Instituto Superior Técnico

Observatório de Boas Práticas do IST

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MOOC Técnico: Cursos abertos online

quarta, julho 26th, 2017

Educação Superior ● 2017

Ana Moura Santos (docente DM)

Implementação da Boa Prática

A iniciativa MOOC Técnico consiste no desenvolvimento de cursos abertos online, desenhados para promoverem uma experiência de aprendizagem onde e quando se quiser, nos quais qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo se pode inscrever e participar.

Os cursos abordam diversos tópicos de ciências básicas e de engenharia e tecnologia, e estão disponíveis em diferentes níveis de formação: (i) iniciação nas ciências básicas e de engenharia e tecnologia; (ii) temas transversais de áreas científicas e tecnológicas; e (iii) cursos que se relacionam intrinsecamente com unidades curriculares do 1º e 2º ciclos do Técnico Lisboa.

O percurso desta iniciativa iniciou-se em 2013, com o levantamento de boas práticas e a análise de concorrência em Massive Open Online Course (MOOC), nomeadamente de projetos e iniciativas internacionais. Seguiu-se a definição de um plano de desenvolvimento de MOOC no Técnico e as principais linhas de ação, quer em termos de estratégia institucional, quer em termos de organização curricular de um curso, que permitissem orientar o desenho, o planeamento e a produção de cursos MOOC no Técnico.

No MOOC Técnico cada curso corresponde a um tema de aprendizagem, organizado em tópicos que são desenvolvidos habitualmente ao longo de cerca de 4 semanas. Em cada semana, prevê-se uma dedicação, em termos de carga de trabalho por parte do participante, que pode variar entre 4 a 6 horas. Os participantes nos cursos online obtêm um certificado de participação no caso de concretizarem pelo menos 60% das atividades previstas no curso.

Na sua maioria os cursos baseiam-se em vídeos, de curta e média duração, de demonstração e realização de exercícios ou de experiências, de exposição e explicação de conceitos com uso frequente de ilustração e animação e/ou entrevistas. Durante a implementação de um curso estão disponíveis várias formas de avaliação formativa e sumativa, e é possível interagir e debater questões com os outros participantes, em fóruns moderados pelos instrutores.

 

Resultados Alcançados

Os primeiros cursos MOOC Técnico foram disponibilizados online no final de 2016, sendo eles: Matrizes de Markov (19 out. – 23 nov), em língua portuguesa com tradução para língua inglesa que contou com cerca de 430 participantes; Energy Services (14 nov. – 15 jan.), em língua inglesa com tradução para língua portuguesa, que totalizou 510 participantes; e Física Experimental (21 nov. – 8 fev.), em língua portuguesa e vocacionado para a realização de experiências “em casa” e no e-lab, laboratório remoto, atingiu os 125 participantes. Em 2 meses alcançaram-se mais de 1000 inscritos no MOOC Técnico.

Em termos de caracterização do perfil dos participantes destacam-se alguns atributos. Na sua maioria são do sexo masculino (cerca de 80%), com idades compreendidas entre os 14 e os 60 anos e com grau académico completo que varia desde o ensino básico ao doutoramento, com preponderância dos graus de mestrado, licenciatura ou ensino secundário consoante a natureza de cada curso. A participação dos alumni do Técnico nos cursos tem rondado os 20% do total de participantes em cada curso. No caso das Marizes de Markov 48% dos participantes não tinham qualquer vínculo com o Técnico.

Relativamente à conclusão do curso e, especialmente quando os participantes o fazem com sucesso (realização de 60% ou mais das atividades de avaliação do curso com sucesso) os resultados não poderiam ser mais animadores. No primeiro curso, Matrizes de Markov, 25% dos participantes concluíram com sucesso, sendo que no curso Energy Services foram 58% os participantes que obtiveram o certificado. Se compararmos com os 7,7% de certificação média para os participantes dos 236 cursos referidos no relatório “HarvardX and MITx: Four Years of Open Online Courses” que oferecem cursos gratuitos, temos os primeiros cursos MOOC Técnico com uma taxa de sucesso muito acima da média.

Para além dos resultados apresentados, muitos são os contactos de utilizadores que felicitam a iniciativa MOOC Técnico, valorizando e reconhecendo a sua importância no panorama do ensino superior em Portugal e, em especial, terem oportunidade de realizar cursos com o rigor e excelência que caracteriza o Técnico.

