compostor no jardim do pavilhão, cedido pelo programa “Lisboa a Compostar” da CML. Juntamente com estes aspetos de gestão, desenvolveu-se um Plano de Comunicação constituído pela seguintes medidas integradas:

– Foi desenvolvido um inquérito sobre “Hábitos Sustentáveis em Ambiente de Trabalho” para todos os trabalhadores do pavilhão com o objetivo de caracterizar os hábitos da população do pavilhão e de consciencializar as pessoas sobre assuntos de sustentabilidade ambiental, para maximizar o sucesso do novo procedimento.

– Constituiu-se uma equipa de acompanhamento do projeto, formada pelos coordenadores do projeto, pelo gestor do edifício e a coordenadora das funcionárias de limpeza do pavilhão, com a função de (i) efetuar um levantamento das necessidades com vista a determinação do número de ilhas a implementar no pavilhão, (ii) desenvolver sessões de esclarecimento com os secretariados dos centros existentes no pavilhão, e ações de formação para todos os funcionários de limpeza sobre o novo procedimento (iii) garantir uma presença e acompanhamento constante na implementação do projeto.

– Foi desenvolvido um projeto gráfico com: (i) a elaboração de cartazes informativos de fácil leitura para os caixotes, onde confluíram texto e imagens com as principais regras de separação, (ii) a redação de plantas com a localização das ilhas para facilitar o controlo e a manutenção, (iii) a elaboração de cartazes, por parte dos alunos do núcleo AmbientalIST, para sensibilizar para a redução de gastos de papel e água nas instalações sanitárias.

Avaliação e Monitorização

Na sequência da monitorização do novo procedimento, observaram-se excelentes resultados, com 58% de resíduos recicláveis separados após introdução do modelo.  O inquérito aos utilizadores do pavilhão permitiu conhecer a população alvo de intervenção. Nomeadamente, foi possível concluir que, numa escala de 1 a 5, em média, os respondentes indicam que separam os resíduos (vidro, garrafas de plástico, baterias e resíduos químicos do trabalho) com regularidade (M=3.99; DP=1.31) e têm uma atitude pró-ambiental no trabalho muito positiva (M=4.41; DP=0.67). Os utilizadores deste pavilhão indicam ainda uma forte necessidade de se manterem informados sobre as questões pró-ambientais no seu local de trabalho (M=4.04, DP=0.81), reconhecendo no entanto que as atuais instalações do IST não são suficientes para a separação de resíduos (M=1.84, DP=1.02).

Carácter Inovador e Transferibilidade

O projeto piloto MFD permitiu testar o modelo desenvolvido, perceber as dificuldades e identificar os pontos essenciais para uma implementação de sucesso a larga escala em toda a instituição. A realização de estudos paralelos e integrados no plano de comunicação, nomeadamente o inquérito sobre os hábitos sustentáveis e a monitorização, permitiu não só comunicar eficazmente resultados, mas também efetuar análises ambientais e económicas do projeto, com resultados possíveis de extrapolar para todo o IST.

Este projeto serviu como laboratório de uma experiência colaborativa no campus Alameda, na qual participaram ativamente alunos, investigadores e funcionários docentes e não docentes. Foi também envolvida toda a comunidade do pavilhão através do plano de comunicação seguido, assegurando um sentimento de pertença que foi crucial para atingir estes resultados.

Técnico – Campus Sustentável

segunda, setembro 28th, 2020

Infraestruturas 2020

Mário de Matos (Campus Sustentável)

Implementação da Boa Prática

O projeto “Técnico – Campus Sustentável” começou no início do ano de 2012 e tem sido, desde então, promovido pelos órgãos centrais do Instituto Superior Técnico (IST) como polo dinamizador da implementação gradual de uma política de sustentabilidade ao nível universitário.

A gestão do uso dos recursos energéticos e hídricos é acompanhada por uma equipa permanente que propõe cotidianamente, de forma articulada com a gestão operacional do IST, ações concretas de melhoria do desempenho energético e hídrico das instalações, num esforço coletivo de redução dos consumos.

O projeto foi idealizado com o objetivo de melhorar a eficiência energética/hídrica nos campi através da implementação de um regime efetivo de gestão do uso dos recursos, energia e água, com resultados significativos ao nível da redução dos encargos com a fatura do IST. Por outro lado, o projeto pretende desde sempre envolver toda a comunidade de estudantes e investigadores, através da aplicação prática no campus de competências internas e procurando estimular o conhecimento existente sobre matérias relacionadas com a eficiência, e a implementação de um campus sustentável.

