Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

Archive for the ‘Economia de Recursos’ Category

Projeto “Técnico faz a diferença”. Modelo e Plano Operativo para a gestão de resíduos sólidos urbanos no IST.

quarta, novembro 29th, 2023

BOA PRÁTICA DO ANO | Impacto Societal | 2023

Silvia Di Salvatore, Inês Ribeiro, Ricardo Veloso, Pedro Sanches,

Tiago Mamouros, Ricardo da Silva Vieira, Rita Santos, João Gonçalves,

Técnico Sustentável – Ambiente Sociedade Economia e

Grupo de estudantes ambientalista do Instituto Superior Técnico (AmbientalIST)

 

Implementação da Prática

O projeto “Técnico faz a diferença” (TFD), desenvolvido pela iniciativa Técnico Sustentável da Plataforma IST-Ambiente, é um procedimento inovador para a gestão de resíduos sólidos urbanos nos campi do IST, transitando de uma situação atual onde não existe um procedimento sistemático de separação para um modelo (modelo MFD – boa prática ObservIST 2021) de separação de resíduos e recolha seletiva (i) desativando os caixotes nas salas e nos gabinetes, (ii) introduzindo ecoilhas nos espaços comuns e (iii) subdividindo o campus em zonas para a implementação de vários ecopontos. Este procedimento, monitorizado num projeto piloto no Pavilhão de Mecânica I, obteve resultados de separação excelentes, com 58% de resíduos recicláveis separados, dos quais 16% de biorresíduos, recicláveis nos compostores instalados no campus.

A implementação do projeto “Técnico faz a diferença” começou no Campus Alameda, com as seguintes ações:

  • Criação da Comissão de Acompanhamento (CA) de vários órgãos da escola e desenvolvimento de reuniões preparatórias.
  • Contabilização de equipamentos (ecoilhas para a separação dos seguintes resíduos: indiferenciado, embalagens, papel, vidro, biorresíduos) para os edifícios do Campus Alameda.
  • Monitorização da quantidade de resíduos produzidos em cada pavilhão.
  • Execução de um Plano Estratégico de Comunicação, com (i) desenvolvimento de um Plano de Comunicação para transmitir o novo procedimento à comunidade IST; (ii) desenvolvimento de um projeto gráfico com a elaboração de cartazes informativos de fácil leitura para os caixotes.
  • Aquisição dos equipamentos. Para constituir a ecoilha, foram adquiridos (i) caixotes em cartão com o volume de 100I (resíduos recicláveis), (ii) caixotes de 7l em plástico (biorresíduos).
  • Implementação nos Edifícios. À data, está a decorrer a implementação no Pavilhão de Civil.
  • Após a implementação em cada edifício, será realizada nova monitorização do novo procedimento.

Resultados Alcançados

Primeiros resultados obtidos em algumas ações apresentadas:

  • Os órgãos, serviços e núcleos envolvidos na Comissão de Acompanhamento são: a Direção Técnica (DT), o Núcleo de Segurança, Higiene e Saúde (NSHS), a Área de Comunicação I. e M. (ACIM), o Núcleo de Design e Multimédia (NDM), a Associação de Estudantes (AEIST) e o Núcleo AmbientalIST.
  • Para a contabilização de equipamentos para os edifícios do Campus Alameda, entre janeiro e novembro de 2021, decorreram reuniões com todos os gestores dos pavilhões do Campus Alameda para apresentar o projeto e transmitir o novo procedimento.
    1. Por cada pavilhão constitui-se uma equipa de acompanhamento do projeto (EA) constituída pelo gestor do pavilhão e a coordenadora das funcionárias de limpeza do pavilhão, para garantir uma presença e acompanhamento constante na implementação do projeto. A EA efetua o levantamento das necessidades com vista a determinação do número de ecoílhas a implementar e a sua localização no pavilhão.
  • A monitorização da quantidade de resíduos produzidos em cada pavilhão começou em abril de 2022 e até à data decorreu nos seguintes pavilhões: Civil, Central, C. Interdisciplinar, Matemática, Física, Mecânica I, II, III e IV.
  • O Plano Estratégico de Comunicação teve como resultados: (i) o desenvolvimento de um projeto gráfico pelo NDM, com a elaboração de cartazes informativos de fácil leitura para os caixotes, onde confluíram texto e imagens com a síntese das principais regras de separação de resíduos produzidos em ambiente de trabalho, disponibilizadas pela Valorsul e cartazes informativos sobre o projeto para afixar junto de cada ecoilha; (ii) para transmitir o novo procedimento, organização de reuniões com diretores/presidentes de departamentos/centros de investigação e respetivos secretariados; a execução começou pelo Pavilhão de Civil, com reuniões que decorreram em Outubro e Novembro de 2022; (iii) organização de sessões de esclarecimento para a população de cada pavilhão. (iv)  organização de ações de formação para as equipas de limpeza.

Avaliação e Monitorização

No processo de monitorização e avaliação do impacte do projeto foi desenvolvida uma análise ambiental preliminar de resíduos no Campus da Alameda IST. Os indicadores Gerais foram retirados do software SimaPro, um software de Life Cycle Assessment (LCA). Este software tem uma base de dados profissional, EcoInvent, que inclui os inventários de diferentes materiais, permitindo uma análise completa de todos os processos envolvidos em cada cenário de recolha e tratamento de resíduos. Foi ainda usado o método Recipe, recomendado pela Comissão Europeia para estas análises. O Recipe mede 18 categorias de impacto. No documento que anexamos à esta candidatura, mostramos primeiro a categoria de Climate Change, medida pelo CO2 equivalente. Neste estudo considerou-se que todo os resíduos indiferenciados tratados na ValorSul são incinerados, com a respetivo aproveitamento de energia.

O cenário de separação segundo o procedimento do projeto “Técnico faz a diferença” apresenta melhorias evidentes em quase todos os indicadores. Estima-se que se poupe mais de 32 toneladas de CO2 equivalente.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Entre os aspetos inovadores da prática em termos internos:

  • transição de uma situação atual no IST onde não existe um procedimento sistemático de separação de resíduos para um modelo de separação de resíduos e recolha seletiva para diminuir drasticamente o impacto neste tema ambiental da instituição.
  • diminuição do impacte económico do procedimento de gestão de resíduos sólidos urbanos do IST para gerar capacidade de investimento nos equipamentos de separação e recolha.
  • implementação a separação de biorresíduos, tal como previsto pela Diretiva (UE) 2018/851, de maio de 2018, com obrigatoriedade a partir de 1 de janeiro de 2024, sendo um importante contributo na futura Estratégia Nacional de Bioeconomia Circular e também para o cumprimento do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 e do Plano Nacional de Energia e Clima.
  • colocação de compostores no espaço exterior, com a valorização interna dos biorresíduos e o reaproveitamento do composto nos jardins do campi.