Após 3 meses da realização do primeiro curso, Matrizes de Markov, voltou a estar disponível para ser realizado entre 1 março e 9 de abril, contando com cerca de 300 participantes. Um valor excelente, nomeadamente se for comparado com os dados divulgados por parte de iniciativas internacionais de desenvolvimento de MOOC em plataformas como é o caso do edX ou do Coursera. Por exemplo, este número pode ser comparado com o valor expectável em média de menos 25% de participantes para uma 2ª edição de um curso, de acordo com o relatório citado acima de HarvardX e MITx.

Avaliação e Monitorização

Foi elaborado um relatório preliminar (Primeiros Números MOOC Técnico, 5 de dezembro 2016) com os primeiros números dos cursos, que se encontra disponível no site mooc.tecnico.ulisboa.pt. Neste relatório, para além de outros números, é possível perceber-se que os participantes nos cursos MOOC Técnico têm idades compreendidas entre os 14 e os 60 anos e, na sua maioria, têm uma formação académica completa igual ou superior à licenciatura (cerca de 70%). Cerca de 15% dos participantes são provenientes de outros países, entre os quais cerca de 8% são dos PALOP’s. Quanto à situação profissional, mais do que 50% dos participantes trabalham e cerca de 40% são estudantes. E mais de 40% dos participantes nos cursos não tem qualquer vínculo com o Técnico (quer seja aluno, alumni, professor, investigador, funcionário).

Estes dados foram recolhidos a partir da plataforma de inscrição nos cursos, e de um questionário de preenchimento voluntário distribuído aos participantes no final de cada curso. Neste momento, a coordenação científico-pedagógica do projeto está a fazer o tratamento destes dados e ainda a processar as sugestões e contributos partilhados pelos participantes nos fóruns de discussão dos cursos, nos emails enviados à coordenação e aos instrutores dos cursos (alguns dos primeiros comentários e testemunhos podem ser lidos no referido relatório, Primeiros Números MOOC Técnico, 5 de dezembro 2016). Alguns dos participantes mais ativos dos primeiros cursos disponibilizaram-se a deslocar ao Técnico Lisboa para participarem em entrevistas e recolha de testemunhos. Alguns destaques dessas entrevistas e testemunhos encontram-se também no site mooc.tecnico.ulisboa.pt, mas a maior parte dos materiais recolhidos está a ser tratado para divulgação posterior, esperando-se a sua publicação até junho de 2017.

Com base na reflexão da equipa sobre o feedback dos participantes da 1ª edição do curso Matrizes de Markov, antes do lançamento da 2ª edição (1 março a 9 de abril), foram regravados 5 dos cerca de 20 módulos de vídeo da 1ª edição, melhorados os transcripts (legendas) de muitos vídeos, revistos alguns enunciados de questões de auto-avaliação e implementados 3 novos exercícios com parâmetros aleatórios, além de pequenas alterações à organização dos conteúdos. Finalmente, foi implementada uma Wiki para o curso também como consequência da necessidade demonstrada por alguns participantes na consulta rápida e organizada dos conceitos básicos.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Ao longo do último ano, o projeto evoluiu de modo profícuo, tendo sido criado conhecimento sobre o desenvolvimento de cursos, de acordo com os pressupostos originalmente assumidos no MOOC Técnico.

Durante a criação dos conteúdos para os cursos, abertos e online, que apresentam uma natureza distinta do que costuma ser a prática habitual no ensino presencial, realizaram-se alguns ajustes e afinaram-se detalhes, nomeadamente em termos de: (i) elementos curriculares equacionados no desenho e organização curricular do curso (objetivos, conteúdos, estratégias, avaliação) e respetivos tópicos, módulos ou unidades didáticas; (ii) pertinência do planeamento e preparação detalhada dos conteúdos a incluir nos cursos, em particular dos vídeos (storyboard), antecipando-se a dinâmica pedagógica que se irá ser proporcionada junto dos participantes, através da estrutura e organização dada aos conteúdos, recursos e materiais que serão disponibilizados; (iii) a sua qualidade visual, áudio e vídeo, a sua acessibilidade e o seu licenciamento em termos de direitos de utilização.