As principais ações implementadas foram: primeiro a realização de Auditorias Energéticas e Hídricas, muito aprofundadas, a todos os edifícios dos campi do IST, que incluíram um estudo e avaliação de medidas de conservação de energia e de preservação do consumo da água; depois, a instalação de Sistemas de Monitorização permanente com sub-monitorização sempre que tal se justifique, dos consumos de eletricidade, gás natural e água; e, por último, o estabelecimento de uma política efetiva de gestão da energia e do consumo da água, centrada na análise sistemática dos dados fornecidos pelos sistemas de monitorização que são confrontados com a informação recolhida em auditoria e diagnóstico no terreno. Estas tarefas são executadas por recursos humanos internos com qualificações específicas na área da gestão da energia e auditoria energética.

Resultados Alcançados

As Medidas de Conservação de Energia implementadas desde 2012 no campus da Alameda, o maior dos campi do Instituto Superior Técnico (IST), permitiram alcançar no último ano de 2019 uma poupança de 25% no consumo de energia quando comparado com os valores dos consumos médios anuais de há 10 anos. O campus da Alameda consome agora, para desenvolver as mesmas atividades, menos um quarto (1/4) da energia elétrica que consumia há uma década atrás, apesar do número de alunos matriculados ter subido no mesmo período, e não tendo havido medidas de investimento importante na melhoria de equipamentos energéticos, devido às restrições orçamentais nas universidades. Em relação ao ano de referência de 2011 a redução é de 22%. O ano de 2011 foi assumido como o ano base (baseline) para contabilização dos resultados do projeto, por ser o ano precedente ao arranque do projeto “Técnico – Campus Sustentável” e porque apresentava um consumo inferior a todos os anos do quinquénio anterior.

Apesar de um aumento médio superior 30% nos custos do tarifário entre 2011 e 2019, a fatura da energia elétrica do campus da Alameda foi em 2019 inferior em 230 mil Euros à fatura do ano de 2012 (primeiro ano completo com o IVA na eletricidade a 23%), sem perda de serviço.

Por outro lado, as variações anuais inferiores a 1%, obtidas em anos consecutivos durante o triénio 2016-2018 no campus da Alameda, demonstram inequivocamente que o consumo de energia neste campus está controlado, a poupança é persistente, e os resultados alcançados na melhoria do desempenho energético do campus estão consolidados para o atual nível de investimento nas infraestruturas e equipamentos energéticos.

Desde o início do projeto, contabilizando apenas o campus da Alameda foi evitado o consumo de 15,9GWh em eletricidade, equivalentes a 3.420tep em energia primária, e representando um total de 7.477tCO2eq em emissões de GEE associadas que foram evitadas.

Em relação à melhoria da eficiência hídrica no campus da Alameda, desde o início do projeto “Técnico – Campus Sustentável”, os resultados obtidos com a fatura anual demonstram uma redução progressiva muito acentuada dos consumos de água no IST. Os resultados na fatura revelam que o consumo anual de água em 2019 foi cerca de 61% inferior face ao consumo de referência do ano de 2011.

Em 2019 o consumo total de água no campus da Alameda foi de 53.986m3, contrastando com valores superiores a 130 mil metros cúbicos por ano no início desta década. Assim, para o ano passado a poupança financeira anual associada à redução do consumo foi superior a 315 mil Euros.

Contabilizando desde o início do projeto, e uma vez mais tomando a baseline de 2011, as poupanças de água são de 473.507m3, representando valores financeiros superiores a um milhão e meio de euros nas faturas de abastecimento de água ao campus da Alameda.

Nos últimos 4 anos, tem-se verificado que os consumos de água continuam a decrescer consecutivamente, mas a um ritmo menos pronunciado.

Avaliação e Monitorização

A avaliação dos resultados é atestada por comparação dos valores faturados ao Instituto Superior Técnico (IST) pelas empresas distribuidoras de água e energia. Escolhido o ano de 2011 como o ano base (baseline) para contabilização dos resultados (ano anterior ao início do projeto “”Técnico – Campus Sustentável), as faturas relativas aos consumos anuais ulteriores são confrontadas com os valores dos consumos de baseline. A monitorização é realizada por medição dos consumos através dos Sistemas de Monitorização instalados, com a verificação dos resultados por comparação com as faturas globais.

Para determinação dos custos financeiros evitados com a fatura da eletricidade, aos preços praticados pelo comercializador em cada ano para o custo unitário do consumo de energia (blended cost per kWh) é aplicado o consumo do ano de 2011, determinando-se a diferença para a fatura atual do ano respetivo. Aplica-se o mesmo método para as outras formas de energia. Aos preços de cada ano correspondentes ao custo global por metro cúbico de água consumida é aplicado o consumo do ano de 2011, sendo considerados como custos financeiros evitados os que resultam da diferença para a fatura atual em cada ano do projeto.