Entre os aspetos inovadores da prática em termos externos:

  • desenvolvimento de um modelo/procedimento inovador de gestão de resíduos sólidos urbanos, com excelentes resultados de separação, acima das médias nacionais (58% de resíduos recicláveis separados, dos quais 16% de biorresíduos), replicável em outras instituições de ensino superior.

ScientIST: Experiências no Domínio da Engenharia Biomédica Suportadas em Dispositivos Móveis, Serviços Cloud e Internet das Coisas (IoT)

quarta, novembro 29th, 2023

Boa Prática Reconhecida | Educação | 2023

Hugo Plácido da Silva e Ana Nobre Fred

 

Implementação da Prática

Os dispositivos móveis (ex: smartphones e/ou tablets), serviços cloud e IoT, encontram-se perfeitamente disseminados na comunidade académica. A prática ScientIST foi iniciada com a missão de explorar a utilização destas tecnologias para enriquecer a experiência de ensino, no domínio da Engenharia Biomédica. Está totalmente alinhada com o novo modelo pedagógico do IST, potenciando paradigmas de estudo autónomo e aprendizagem baseada em projetos. As principais ações centraram-se em:

  1. Desenvolvimento de hardware IoT específico para aplicações biomédicas[1];
  2. Desenvolvimento de software para aquisição, análise e processamento de biossinais[2];
  3. 3)Criação de conteúdos de suporte ás atividades pedagógicas[3];
  4. Constituição de um núcleo/grupo de alunos (em várias fases de formação) que assegure a sustentabilidade da prática[4];
  5. Implementação da prática nas atividades experimentais e laboratoriais de várias UCs relacionadas com instrumentação, aquisição, processamento e classificação de sinais biomédicos, estando também gradualmente a ser introduzida nas UCs de PIC 1, PIC 2, e Teses de MSc e PhD.
  6. Expansão da prática além do Departamento de Bioengenharia (DBE), sendo já parcialmente utilizada no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC), e estando a ser projetada a extensão ao Departamento de Engenharia Informática (DEI).

A implementação começou no ano letivo de 19/20 com o Projeto de Inovação Pedagógica (PIP) “ScientIST”, continuando a ser adoptada e até expandida com os PIP 20/21 “ScientIST NOTES”, PIP 21/22 “ScientIST SENSE”, e PIP 22/23 “ScientIST SENSORS”.

O investimento direto do IST foi de ~€20k, complementado pelo Instituto de Telecomunicações (IT) com ~€80k. Até ao momento colaboraram ~20 pessoas.

[1] https://www.scientisst.com/sense

[2] https://sense.scientisst.com

[3] https://github.com/scientisst/notebooks

[4] https://www.linkedin.com/search/results/people/?keywords=scientisst&origin=SPELL_CHECK_REPLACE&sid=-e%2C&spellCorrectionEnabled=false

Resultados Alcançados

A prática ScientIST está em utilização regular nas UCs de: Introdução à Engenharia Biomédica (A1-P4); Fundamentos de Bioinstrumentação (A3-P1); Projeto Integrador de 1º Ciclo em Engenharia Biomédica (A3-S1 & S2); Instrumentação e Aquisição de Biosinais (A4-P3); Aprendizagem Automática em Bioengenharia (A5-P1); Projeto Integrador de 2º Ciclo em Engenharia Biomédica (A5-S1 & S2); Projeto Integrador de 2º Ciclo em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (A5-S1 & S2); Projeto Integrador de 2º Ciclo em Engenharia Eletrónica (A5-S1 & S2); Dissertação de Mestrado em Engenharia Biomédica (A5-S2); Dissertação de Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (A5-S2); e Dissertação de Mestrado em Engenharia Eletrónica (A5-S2). Está também a ser utilizada em vários trabalhos atualmente em curso no Programa Doutoral em Engenharia Biomédica.

Entre as várias UCs, a prática beneficia (ou já beneficiou) mais de 400 estudantes do IST em todos os ciclos de estudo. Foi utilizada (ou está em utilização) em mais de 20 trabalhos de projeto integrador, teses de Mestrado, e teses de Doutoramento no IST. Além do DBE, a prática já foi adotada também em atividades do DEEC, estando a ser discutida a extensão a atividades do DEI, abrangendo por isso 3 departamentos a nível do IST. A Diferentes componentes da prática ScientIST já foram (ou estão a ser) adotados em atividades de 3 outras instituições de ensino superior, nomeadamente os ScientIST NOTES na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal (UC de Telemedicina), e o ScientIST SENSE na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra (em Dissertações de Mestrado e Doutoramento).

Do PIP ScientIST resultou numa publicação em revista internacional com arbitragem científica[1], tendo a mesma sido escolhida como artigo de capa do volume[2]. Foi ainda submetido um abstract relativo aos ScientISST NOTES, aceite para publicação na edição 2021 da Conferência Internacional da Sociedade Portuguesa para a Educação em Engenharia (CISPEE); a apresentação realizada na CISPEE foi distinguida com uma menção honrosa no “Best Presentation Award”. Para mais, a prática ScientIST contribuiu de forma significativa para alavancar a spin-off Binedge.ai[3], oficialmente incorporada em 2023.

De um modo geral, a prática ScientIST mostrou resultados promissores nos vários casos de uso em que foi aplicada, nomeadamente no estudo autónomo, criação de relatórios de experiências laboratoriais durante aulas, e aquisição e processamento de dados. A implementação da prática decorreu dentro do previsto, tendo inclusive excedido o plano inicial em várias das componentes, tais como o número de módulos ilustrativos, desempenho do hardware, e número de sensores disponíveis.

[1] https://www.mdpi.com/2624-6120/1/2/6

[2] https://www.mdpi.com/2624-6120/1/2

[3] https://binedge.ai/

Avaliação e Monitorização

A prática ScientIST tem sido objeto de um processo de monitorização e melhoria contínua, maioritariamente com base em inquéritos e questionários aos discentes. Para aferir a perceção quanto à componente de hardware, foi realizado um estudo piloto utilizando a System Usability Scale (SUS), na qual a pontuação geral obtida foi de 78,68%. Uma das limitações identificadas foi o desempenho da placa “off-the-shelve” Arduino MKR WIFI 1010 que adotámos inicialmente, o que motivou o desenvolvimento de raiz de uma base de hardware própria[1], conduzindo ao PIP ScientIST SENSE. Outras limitações identificadas foram o número reduzido de sensores disponíveis e a falta de uma aplicação para comunicar com o hardware diretamente a partir do computador, o que motivou a criação de software de suporte[2] e o desenvolvimento de novos sensores (PIP ScientIST SENSORS).