A preparação e reflexão antes de se começar a produzir conteúdos também ajudam a diminuir custos adicionais ao nível de recursos humanos, materiais e outros meios. É pertinente ainda acrescentar que os desafios colocados e as oportunidades que daí decorreram, no que se refere à colaboração estabelecida entre docentes e uma equipa de profissionais de diferentes áreas na produção dos conteúdos multimédia, constitui uma fonte de experimentação científico-pedagógica para ambas as partes. Esta dimensão poderá tornar-se ainda mais significativa se a referida colaboração for mobilizada para além do desenvolvimento de MOOC, nomeadamente para a produção de conteúdos de suporte ao ensino presencial.

Acredita-se, portanto, que o conhecimento criado sobre o ciclo de desenvolvimento de um curso online, baseado em vídeos e outros recursos multimédia, sobre o seu desenho e organização curricular e dos respetivos conteúdos multimédia criados, e sobre o planeamento e a preparação da produção desses conteúdos possam ser úteis em iniciativas e projetos semelhantes. Especialmente alguns dos recursos e instrumentos desenvolvidos e partilhados, acredita constituírem contributos profícuos para outras equipas. De referir que, para além da documentação interna produzida pela equipa, é possível consultar no site mooc.tecnico.ulisboa.pt os artigos e capítulos de livros, aceites e publicados em atas de conferências, revistas e livros nacionais e internacionais, sobre o trabalho desenvolvido desde o início do projeto.

D-Day

quarta, julho 26th, 2017

Educação Superior ● 2017

Lurdes Farrusco (DEI)

Implementação da Boa Prática

O D-DEI é o Dia do Departamento de Engenharia Informática, que acontece uma vez por ano.

Durante esse dia de trabalho, todos os docentes e funcionários não docentes do DEI reúnem-se num local fora do IST, a partir de pequeno-almoço e até ao jantar, realizando-se diversas sessões em plenário cujos temas e contribuições são antecipadamente preparados e cuja documentação é disponibilizada com antecedência.

Entre os assuntos abordados sobressaem a apresentação de propostas inovadoras ou de melhoria das atividades pedagógicas e de investigação, a proposição de iniciativas de caráter estratégico visando o desenvolvimento do papel do DEI no IST e na Sociedade e a apresentação dos novos docentes, bem como a apreciação dos aspetos organizacionais e dos serviços deste departamento que opera vários cursos nos campi da Alameda e Tagus. É dada particular relevância à participação ativa de cada membro do DEI, em particular dos mais novos, num ambiente focado na abertura para ouvir e entender as suas ideias, as suas propostas, os problemas com que se confrontam e os desafios com que gostariam de se confrontar. Igualmente é dada oportunidade aos docentes mais seniores para comunicarem os seus pontos de vista e darem a conhecer os objetivos de desenvolvimento das atividades do DEI que se propões assumir dadas as suas posições hierárquicas e responsabilidades académicas.

A realização do D-DEI insere-se também no processo contínuo de autoavaliação departamental que teve inicio em 2016.

 

Resultados Alcançados

Da realização do 1º D-DEI em 2016 resultou a nomeação de um grupo de trabalho encarregue de dar início ao processo de definição de um plano Estratégico para o DEI, cujo resultado foi apresentado e validado em outubro de 2016 em Conselho de Departamento e que serviu de base estruturante para a formulação do programa de candidatura e a proposta de atuação da equipa de gestão do DEI 2017-2018, eleita em novembro de 2016.

Resultou ainda a decisão de se criar um grupo de trabalho para estudar o Ensino Horizontal da Informática no IST. Resultou também deste encontro a proposta de elaboração de um novo DFA em Informática em parceria com a Universidade Aberta a qual já foi aprovada em 2017 no DEI e submetida ao Conselho de Gestão do IST. Finalmente foi decidido iniciar a análise da criação de um mestrado em Data Science em parceria com outros departamentos do IST.

Avaliação e Monitorização

O Relatório de Autoapreciação do DEI submetido no final de 2016 incorporou já muitos contributos diretamente resultantes da realização do D-DEI 2016. No D- DEI 2017, que se realizará dia próximo 10 de Abril, far-se-á a apresentação dos resultados das ações implementadas em consequência do D-Day de 2016 e a recolha de sugestões de melhoria deste instrumento inovador da atuação do Departamento.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A pressão das operações do dia-a-dia no seio de um departamento do IST é tremenda, deixando pouco espaço mental e poucos recursos humanos disponíveis para se prosseguir com foco, determinação e continuidade objetivos e linhas de ação de mais longo prazo. Desta forma, na prática, o espaço para num contexto departamental de pensar futuro, se conceberem, estudarem avaliarem, compararem estratégias, para se dialogar e debater alternativas, e para nos ouvirmos de forma personalizada, individualizada, presencialmente uns aos outros, não ocorre de forma espontânea, nem se prosseguem de forma sistemática.