Constituem propostas de melhoria com elevado impacto, que já foram identificadas, a otimização e atualização permanente do website do projeto, tal como a realização de novas campanhas de informação e sensibilização da comunidade académica, as quais seriam estabelecidas com uma periodicidade regular, divulgando o compromisso do IST com o aumento da sustentabilidade. Por um lado, para relembrar a todos a atualidade da necessidade de racionalizar o uso da água e da energia, e, por outro, alcançando os utilizadores mais recentes dos campi do IST, iniciando uma consciência coletiva logo desde a entrada dos novos alunos a cada ano académico.

Outra proposta de melhoria relevante já identificada seria a integração plena dos recursos humanos afetos ao projeto, incorporando-os em definitivo na estrutura orgânica do IST enquanto núcleo operacional autónomo, com competências e responsabilidades próprias, desempenhando as suas funções como até aqui. É uma proposta de continuidade efetiva e consolidação dos objetivos do projeto a médio e longo prazo na instituição. Permitiria combinar e harmonizar metas de funcionamento e desenvolvimento dos campi com uma constante otimização da eficiência no uso dos recursos, de uma forma mais eficaz, produzindo melhorias tangíveis evidentes.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Foram colocados contadores em locais onde antes não eram registados consumos, e foi definido um plano de leituras regulares dos consumos de energia e da água por edifício. Esta tarefa permitiu iniciar um processo de avaliação rigoroso dos indicadores energéticos e carbónicos específicos de cada edifício e iniciar uma política de gestão dos consumos baseada numa monitorização permanente.

Medidas de Conservação de Energia associadas a níveis de investimento nulos ou admitidos pela gestão operacional dos campi foram implementadas. Incluíram a divulgação de melhores práticas com orientações sobre economia de energia, tendo envolvido os gestores dos edifícios, técnicos da manutenção e outros funcionários do Instituto Superior Técnico (IST). Recorrendo a uma monitorização contínua em tempo real do consumo de energia, foi conferida uma maior atenção a todos os equipamentos energéticos que funcionavam desnecessariamente e foram estabelecidas rotinas de comando mais rigorosas nos horários de funcionamento dos equipamentos, assim como um controle e a inspeção aos sistemas de AVAC individuais dispersos pelos campi, em coordenação com o Núcleo de Manutenção do IST.

A monitorização permanente dos consumos de água, associada a uma intervenção imediata sempre que necessário, assim como uma cuidada manutenção das redes de distribuição no interior dos campi, permitiram evitar qualquer situação atípica de perdas ou consumos excessivos. Pequenos investimentos cabimentados pelo orçamento de gestão corrente do Núcleo de Obras do IST tornaram possível a realização de pequenas reparações cirúrgicas para suprimir as fugas relevantes na rede de distribuição de água no interior dos campi.

Por último, a inspeção rotineira por parte dos operacionais de segurança do Núcleo de Higiene, Saúde e Segurança do IST no final da atividade diária nos campi, e o subsequente reporte imediato à coordenação centralizada, tem vindo a possibilitar a correção oportuna de situações de desperdício por má utilização ou negligência.

A dedicação integral, e em exclusividade, de uma equipa interna com competências profissionais específicas na área da gestão da energia e auditoria energética, que são as adequadas para o desenvolvimento das atividades do projeto, com o contributo da articulação das intervenções com os núcleos operacionais do IST referidos acima foi o fator determinante para o sucesso dos resultados alcançados até agora com o projeto “Técnico –- Campus Sustentável”.

 

Social Innovation Lab – SILAB

segunda, setembro 28th, 2020

Educação Superior 2020

Ana Carvalho e Miguel Amaral (docentes DEG)

Practice Implementation

The Social Innovation Lab (SILAB) at IST was created to address current gaps in the educational system by focusing mainly on frugal innovation (do more with less) and social impact, aiming to solve problems experienced by vulnerable communities in the world. The SILAB involves makers, researchers and students from different backgrounds who develop their projects under supervision of professors and specialists and it encompasses: (i) a new educational model integrating an economic and human dimension of technology; (ii) a mobility program where students develop in-site solutions that potentiate the well-being of local communities; (iii) an international network of partners, and (iv) a physical laboratory where different stakeholders can interact and generate products that meet the needs of base-of-the-pyramid communities.

The planned activities involve (i) a summer school @ IST in partnership with Parul University, where Indian Students will come to IST to be part in lectures, teamwork, seminars, cultural activities and visits to organizations involved in social innovation/responsibility; (ii) a hackathon with national and international participants, focused on creating socially innovative solutions to worldwide problems; (iii) a competition for construction of recycled 3D printers, stimulating critical awareness to recycling and circular economy, while developing soft skills and motivating participants to causes and projects with social impact, (iv) a fundraising campaign for the Xavier Green School in India, aimed at selling drawings from indian students in order to reconstruct and refurbish the school’s computer lab, and (iv) a fundraising for the Zoya Rana Foundation, aimed at selling artwork made by Indian arts students who dream of advancing their careers. This foundation aims at supporting arts students and demistifying the prejudice against organ donation that is present in various (particularly religious) communities in India.