Relativamente aos conteúdos de suporte (PIP ScientIST NOTES), procurámos perceber a recetividade tanto do lado dos discentes como dos docentes. No caso dos discentes, foi realizado um questionário àqueles que já tinham tido contacto prévio com a prática. No caso dos docentes, foram realizadas entrevistas tanto a professores que não tivessem conhecimento do projeto como a quem já tivesse contacto com o mesmo. No que respeita à utilidade, grande parte dos alunos reconhece a importância dos recursos para compreender melhor os conteúdos lecionados nas aulas. Relativamente à organização, os alunos que conheciam a prática afirmaram gostar da sua estruturação. Mais de 80% dos alunos prefere a prática ScientIST por comparação com os métodos convencionais, sendo que 41.7% indicaram que esta preferência depende do conteúdo lecionado envolver programação.

A prática tem vindo a ser aplicada num conjunto muito diversificado de UCs. No geral, o feedback recolhido é bastante positivo; uma análise de saliência a questões abertas realizadas aos discentes sobre a sua opinião revelou como aspetos positivos a “facilidade de utilização”, “praticidade”, e “portabilidade” da prática. Para além dos conhecimentos técnicos, a metodologia ScientIST introduz os discentes a componentes práticas importantes para a sua formação, permite-lhes a aplicação dos conhecimentos adquiridos, e expõe os discentes a literatura científica e técnica relevante para a sua área de formação. Contribui ainda para o reforço das suas soft skills.

[1] https://www.scientisst.com/sense

[2] https://github.com/scientisst

Carácter Inovador e Transferibilidade

A utilização de dispositivos móveis, de que a grande maioria dos discentes e docentes dispõe (por exemplo smartphones e tablets), como uma extensão das ferramentas de ensino, é um tópico relativamente inexplorado e de carácter fortemente inovador a nível global. Para mais, a prática ScientIST deu origem a tecnologias cloud e IoT que vão além do estado da arte, tais como a plataforma ScientIST SENSE desenvolvida no IT/IST. Da combinação destas tecnologias, e tirando o maior partido de cada uma delas, está a ser possível desenvolver uma abordagem de ensino mais rica e inovadora, beneficiando da apetência crescente dos discentes para as mesmas.

Os discentes reconhecem como particularmente vantajosa e inovadora, por comparação com as abordagens clássicas utilizadas até então, a utilização de ferramentas interativas e baseadas na web como uma extensão dos recursos de ensino ao dispor do corpo docente. O hardware ScientIST SENSE constitui uma nova plataforma de hardware de baixo custo, baseada no SoC ESP32, com conectividade WiFi, Bluetooth, e BLE, frequência de amostragem superior a 4kHz (uniforme) e 8 canais com até 24-bit de resolução. Além de canais analógicos, são disponibilizados também canais digitais, nomeadamente I2C e SPI, cada vez mais utilizados, sendo o firmware reprogramável facilmente a partir do Arduíno IDE.  De acordo com o nosso melhor conhecimento, esta plataforma tem características únicas a nível mundial no domínio da Engenharia Biomédica.

Como resultado do processo de avaliação e monitorização, foi possível perceber que os alunos reconhecem uma melhor compreensão dos conteúdos, e que o trabalho laboratorial se torna mais prático. Das entrevistas aos docentes, foi apontada como inovadora a integração de conteúdos diversificados, permitindo ilustrar melhor os conceitos teóricos com recurso a recursos interativos, bem como a maior liberdade para os alunos aprenderem ao seu ritmo. A prática ScientIST pode ser imediatamente transposta para outros cursos no IST (para além do DBE) e até escalada para outras universidades, tanto a nível nacional como internacional. É já utilizada em algumas atividades do DEEC, estando a ser planeada a sua introdução também no DEI. Como indicado anteriormente, partes desta prática estão a ser utilizadas também por 3 outras instituições do ensino superior nacionais.

Criação de um caderno com hexágonos

quarta, novembro 29th, 2023

Boa Prática Reconhecida | Educação | 2023

Dulce Pereira Simão e Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST)

 

Implementação da Prática

Esta prática foi realizada em colaboração com a seção de folhas da Associação de estudantes do IST.

Foi implementado pela 1ª vez no P2 de 2022/2023 na UC de Química Orgânica para os alunos de Engenharia Química e depois no P3 em Fundamentos de Química Orgânica para os alunos de Engenharia Biológica.

O caderno foi utilizado nas aulas teórico-práticas e no estudo autónomo.

Esta prática vem complementar uma outra anterior, as folhas de teste com hexágonos criadas em colaboração com um aluno de Engenharia Biomédica e vendidas igualmente na secção de folhas da AEIST.

Resultados Alcançados

Na correção dos testes realizados verificaram-se menos enganos na passagem do enunciado para a folha de teste e igualmente na resolução dos problemas.

Apesar das múltiplas variáveis e fatores, a percentagem de alunos aprovados subiu consideravelmente em relação ao ano anterior em que não tinha sido ainda implementada esta prática

Avaliação e Monitorização

Foram feitos inquéritos no final do P2 aos alunos do 1º ano de Engenharia Química onde 73% eram da opinião de que o uso do caderno facilitou o estudo da UC e 65% referiram que as folhas de teste facilitaram a realização dos MAPs.

No final do P3 foram também realizados inquéritos aos alunos de Engenharia Biológica do 1º ano onde 55% dos alunos disseram o uso do caderno foi útil no estudo da UC e 71% referiram que as folhas de teste facilitaram a realização dos MAPs.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A criação deste caderno surgiu após a constatação da dificuldade demostrada pelos alunos do 1º ano em desenhar e representar estruturas químicas com cadeias de carbonos mais ou menos longas contendo os grupos funcionais.

As folhas de teste foram criadas em 1º lugar de modo a ajudar a desenhar na folha de teste, de forma correta, os compostos presentes no enunciado, o que é essencial para a resolução acertada do MAP/teste/exame.

A utilização deste caderno facilita a representação das estruturas químicas a duas dimensões, treinando a resolução de exercícios, quer seja em ambiente de aula quer seja no estudo autónomo, facilitando a apreensão da matéria e posteriormente uma melhor resolução dos testes/exames.

Que seja do nosso conhecimento, este tipo de cadernos não existe à venda em Portugal, sendo, no entanto, possível comprar online.

Além das UCs de Química Orgânica, esta prática pode ser aplicada a outras UCs como, a Química Geral lecionada a quase todas as licenciaturas do IST, Química Medicinal/Farmacêutica, Ciência e Tecnologia de Polímeros, Química Biológica e outras num universo de mais de 1000 alunos.