A criação do D-DEI formalizou no quadro formal do serviço docente da escola um espaço temporal, físico, organizacional, especificamente dedicado a estes aspetos mais profundos, estratégicos fundamentais para a escola e para cada um dos seus colaboradores. Os documentos resultantes, as avaliações posteriormente feitas aos resultados alcançados, os contactos interpessoais estabelecidos, constituem património valioso a ser preservado, trabalho e comunicado de forma a dar vida real ao espaço de elaboração , debate, construção, desenvolvimento e avaliação de estratégias construídas bottom-up ou a ser implementadas top-down, com o envolvimento de alma e coração dos membros da comunidade académica.

Nada obsta a que esta tipológica de pratica académica seja adotada de forma alargada por toada a Escola, devidamente customizada às diferentes realidades que são os vários departamentos e outras unidades de serviços e de investigação do IST: Divulgação da Prática.

MEGM Mentoring

terça, julho 26th, 2016

Educação Superior ● 2016

Teresa Carvalho (docente DECivil)

Implementação da Boa Prática

O programa “MEGM Mentoring” é um programa de desenvolvimento pessoal para alunos do MEGM que tem como objectivo permitir aos alunos debater com um profissional do sector da indústria extractiva questões relacionadas com o seu percurso académico e esclarecer dúvidas relacionadas com o meio empresarial.

O programa funciona de forma voluntária sendo a sua coordenação realizada pela coordenação do MEGM. O Gabinete de Apoio ao Tutorado do IST (GATU) colabora neste programa através de acções de formação e apoio aos mentores e acompanhamento do programa.

Os mentores são licenciados pré-Bolonha ou mestres pós-Bolonha do IST, preferencialmente jovens seniores, com actividade no sector da indústria extractiva. A cada mentor é atribuído um único mentorando.

O programa decorre preferencialmente a partir do início do 1º ano do MEGM até à graduação do aluno. O programa funcionou pela primeira vez no ano 2014/2015.

Acções

Outubro: convite aos alunos para adesão ao programa

Novembro: convite de profissionais para serem mentores

Dezembro: atribuição dos mentores aos mentorandos; realização de acção de formação em coaching dos mentores pelo GATU

A partir de Janeiro : desenvolvimento dos contactos (presenciais, telefónicos, por email, etc) entre mentores e mentorandos

Julho: reunião da Coordenação do MEGM, responsável GATU, mentores e mentorandos para avaliação do funcionamento do programa.

Sempre que necessário: apoio, sob a forma de reunião ou outra forma, por parte da coordenação e do GATU aos mentores

Está previsto que o programa tenha continuidade nos próximos anos, a exemplo do programa do tutorado.

Recursos

Humanos: Coordenação do curso, e um elemento do GATU com experiência de formação em coaching.

Materiais: Sala, com meios de projecção, para reuniões e realização das formações; material didáctico.

Custo

Para além do associado aos recursos humanos e materiais listados acima, pagamento de almoço aos mentores e restantes participantes nas formações e reuniões.

Resultados Alcançados

Considera-se que o programa “MEGM Mentoring” tem como objectivos:

  1. a empregabilidade de 100% dos mestres do MEGM e a empregabilidade nas empresas com maior notoriedade. Assume-se que estes objectivos se atingem com alunos tecnicamente bem preparados mas também através das competências adquiridas através da participação no programa.
  2. a participação e contribuição dos alumni para a vida académica do IST;
  3. a cooperação com as empresas em que os alumni estão inseridos.

A adesão ao programa, expressa como percentagem de alunos que aderiram ao programa relativamente ao número de alunos “normais” inscritos pela 1ª vez no MEGM no ano, foi de 69% em 2014/2015 e de 83% em 2015/2016. Ressalve-se que a maioria dos alunos inscritos no programa nos dois anos lectivos frequentava o 2º ano do MEGM e não o 1º, como era previsto e desejável. Observou-se que este facto se deve, por um lado, a problemas de comunicação, já que em Outubro, quando é feito convite aos alunos, há alunos (sobretudo alunos que ingressam no MEGM através da LEGM) que ainda não estão inscritos no MEGM e, por outro, porque neste 1º ano do curso, os alunos ainda não estão muito “preocupados” com a empregabilidade.