Results Achieved

The SILAB has been implementing the new educational model, throughout the past three years, through the development of socially innovative projects in curricular courses.

In the Industrial Engineering and Environment course, students have been assessed solely through a semester-long project, consisting of improving senior mobility. All together, 22 projects have been presented. One of these is DETU, a platform that helps senior mobility in public transportation, which won the Impact Category award on Grace Academy – an world-wide annual prize for students that present the best projects on Corporate Social Responsibility. Additionally, to validate the DETU platform, the SILAB invited a group of senior citizens to not only test the prototype but also visit the IST – Alameda campus, namely the Civil Engineering Museum and the Institute for Systems and Robotics at IST. The success of the event demonstrated the importance of integrating the community with univerisities and students by promoting an interchange of information and experience that is beneficial for society. Other projects involved bracelets that give information of traffic lights through sensors, in order to give them more time to cross streets or a service that provides monthly physical exercises that seniors can do at home to keep fit.

On the other hand, in the Technology Based Entrepreneurship course, students from different nationalities and backgrounds (Industrial Engineering and Management, Electronics Engineering, Computer Science and Engineering) were involved also in a semester-long project but addressing the topic “Social Innovation: Developing goods/services to address the needs of vulnerable individuals and communities in the world”. Students tackled challenges coming from different regions in India. Throughout the process students had the chance to learn about a completely different context, benefit from external mentoring from five different Indian universities, and develop solutions for real complex problems within specific communities with the potential of generating social impact. Students were involved in the E.Awards event at IST and one team won an honorable award (500€). This team developed E-MITRA, an app for illiterate farmers that facilitates the participation in public supporting schemes. At the end of the semester, students were given the opportunity to travel to India to attend a Summer School and to implement, hands-on, what they had been working on. This accomplishment served as validation of the SILAB model and good practice to be replicated, namely the involvement of students in challenges with social impact over a semester (or more) and the mobility of students to validate and implement these concepts in loco. Additionally, these types of projects enhance, among other things, soft skills, learning-by-doing, project-based learning, networking at an international level and real social impact through interventions with vulnerable people and communities.

Evaluation and Monitoring

The SILAB operational model encompasses evaluation and monitoring processes and activities. There is an internal evaluation and follow-up process, developed continuously by SILAB’s stakelholders (teachers, students, researchers, companies, NGOs) and also an external validation by end-users involved in the various projects and external entities (acting as observers, not directly involved in the projects). Accordingly, the SILAB circulates all the information on the outputs among its network and schedules follow up meetings every 2 month swith internal partners and every 4 months with external partners. KPIs include: the number of projects undertaken, number of events organized, number of student mobility programmes occurred, number of new partners, number of members involved in each project, number of individuals / communities served. More than the frequency and quantitative appraisal of all these activities, there is considerable effort in evaluating their social impact (from a more qualitative standpoint). The SILAB organizes an annual meeting with all partners to present and discuss the KPIs and to discuss current and future strategies..

Inovativ Character and Transferability

Engineering Schools have been enabling students to develop the skills needed to identify technology-based business opportunities and implement them within new and established organizations. Many of these technologies bring new ideas that meet social needs, create social relationships and form new collaborations – social innovations. However, these specific social challenges are still not being explicitly included at the core of many engineering courses curricula and, in general, on educational strategies at engineering schools globally.

The SILAB discusses the importance of Higher Education Institutions (HEI) connecting engineering with social impact; and uses SILAB as an innovative case-study to show how it can be done. The SILAB is a pilot for a new educational model that can be successfully implemented by other HEI. The innovative character of SILAB is the fact that it constitutes an integrating model of several activities that already exist in several universities in the world, but which are traditionally separatel, namely: (i) in the classroom (Curricular Units – CU); (ii) outside the classroom (in the laboratory, at IST events); and (iii) outside the university and the country (in fieldwork and interaction with local and international partners). This integrating model implicitly observes several dimensions: CUs, IST, and HEI (the way in which engineering can be taught), which can boost strong international networks at an individual and institutional level (as it is already occurring with the SILAB).

In terms of transferability, one of the objectives is to serve as a pilot and source of good practices for establishing a network of SI Labs at both national and international level. The creation of more labs can function as a decentralized network and become a world-wide grid of students, professors, universities, companies, and social enterprises promoting solutions towards the well-being of the population in the world. This goal requires that one keeps a mindset of “looking from the outside in” to guarantee systematization of the processes being implemented in order to validate and improve the model (which is what the SILAB has been doing). With regard of sustainability, SILAB has institutional support from IST, as well as from other national and international partners (Universities, companies, NGOs), moreover it relies on a frugal philosophy, which grants all the resources needed to fulfill the project’s mission and vision in the long run.