Pilot courses on “Life Cycle Assessment of Construction”

terça, novembro 8th, 2022

Educação Superior● 2022

Pilot courses on “Life Cycle Assessment of Construction”

ND

 Practice Implementation

The candidate become an expert on the environmental and economic Life Cycle Assessment (LCA) of materials, assemblies and buildings (LCA of Construction) after completing his PhD in this area in 2012. After that, in 2015, there was an increasing interest of the students that the candidate was supervising, and of other MSc and PhD students of the Department of Civil Engineering, Architecture and Georesources (DECivil), in this area of knowledge and research, since it allows the estimation of the impacts and costs of the activities of the construction sector that they need to consider in their theses. However, there was no training offer that could meet this demand. For that reason, the candidate organized in 2016 the 1st pilot course in “LCA of Construction”, with the participation of 6 trainees,

in the classrooms of DECivil. This course, organised and participated in a voluntary basis by the candidate and the trainees, respectively, was mainly taught by the candidate as the responsible Professor, complemented by expert presentations from Eng. Ana Silva and Eng. Vera Durão, the latter being also a trainee of this course. This course had a total of 20 hours of theoretical-practical training. This innovative techno-scientific knowledge was integrated for the first time in a course in Portugal. To answer the continuous demand, and given the success of the 1st edition, two more pilot editions of this course were organised by the candidate:

  • in 2018, with the same duration and with the participation of 14 trainees, also in the classrooms of DECivil. The expert presentations were made by Eng. Vera Durão, Eng. Martha Demertzi (trainee of this course) and Eng. Rawaz Kurda (trainee of the 1st edition);
  • in 2020, with the same duration but totally online, and with the participation of 10 trainees. The expert presentations were made by Eng. Vera Durão and Eng. Rawaz Kurda, the latter live streaming from Iraq.

Results Achieved

The aim of the organisation of the referred pilot courses was to:

  1. train the maximum possible number of students and researchers from DECivil in-terested in this innovative techno-scientific area;
  2. test the syllabus, the structure and the evaluation methods, foreseeing:

2.1.      its integration in the 2nd and 3rd cycles of study of the DECivil offer;

2.2.      and its proposal as an advanced training course organised within FUNDEC/Técnico+.

30 trainees, with different backgrounds and including five non-Portuguese speaking students, participated in the three editions of this pilot course. Regarding objective 1, it was possible to test the knowledge that they acquired via an homework and three practical assignments that were developed by the students in groups of two, or individually, and corrected by the candidate. Moreover, the trainees filled a survey by the end of each edition of the course to express their opinion about the:

  • syllabus, including suggestions for additional topics;
  • organisation, duration and level of detail of the lectures, of each module and of the course;
  • sufficiency of their background to follow the course;
  • support and feedback given by the candidate;
  • learning and teaching documents, including the presentations used in the lectures and the references suggested;
  • duration and difficulty of the autonomous work required to follow and complete the course;
  • difficulty, extension and scope of the practical assignments.

The answers confirmed that the course satisfactorily answered most of the expectations and the learning need of the trainees.

The experience of the candidate on teaching this course, along with the answers to the referred survey, allowed to accomplish objective 2. In fact, from the 1st to the 2nd edition, and from the 2nd to the 3rd one, some changes were made to the syllabus, to the structure and to the evaluation methods, in order to improve the course and following the lessons learned from the previous editions.

Objective 2.1 was accomplished by the integration of modules taught by the candidate, dedicated to “LCA of Construction”, and with:

  • 14 hours, in a new elective course on “Construction Life Cycle” in the new MSc in Civil Engineering at IST from the academic year of 2021/22, in the 2nd quarter of the 2nd year of the Construction’s specialization area;
  • 6 hours, in the course “Advanced Topics in Construction” of the PhD Course in Civil Engineering of DECivil of IST in the 2nd semester of the 2020/21 academic year.

Finally, and to accomplish objective 2.2, the candidate is preparing a proposal of an advanced training course in “LCA of Construction” to be organised within FUNDEC/Técnico+.

These 3 pilot courses were also a major contribution to the creation and development of the research group that the candidate coordinates (PositiveCyclegroup@CERIS), as well as a benefit to teaching innovation and quality.

Evaluation and Monitoring

One of the main contributions of the 30 trainees for these pilot courses corresponded to the opinions and suggestions that they provided in the survey distributed by the candidate, as referred in the previous section. That practice permitted the evaluation of the syllabus, structure and evaluation methods of each pilot course and the identification of potential improvement measures in the following edition. Based on that, and on the experience of the candidate on teaching this course, one of the changes that he decided to implement from the 2nd edition corresponded to a project-based learning approach, side-by-side with other active learning techniques and in line with IST recommendations (conselhopedagogi-co.tecnico.ulisboa.pt/files/sites/32/percist-ce_20maio-1.pdf – In Portuguese), being the lectures directed from the beginning to introduce LCA principles and procedures using a dedicated software that was bought by the research centre of the candidate, after recognising the importance and emergence of this research area. This approach is particularly suitable for an elective course like this one, in which the number of enrolled students is not expected to be very high. This permits a close interaction between the Professor and the students, with a better monitoring of their learning process.

These pilot courses offered therefore the opportunity for continuous improvement and fine-tuning of the course contents, organisation, and grading system, with active participation and recommendations by the students via final surveys. The methods of teaching and evaluation of this course were established in an articulated way in order to fulfil the goals set for this course.

A teaching and learning support document and supporting presentations (379 slides) for the classes were prepared in English by the candidate. He also prepared reference tables and schemes to distribute to the students, and schemes and detailed instructions to support the development of group assignments.

All course materials are already prepared for in person, remote or hybrid (with some students in the classroom and the remaining ones attending via a web-conference platform, e.g., zoom) modes, thus negating any limitations.

Innovative Character and Transferability

The area of this proposal in an emergent training area in which international reference Universities have increasingly created dedicated minors or courses. Moreover, the contents of this course can fulfil the training needs of students from seven MSc, and related PhD programmes, at IST, thus representing an important learning complement for a relevant and representative diversity of IST degrees. Regarding the existing offer of IST in related areas, there is a course on “Industrial Ecology” in the Mechanical and Environmental Engineering MScs, where LCA corresponds only to one out of five modules. Moreover, this course is not focused in the construction sector. In the Integrated MSc in Civil Engineering, there was a course on “Environmental and Sustainability Challenges in Engineering” in the 1st year of the 5-years degree. In line with the title, the content is significantly broad and introductory. In the same degree, there is also an elective course on “Built Environment and Impacts”, for the 5th-year students in the “Hydraulic and Water Resources” branch, but it does not include the LCA-related knowledge or applications.

This innovative techno-scientific knowledge was integrated for the first time in (pilot) courses in Portugal. The priority was to therefore to motivate autonomous working, but with immediate feedback from the candidate regarding the quality and correctness of the individual or group work developed by the students.

The three pilot courses that the candidate organised since 2016 with a similar title, scope and aim revealed the attractiveness of this knowledge area at national but also international level, and the feasibility of implementing a course with the syllabus, schedule and grading proposed. In fact, the first edition of the “Construction Life Cycle” course attracted 61% of Erasmus students.

These pilot courses were innovative not only due to their scope, but also because of the creation of a 10-minute interval in the middle of the 2-hour classes in which the candidate played a song related with the topics of the course in his computer and showed the corresponding lyrics in the screen. This practice fulfilled the expectations of the students, also permitting the simplification of some complex concepts.

The experience from the 3 pilot courses that allowed the accomplishment of the objectives described in this proposal can be replicated in other scientific areas following a similar process.