Por outro lado, 60% dos mentores no ano de 2015/2016 repetem a experiência demonstrando que a actividade foi gratificante para eles. Os restantes mentores de 2014/2015 que não aceitaram ser mentores em 2015/2016 escusaram-se com razões profissionais e pessoais, nenhum invocou insatisfação com a experiência para não a repetir.

Avaliação e Monitorização

A monitorização da prática é realizada através de contactos ao longo do ano da coordenação com mentores e mentorandos e reuniões da coordenação, GATU e mentores.

A avaliação é realizada através de 2 inquéritos de satisfação diferentes realizados em dois momentos, quando o aluno conclui o curso e 2 anos passados sobre a conclusão do curso.

Carácter Inovador e Transferibilidade

A prática, no IST e no ensino superior em geral, é inovadora dado o seu carácter estruturado, incluir a formação em coaching de elementos exteriores à escola e por ser disponibilizada a todos os alunos do curso.

Esta prática pode ser replicada em todos os cursos do IST. O desafio no caso de grandes cursos é a possibilidade de adesão de profissionais (mentores) em número suficiente para os alunos interessados. No entanto, o universo de possíveis mentores é, nestes casos, muito maior. Contudo, o trabalho adicional para a Coordenação pode ser muito pesado, havendo que considerar uma estrutura dedicada.

QUC-Qualidade das Unidades Curriculares

terça, julho 26th, 2016

Educação Superior ● 2016

Raquel Aires Barros (Presidente do CP); Marta Graça (AEP/NEP)

Implementação da Boa Prática

Os inquéritos de avaliação do desempenho dos docentes constituem uma das mais antigas ferramentas de avaliação da qualidade do ensino no IST. Em 2007 foram revistos os objetivos, e toda a metodologia associada a este processo, adotando a designação de QUC (Qualidade das Unidades Curriculares do IST). O QUC prevê uma avaliação semestral de cada Unidade Curricular (UC), com o objetivo de avaliar os seus resultados face aos objetivos previstos nos planos de estudo, de promover a melhoria contínua do ensino e aprendizagem (EA), e de identificar e promover boas práticas neste processo partilhado, com a avaliação e envolvimento dos diferentes intervenientes de forma clara e responsável. O Conselho Pedagógico (CP), coordena semestralmente o processo, que se inicia com o lançamento de um inquérito aos alunos, sendo os resultados tratados e disponibilizados a toda a comunidade. Com base nestes resultados os representantes dos alunos preenchem um relatório, completando as informações coletadas, que servirá de base de reflexão para todos os docentes, responsáveis por UC e Coordenadores de Curso, permitindo uma visão completa do que acontece em cada UC. Toda esta informação é recolhida com base no sistema de informação FÉNIX, e todas os formulários estão disponíveis on-line para os diferentes intervenientes. Após a coleta de dados o CP estabelece quais as UC que devem ser auditadas (e conduz os processos), promove as boas práticas identificadas e premeia os professores reconhecidos pelos alunos como O que distingue este sistema em particular é o integrado acompanhamento que é feito para cada UC e respetivos planos de ação. Ao abandonar um modelo estático, desenvolveu-se um modelo mais abrangente que não se limita à recolha e produção de dados sobre o ensino na escola, promovendo igualmente a implementação de um processo de melhoria contínua da qualidade com uma revisão cíclica de resultados e reajuste, em tempo real, dos processos internos. O sistema baseia-se no princípio da subsidiariedade e em instrumentos para resolver de forma rápida e localmente os problemas detetados. Somente quando esses mecanismos falharem é que se envolvem os órgãos de gestão (OG) da escola.Em casos mais graves (várias dimensões classificadas com “inadequado” ou “Para ser melhorado”) está previsto um processo de auditoria para a análise detalhada das situações. Caso os problemas reapareçam, os OG (em coordenação com os departamentos e coordenadores do curso), irão tomar medidas mais fortes que podem incluir alterações ao nível da responsabilidade ou do corpo docente alocado a uma UC. São também reconhecidos os resultados excelentes, através da publicação de uma lista em cada semestre, e atribuição do Prémio IST para o Ensino de Excelência. São ainda compiladas regularmente as boas práticas de ensino identificadas. Os resultados globais de cada professor também são usados no sistema de avaliação de professores do IST, de acordo com os respectivos regulamentos. Mais de 75 auditorias foram realizadas a partir de 2007/08, com resultados práticos nos processos de EA e, atualmente, mais de 8% dos professores são considerados como excelentes acordo com os resultados do QUC. O QUC avalia as UC em 4 dimensões: carga de trabalho, organização, avaliação e corpo docente. Quanto a este último, cada professor é avaliado pelos alunos em várias dimensões, podendo o resultado da avaliação do desempenho ser classificado como “inadequado”, “a ser melhorado” ou “regular”.