Técnico – Campus Sustentável

segunda, setembro 28th, 2020

Infraestruturas 2020

Mário de Matos (Campus Sustentável)

Implementação da Boa Prática

O projeto “Técnico – Campus Sustentável” começou no início do ano de 2012 e tem sido, desde então, promovido pelos órgãos centrais do Instituto Superior Técnico (IST) como polo dinamizador da implementação gradual de uma política de sustentabilidade ao nível universitário.

A gestão do uso dos recursos energéticos e hídricos é acompanhada por uma equipa permanente que propõe cotidianamente, de forma articulada com a gestão operacional do IST, ações concretas de melhoria do desempenho energético e hídrico das instalações, num esforço coletivo de redução dos consumos.

O projeto foi idealizado com o objetivo de melhorar a eficiência energética/hídrica nos campi através da implementação de um regime efetivo de gestão do uso dos recursos, energia e água, com resultados significativos ao nível da redução dos encargos com a fatura do IST. Por outro lado, o projeto pretende desde sempre envolver toda a comunidade de estudantes e investigadores, através da aplicação prática no campus de competências internas e procurando estimular o conhecimento existente sobre matérias relacionadas com a eficiência, e a implementação de um campus sustentável.

As principais ações implementadas foram: primeiro a realização de Auditorias Energéticas e Hídricas, muito aprofundadas, a todos os edifícios dos campi do IST, que incluíram um estudo e avaliação de medidas de conservação de energia e de preservação do consumo da água; depois, a instalação de Sistemas de Monitorização permanente com sub-monitorização sempre que tal se justifique, dos consumos de eletricidade, gás natural e água; e, por último, o estabelecimento de uma política efetiva de gestão da energia e do consumo da água, centrada na análise sistemática dos dados fornecidos pelos sistemas de monitorização que são confrontados com a informação recolhida em auditoria e diagnóstico no terreno. Estas tarefas são executadas por recursos humanos internos com qualificações específicas na área da gestão da energia e auditoria energética.

Resultados Alcançados

As Medidas de Conservação de Energia implementadas desde 2012 no campus da Alameda, o maior dos campi do Instituto Superior Técnico (IST), permitiram alcançar no último ano de 2019 uma poupança de 25% no consumo de energia quando comparado com os valores dos consumos médios anuais de há 10 anos. O campus da Alameda consome agora, para desenvolver as mesmas atividades, menos um quarto (1/4) da energia elétrica que consumia há uma década atrás, apesar do número de alunos matriculados ter subido no mesmo período, e não tendo havido medidas de investimento importante na melhoria de equipamentos energéticos, devido às restrições orçamentais nas universidades. Em relação ao ano de referência de 2011 a redução é de 22%. O ano de 2011 foi assumido como o ano base (baseline) para contabilização dos resultados do projeto, por ser o ano precedente ao arranque do projeto “Técnico – Campus Sustentável” e porque apresentava um consumo inferior a todos os anos do quinquénio anterior.

Apesar de um aumento médio superior 30% nos custos do tarifário entre 2011 e 2019, a fatura da energia elétrica do campus da Alameda foi em 2019 inferior em 230 mil Euros à fatura do ano de 2012 (primeiro ano completo com o IVA na eletricidade a 23%), sem perda de serviço.

Por outro lado, as variações anuais inferiores a 1%, obtidas em anos consecutivos durante o triénio 2016-2018 no campus da Alameda, demonstram inequivocamente que o consumo de energia neste campus está controlado, a poupança é persistente, e os resultados alcançados na melhoria do desempenho energético do campus estão consolidados para o atual nível de investimento nas infraestruturas e equipamentos energéticos.

Desde o início do projeto, contabilizando apenas o campus da Alameda foi evitado o consumo de 15,9GWh em eletricidade, equivalentes a 3.420tep em energia primária, e representando um total de 7.477tCO2eq em emissões de GEE associadas que foram evitadas.

Em relação à melhoria da eficiência hídrica no campus da Alameda, desde o início do projeto “Técnico – Campus Sustentável”, os resultados obtidos com a fatura anual demonstram uma redução progressiva muito acentuada dos consumos de água no IST. Os resultados na fatura revelam que o consumo anual de água em 2019 foi cerca de 61% inferior face ao consumo de referência do ano de 2011.

Em 2019 o consumo total de água no campus da Alameda foi de 53.986m3, contrastando com valores superiores a 130 mil metros cúbicos por ano no início desta década. Assim, para o ano passado a poupança financeira anual associada à redução do consumo foi superior a 315 mil Euros.

Contabilizando desde o início do projeto, e uma vez mais tomando a baseline de 2011, as poupanças de água são de 473.507m3, representando valores financeiros superiores a um milhão e meio de euros nas faturas de abastecimento de água ao campus da Alameda.

Nos últimos 4 anos, tem-se verificado que os consumos de água continuam a decrescer consecutivamente, mas a um ritmo menos pronunciado.

Avaliação e Monitorização

A avaliação dos resultados é atestada por comparação dos valores faturados ao Instituto Superior Técnico (IST) pelas empresas distribuidoras de água e energia. Escolhido o ano de 2011 como o ano base (baseline) para contabilização dos resultados (ano anterior ao início do projeto “”Técnico – Campus Sustentável), as faturas relativas aos consumos anuais ulteriores são confrontadas com os valores dos consumos de baseline. A monitorização é realizada por medição dos consumos através dos Sistemas de Monitorização instalados, com a verificação dos resultados por comparação com as faturas globais.

Para determinação dos custos financeiros evitados com a fatura da eletricidade, aos preços praticados pelo comercializador em cada ano para o custo unitário do consumo de energia (blended cost per kWh) é aplicado o consumo do ano de 2011, determinando-se a diferença para a fatura atual do ano respetivo. Aplica-se o mesmo método para as outras formas de energia. Aos preços de cada ano correspondentes ao custo global por metro cúbico de água consumida é aplicado o consumo do ano de 2011, sendo considerados como custos financeiros evitados os que resultam da diferença para a fatura atual em cada ano do projeto.

Constituem propostas de melhoria com elevado impacto, que já foram identificadas, a otimização e atualização permanente do website do projeto, tal como a realização de novas campanhas de informação e sensibilização da comunidade académica, as quais seriam estabelecidas com uma periodicidade regular, divulgando o compromisso do IST com o aumento da sustentabilidade. Por um lado, para relembrar a todos a atualidade da necessidade de racionalizar o uso da água e da energia, e, por outro, alcançando os utilizadores mais recentes dos campi do IST, iniciando uma consciência coletiva logo desde a entrada dos novos alunos a cada ano académico.