Resultados Alcançados

O que distingue este sistema em particular é o integrado acompanhamento que é feito para cada UC e respetivos planos de ação. Ao abandonar um modelo estático, desenvolveu-se um modelo mais abrangente que não se limita à recolha e produção de dados sobre o ensino na escola, promovendo igualmente a implementação de um processo de melhoria contínua da qualidade com uma revisão cíclica de resultados e reajuste, em tempo real, dos processos internos.

O sistema baseia-se no princípio da subsidiariedade e em instrumentos para resolver de forma rápida e localmente os problemas detetados. Somente quando esses mecanismos falharem é que se envolvem os órgãos de gestão (OG) da escola.

Em casos mais graves (várias dimensões classificadas com “inadequado” ou “Para ser melhorado”) está previsto um processo de auditoria para a análise detalhada das situações. Caso os problemas reapareçam, os OG (em coordenação com os departamentos e coordenadores do curso), irão tomar medidas mais fortes que podem incluir alterações ao nível da responsabilidade ou do corpo docente alocado a uma UC.

São também reconhecidos os resultados excelentes, através da publicação de uma lista em cada semestre, e atribuição do Prémio IST para o Ensino de Excelência. São ainda compiladas regularmente as boas práticas de ensino identificadas. Os resultados globais de cada professor também são usados no sistema de avaliação de professores do IST, de acordo com os respectivos regulamentos.

Mais de 75 auditorias foram realizadas a partir de 2007/08, com resultados práticos nos processos de EA e, atualmente, mais de 8% dos professores são considerados como excelentes acordo com os resultados do QUC.

Avaliação e Monitorização

O QUC respondeu com sucesso às motivações que levaram à sua criação e reformulação ao longo dos anos. Atualmente, é uma ferramenta essencial para a melhoria contínua da qualidade, com elevadas taxas de participação (dentro de cada grupo de intervenientes do QUC mais de 90% participam ativamente). A sua aplicação está atualmente focado nas unidades curriculares a funcionar normalmente (aulas teóricas, práticas e de laboratório) de 1º, 2º ciclo, estando em curso o seu alargamento a outras UC (dissertações, projetos, seminários), incluindo o 3º ciclo.

A metodologia e os procedimentos adoptados e revistos durante toda a duração deste processo permitiu esclarecer e definir os procedimentos de garantia de qualidade de ensino e aprendizagem no IST.

Carácter Inovador e Transferibilidade

Salientam-se alguns dos aspetos considerados inovadores: aplicação do questionário on-line, período de lançamento do mesmo (após o período de exames), divulgação pública (alunos, pessoal docente, técnico/administrativo e investigador) dos resultados individuais dos docentes, envolvimento de todos os intervenientes no processo de EA (responsáveis e corpo docente da UC, alunos e delegados, e ainda coordenadores do ciclo de estudo), definição de clara de situações insatisfatórias e de excelência (com auditorias e reconhecimentos públicos, respetivamente), e “follow-up” das UC submetidas a auditoria durante 3 anos.

Hoje em dia, a comunidade académica está familiarizado com o processo, e reconhece a eficácia não só dos mecanismos de retroação no contexto de ensino e aprendizagem, mas também o impacto cada vez mais valorizado deste processo na avaliação dos professores.

Também outras escolas nacionais, e até mesmo internacionais, reconhecem os resultados deste modelo na promoção interna da qualidade do EA, sendo facilmente transferível para outras instituições de ensino superior nacionais ou internacionais, que pretendem objectiva e claramente delinear e promover a qualidade nos processos de ensino e aprendizagem com a participação activa da academia.