Outra proposta de melhoria relevante já identificada seria a integração plena dos recursos humanos afetos ao projeto, incorporando-os em definitivo na estrutura orgânica do IST enquanto núcleo operacional autónomo, com competências e responsabilidades próprias, desempenhando as suas funções como até aqui. É uma proposta de continuidade efetiva e consolidação dos objetivos do projeto a médio e longo prazo na instituição. Permitiria combinar e harmonizar metas de funcionamento e desenvolvimento dos campi com uma constante otimização da eficiência no uso dos recursos, de uma forma mais eficaz, produzindo melhorias tangíveis evidentes.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Foram colocados contadores em locais onde antes não eram registados consumos, e foi definido um plano de leituras regulares dos consumos de energia e da água por edifício. Esta tarefa permitiu iniciar um processo de avaliação rigoroso dos indicadores energéticos e carbónicos específicos de cada edifício e iniciar uma política de gestão dos consumos baseada numa monitorização permanente.

Medidas de Conservação de Energia associadas a níveis de investimento nulos ou admitidos pela gestão operacional dos campi foram implementadas. Incluíram a divulgação de melhores práticas com orientações sobre economia de energia, tendo envolvido os gestores dos edifícios, técnicos da manutenção e outros funcionários do Instituto Superior Técnico (IST). Recorrendo a uma monitorização contínua em tempo real do consumo de energia, foi conferida uma maior atenção a todos os equipamentos energéticos que funcionavam desnecessariamente e foram estabelecidas rotinas de comando mais rigorosas nos horários de funcionamento dos equipamentos, assim como um controle e a inspeção aos sistemas de AVAC individuais dispersos pelos campi, em coordenação com o Núcleo de Manutenção do IST.

A monitorização permanente dos consumos de água, associada a uma intervenção imediata sempre que necessário, assim como uma cuidada manutenção das redes de distribuição no interior dos campi, permitiram evitar qualquer situação atípica de perdas ou consumos excessivos. Pequenos investimentos cabimentados pelo orçamento de gestão corrente do Núcleo de Obras do IST tornaram possível a realização de pequenas reparações cirúrgicas para suprimir as fugas relevantes na rede de distribuição de água no interior dos campi.

Por último, a inspeção rotineira por parte dos operacionais de segurança do Núcleo de Higiene, Saúde e Segurança do IST no final da atividade diária nos campi, e o subsequente reporte imediato à coordenação centralizada, tem vindo a possibilitar a correção oportuna de situações de desperdício por má utilização ou negligência.

A dedicação integral, e em exclusividade, de uma equipa interna com competências profissionais específicas na área da gestão da energia e auditoria energética, que são as adequadas para o desenvolvimento das atividades do projeto, com o contributo da articulação das intervenções com os núcleos operacionais do IST referidos acima foi o fator determinante para o sucesso dos resultados alcançados até agora com o projeto “Técnico –- Campus Sustentável”.

 

Exposição “Nó Cego” Workshops

domingo, setembro 20th, 2020

Ligação à Sociedade 2020

Clementina Teixeira, Natália Rocha, Manuel Pereira (NGMCC)

Implementação da Boa Prática

A exposição itinerante “Nó Cego” da autoria da Prof. Clementina Teixeira (aposentada do Departamento de Engenharia Química e homenageada na edição de 2019 do livro ”Mulheres na Ciência) nasceu de um projeto de cristais sobre a rede cristalina. Decorreu na semana de 23 a 27 de setembro de 2019, com um horário das 10h às 12h30 e das 14h às 17h, organizada pelo Serviço Educativo dos Museus do IST, no Museu Décio Thadeu. Estiveram presentes na exposição cerca de 260 participantes:

A equipa que fez parte da exposição foi composta por 3 elementos:

– Autora da Exposição – Profª Clementina Teixeira

– Serviço Educativo dos Museus do IST – Drª Natália Rocha

– Diretor do Museu Décio Thadeu – Prof. Manuel Pereira

A exposição “Nó Cego”, é composta por trabalhos de trapilho para reutilização de têxteis: 12 tapetes de talagarça plástica aos quadradinhos, recoberta de nós cegos (duas laçadas) de farrapos de roupas usadas da família, todas cortadas às tirinhas. Neles se misturaram o linho, o algodão e a popelina; a lã, a seda e a viscose; as licras dos leggings e o nylon; as chitas e até o tule das cortinas de há muitos anos. Tudo isto combinado obedecendo a regras simples de simetria no plano e temperado sobretudo com muita afetividade e memórias dos que partiram, deixando as roupas para trás e uma saudade imensa. Na sua maioria o vestuário usado já estava impróprio para doação e completamente fora de moda e, ainda, em muitos casos, afincadamente esburacado pelas traças (Clementina Teixeira).

Tivemos oito grupos escolares num total de 223 visitantes, dos seguintes estabelecimentos de ensino:

– Infantário da APIST (2 grupos – 3 aos 5 anos)

– Escola EB 2,3 Luís de Camões (1 grupo –8ª ano)

– Escola EB 1 O Leão de Arroios (4 grupos – 4ºano)

– Escola Secundária de Palmela (1 grupo – 9ºano)

Os restantes 37 visitantes foram de público em geral, maioritariamente funcionários docentes e não docentes do Técnico.

Resultados Alcançados

As visitas dos grupos escolares tinham o formato de workshop, em que a Prof. Clementina Teixeira introduzia o tema como se fosse uma história:

“…    Porém, não fui capaz de o deitar ao lixo…    Tinha no sótão restos da rede de plástico que servira nas exposições dos meus projetos Ciência Viva com cristais, a “”rede cristalina”” e logo compreendi que, além do trabalho manual como forma de entretenimento útil e de reciclagem de têxteis, poderiam aqui ser explorados conceitos de simetria e matemática, para calcular o número de nós dados, sem fazer a sua contagem exaustiva. Se as simetrias são atualmente exploradas em projetos de divulgação da Matemática tendo como base a calçada portuguesa, os crochés e bordados, por que não fazer o mesmo nestes trabalhos tão simples de executar? Além do mais, compreender a simetria ao nível do plano, é o primeiro ponto de partida para compreender a simetria tridimensional dos cristais, logo, a ideia tem pernas para andar e será continuada noutras vertentes mais ambiciosas”.

Segundo a Profª Clementina  a “ Nó Cego” simboliza a necessidade de reutilizar têxteis, dando-lhes uma outra utilidade. Ainda mais curial se pensarmos nas microfibras de plástico que se acumulam nos mares e acabam fazendo parte da nossa cadeia alimentar. Todo este discurso foi adaptado aos níveis de escolaridade de cada grupo e ao público adulto de forma a dar consciência da importância de diminuir a geração do lixo, de ter um consumo consciente, de não desmatar, de não poluir as águas, de não queimar lixo ou resíduos a céu aberto. Advertir para pequenas atitudes diárias fazem toda a diferença, 8 “ Rs” da Sustentabilidade são muito fáceis de aplicar quando existe consciência. Outra das abordagens subjacentes na exposição é a ligação da Arte e Educação. Em Portugal, a recente legislação (decretos-lei nº 54/18 e nº 55/18) reforça o papel das artes na educação, estabelece a matriz de princípios, valores e áreas de competências a que deve obedecer o desenvolvimento do currículo e identifica como áreas essenciais a sensibilidade estética e artística, a par do pensamento crítico e criativo. Arte e Educação devem caminhar juntas na formação dos cidadãos. Todas estas temáticas (8 “R”, Arte e Educação, Arte e Ciência) estavam referenciadas em cartazes. Os grupos escolares também tiveram a oportunidade de realizar a atividade “ O microscópio vai ao tear”. Com a utilização da lupa estereoscópica) foi possível observar e fotografar os tecidos reciclados utilizados na exposição e “ jogando” com as simetrias no plano visualizado, conseguiu-se fazer novos padrões para aplicar em outros têxteis ou papel. Este tipo de atividade fortalece a ligação das ciências e tecnologias à sociedade e ajuda a desenvolver capacidades e competências de trabalho manual e educação visual. Esta atividade também fez parte das Jornadas Europeias do Património 2019, cujo o tema era o Património nas Artes e no Lazer, que decorreu no dia 27/09. Neste caso juntamos a Arte à Ciência.

Avaliação e Monitorização

Para esta prática não foi ainda implementada uma forma de avaliação formal ( será uma das coisas a melhorar no futuro), no entanto, trouxe resultados muito positivos. Primeiramente, foi uma forma de divulgação dos Museus de Geociências. No entanto, os resultados mais importantes se remetem ao público escolar que participou do evento. Ter várias escolas e ver os alunos a procurar empregar tais conhecimentos em uso da sua vida quotidiana foi um ganho incomensurável. Também foi bastante importante perceber que muitas crianças e jovens se sentiram estimulados não apenas em reutilizar os materiais que têm na escola ou em casa mas também o despertar para as várias aplicações da ciência ligada a outras áreas. A promoção de contextos informais de aprendizagem, que unem o “dentro da escola”  ao “ fora” devem ser potenciadas, para benefício dos estudantes (Voogt & Roblin, 2012).

Houve também ainda o ganho de ordem pessoal, tanto para a Professora Clementina Teixeira que estando aposentada continua a colaborar com o Instituto Superior Técnico, mantendo-se ativa e aplicando o seu vasto conhecimento na divulgação das ciências, como para a restante equipa dos Museus.

Deste modo, é intensão do Serviço Educativo dos Museus do Técnico prosseguir com este formato de atividades nos Museus. Isto é possível devido ao feedback dos estabelecimentos de ensino com quem temos parcerias e do público que visitou a exposição e participou nos workshops.

Carácter Inovador e Transferibilidade

O caráter inovador reside no fato de por meio da realização de uma exposição, sobre a reutilização de materiais que supostamente era lixo e com a aplicação de uma técnica manual, conseguiu-se  trabalhar conceitos relacionados com a Química e Geologia através das redes cristalinas a Matemática através da simetria e contagem dos nós. Para além de proporcionar a utilização de equipamento científico, como foi o caso da lupa estereoscópica, aos visitantes que na maioria não tem acesso a usar este tipo de equipamento, ao mesmo tempo esta iniciativa teve uma vertente de sensibilização, sobre a situação de emergência climática e ambiental global, em que reduzir o impacto ambiental é essencial para preservar o planeta. Foi usada  educação em contexto não-formal como ferramenta de conscientização frente aos problemas ambientais e divulgação da importância da geodiversidade para a sociedade.

Desta forma, a exposição conseguiu atingir sua meta de ser interdisciplinar, ao salientar que o conhecimento técnico-científico que se tem sobre

qualquer área do saber só será válido se, juntamente com ele, forem ensinados valores e uma visão crítica e questionadora sobre a vida.

Numa escola como o Instituto Superior Técnico existir este tipo de atividades aberta a todos, onde estes temas são discutidos e apresentados num formato não-formal, ligando a ciência à arte e educação, neste caso ambiental.

A nível da transferibilidade podemos considerá-la um exemplo de boa prática que pode ser replicada em outros espaços de educação formal, não-formal e informal, quer seja dentro ou fora da Universidade de Lisboa. Uma professora manifestou o desejo de realizar a exposição na escola em que trabalha,  de modo a continuar o debate sobre esta temática. A prática é facilmente transferível a partir de outra exposição pode-se criar igualmente workshops com temáticas sobre outro tema de interesse para a sociedade.

Plataforma de Boleias (Carpooling) do Técnico Lisboa

quinta, julho 26th, 2018

Infraestruturas ● 2018

Mário de Matos (Campus Sustentável)

Implementação da Boa Prática

O Carpooling é um meio de reduzir os custos associados às deslocações das pessoas em transporte individual motorizado. É uma modalidade de transporte, usualmente incluída nos modos de transporte partilhado não individual, que tem progressivamente vindo a ganhar adeptos a um nível global, inclusivamente sendo promovida pelas autoridades públicas em alguns países com regras especiais beneficiadoras dos utilizadores.

Consiste em partilhar um veículo motorizado, quando diferentes pessoas se juntam numa mesma deslocação, dividindo as despesas em acordo e convivendo umas com as outras. Poderá ser de casa para o trabalho e vice-versa, ou outro percurso qualquer, desde que os compartilhantes tenham destinos e horários quási-coincidentes.

É em tudo semelhante a uma boleia, a qual é oferecida, requisitada e ou combinada através do recurso a uma plataforma digital de utilização intuitiva.

A Plataforma de Boleias do Técnico-Lisboa é uma infraestrutura de Carpooling exclusiva para servir a comunidade académica do IST, a partir da qual é possível a partilha de viagens ou deslocações em automóvel de, para, e entre os campi (Alameda, Taguspark e CTN), por todos os que estudam e trabalham no Instituto Superior Técnico.

A plataforma está situada no endereço de rede https://carpooling.tecnico.ulisboa.pt, mobile App (“Técnico Lisboa Carpooling”) pode ser descarregada a partir da “Play Store” ou da “App Store-Apple”. O acesso funciona com as credenciais CAS do acesso ao sistema Fénix, pelo que o acesso à plataforma é exclusivo à comunidade IST. O registo é feito preenchendo o formulário de inscrição disponível no website e clicando no link de ativação fornecido no email enviado para o endereço indicado pelo utilizador. Apenas é necessário acesso à Internet e um navegador atual da Web, ou em alternativa, um dispositivo móvel com a versão atual do iOS ou com Android versão 4.4, ou posterior.

A plataforma foi lançada no dia 15 de setembro de 2017, véspera da Semana Europeia da Mobilidade 2017.

Resultados Alcançados

Com este modo de transporte partilhado entre utentes dos campi do IST, reduzem-se custos em combustível, em portagens, e em estacionamento no interior da cidade; reduz-se a poluição do ar, as emissões de carbono associadas, a densidade de tráfego em Lisboa e a necessidade de lugares de estacionamento.

Entre o dia 15 de setembro do ano passado e o final do mês passado, decorreram 5 meses e meio de existência da plataforma. Neste período inscreveram-se 812 (oitocentos e doze) membros da comunidade académica do IST, alunos, professores e funcionários, com um total de 273 veículos motorizados registados. 52 condutores colocaram na plataforma ofertas de viagens, correspondendo a um total de 62 itinerários com percursos e horários diferenciados.

Assim, a plataforma disponibilizou 4619 viagens, correspondendo a 14.424 lugares de boleia disponíveis e a cerca de 184.777km percorridos com oferta de transporte.

A coincidência de interesses em horários e percursos iguais em distâncias pequenas (deslocações diárias de acesso aos campi do IST) constitui uma das maiores dificuldades na aderência generalizada a este modo de transporte, pelo que se observou que, apesar do elevado interesse demonstrado na fase de inscrição, a concretização (avaliada com base nos registos da plataforma) de boleias é ainda pequena. De notar que a plataforma possibilita um primeiro contacto entre as pessoas, mas não obriga a que as comunicações entre elas passe pelos meios da plataforma, pois uma vez postos em contacto, utilizadores poderão combinar viagens por contacto direto, não ficando estas contabilizadas nos registos da plataforma.

Durante o período referido acima, constam nos registos da plataforma 37 passageiros transportados num total de 1100km. Este é um resultado que poderá ser impulsionado incentivando o registo das viagens na plataforma pelos utilizadores que entram em contacto direto, mas também aumentando o número de utilizadores da plataforma através de ações de divulgação e promoção ao nível central do uso da Plataforma de Boleias como meio de transporte alternativo e vantajoso.

Também se justificaria uma maior exposição nas redes sociais, através por exemplo do Facebook IST, dando maior visibilidade aos aspetos precisamente da convivência social e preocupações ambientais a que este modo de transporte está ligado.

Valerá a pena um esforço adicional de promoção de uma maior utilização da plataforma como modo de transporte rápido e confortável intercampi, pois foi precisamente esta uma das razões na génese do estabelecimento de mais esta oferta de mobilidade aos membros da comunidade académica.

Por último, a alteração, de forma progressiva, dos comportamentos dos condutores com opção pelo ótimo coletivo em detrimento da inflexibilidade de horários, das atividades e privacidade de cada um levará com certeza à criação a um maior interesse por quem ainda não aderiu, à existência de uma maior oferta, e consequentemente a um maior uso da plataforma.

Avaliação e Monitorização

A avaliação e monitorização dos resultados do uso da Plataforma de Boleias do Técnico-Lisboa, com a contabilização das distâncias percorridas, número de passageiros, frequência, veículo utilizado, campus do IST – sempre que as boleias são registadas na plataforma –, é realizada através da administração da própria plataforma, sendo os resultados compilados em relatórios produzidos pelo sistema.

Para além disso, a plataforma contempla um sistema de classificação dos utilizadores do tipo gaming com um critério de pontuação atribuída em função do registo e do número de acessos que cada utilizador faz à plataforma, do registo da boleia permanentemente ou ocasionalmente, convite a amigos para uso da plataforma, aposição de um avatar, etc.; e com pontos negativos atribuídos ao cancelamento de itinerários.

Existe ainda um subsistema automático de ordenação de condutores por número de passageiros transportados, entre todos os condutores inscritos na plataforma.

Por outro lado, a principal desvantagem normalmente apontada aos sistemas de Carpooling está relacionada com a incerteza com a segurança, uma vez que as pessoas que irão partilhar a viagem não se conhecem à partida. No entanto, a exclusividade desta plataforma atenua este aspeto menos positivo. O facto de a plataforma pertencer a uma comunidade circunscrevida simplifica ainda a verificação da existência de pessoas conhecidas ou amigos comuns entre condutores e passageiros. Neste contexto, a plataforma possui um sistema de apreciação por estrelas de 1 a 5, sendo possível avaliar cada viagem para melhorar o serviço e aumentar a confiança entre os utilizadores-passageiros. Permite ainda a introdução de comentários pelos passageiros acerca dos condutores, os quais ficam visíveis para outros utilizadores da plataforma.

A plataforma é intuitiva, no entanto, a introdução online de um manual de utilização da plataforma que inclua sugestões promovendo a sua utilização, constitui uma das propostas de melhoria que serão efetuadas a muito breve prazo.

Outras propostas de melhoria já identificadas e que estão a ser analisadas quanto à sua exequibilidade e eficácia contemplam a eventual reserva de lugares de parqueamento nos campi a veículos que, comprovadamente, pratiquem o Carpooling, e prémios aos condutores com melhor classificação no Carpooling.

Outra medida em estudo é a promoção da plataforma com cartazes de publicitação outdoors, os quais seriam colocados preferencialmente nas portarias de acesso de viaturas aos campi.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A plataforma oferece uma solução de transporte mais económica e sustentável, contribuindo para cumprir com as preocupações ambientais no âmbito da responsabilidade social do Instituto Superior Técnico e difunde uma imagem positiva e inovadora.

É possível reduzir os custos de transporte dos automobilistas até 75% em carros normais (com reduções superiores em carrinhas vans), e os custos de parqueamento na área circundante ao campus da Alameda. Os problemas de estacionamento no interior dos campi são minimizados.

Toda a comunidade académica que continua a considerar o automóvel como meio de transporte preferencial para se deslocar para o Técnico, pode recorrer à plataforma para reduzir a sua pegada ecológica não alterando, contudo, o seu meio de transporte.

Esta plataforma pretende ser a forma mais simples e eficaz de reduzir os custos das viagens para o Técnico em automóvel, com um impacto muito positivo no ambiente e na redução dos consumos energéticos associados à mobilidade da comunidade académica, contribuindo para a sustentabilidade dos campi, evitando problemas de estacionamento e ajudando a descongestionar a cidade de Lisboa.

Com recurso à Plataforma de Boleias do Técnico-Lisboa, todos os que estudam e trabalham no Técnico poderão também ter mais tempo para descontrair e conhecer melhor cada um dos seus outros parceiros de viagem, desenvolvendo e melhorando as relações humanas na academia através da convivência e da troca de experiências durante as deslocações compartilhadas e tornando as viagens menos rotineiras, monótonas ou aborrecidas.

O interesse por entidades externas ao IST na plataforma tem vindo a ser demonstrado com consultas de outras empresas ao projeto IST-Campus Sustentável que tem a competência de gestão da plataforma, neste momento. As consultas visam fundamentalmente averiguar e obter elementos acerca da experiência do IST no uso desta forma de disseminação de transporte partilhado. Destacam-se, pelo número de reuniões realizadas, os interesses específicos da empresa “Navigator” e da empresa “Hovione”, também mecenas do IST, cuja área de sustentabilidade solicitou acesso temporário à plataforma com a finalidade de desenvolver testes e provar a sua usabilidade, tendo esse acesso sido concedido pela DSI em condições excecionais e apenas para esse efeito.

Quanto maior for a escala, muito melhor será o funcionamento da plataforma porque maior será a probabilidade de encontrar interesses coincidentes entre condutores e passageiros.